Caminho das Tropas
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Ao longo do século XVIII, o Brasil colônia crescia, e com ele, a necessidade de abastecer os grandes centros. Além disso, as novas minas eram atingidas apenas por trilhas penosas, impossíveis de chegar a pé ou a cavalo, e a solução desse problema foi encontrada com o uso de mulas que, carregando dois cestos amarrados no lombo, percorriam grandes distâncias por caminhos impraticáveis; quando se usavam várias mulas, esse transporte era chamado de tropa.
Em Sorocaba existiam grandes feiras durante todo o ano, ali eram vendidos animais e gêneros para os garimpeiros e exploradores. Os comerciantes do sul deslocavam-se entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, levando bois, cavalos, mulas e gêneros regionais.
[editar] As trilhas
Os Tropeiros, (condutores da tropa) seguiam por caminhos abertos pelo casco das mulas e pelo passo lento das boiadas.
Essas trilhas eram chamadas Caminho das Tropas, e eram compostas por três rotas, sendo que a mais utilizada era a chamada Estrada Real ou Caminho do Viamão, que saindo de Viamão, no RS, passava pelos campos de Vacaria, Lages, Curitibanos, Papanduva, Rio Negro, Campo do Tenente, Lapa, Palmeira, Ponta Grossa, Castro, Piraí do Sul, Jaguariaiva, Itararé, chegando a Sorocaba em São Paulo.
As duas outras eram Caminho das Missões, que saindo dos campos da região de São Borja seguia por Santo Ângelo, Palmeira das Missões, Rodeio, Chapecó, Xanxerê, Palmas, onde se bifurcava por União da Vitória e Palmeira, e a segunda Guarapuava, Imbituva e Ponta Grossa. O terceiro caminho, o Caminho da Vacaria, interligava Palmeira das Missões a Vacaria no Caminho do Viamão, passando por Ijuí, Carazinho, Passo Fundo e Lagoa Vermelha.
[editar] O impulso
A necessidade de paradas, (às vezes longas para esperar que as chuvas parassem e os rios baixassem o nível) exigia pernoites e alimentação aos tropeiros, assim como pastos para alimentar os animais, fazendo com que fossem surgindo moradores que abriam casas de comércio para atender os viajantes, até mesmo ex-tropeiros que se instalavam com fazendas ao longo das trilhas, nascendo assim, pequenas povoações.
Durante anos, centenas de milhares de mulas, cavalos e bois foram transportados por essas trilhas, esse deslocamento impulsionou o desenvolvimento desses locais, possibilitando a gradativa integração das economias regionais. Dessa forma, esses pequenos povoados e vilas tiveram seu crescimento inicial e muitos deles se transformaram em grandes cidades, como se pode hoje notar ao longo desses caminhos.