Lages
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- Nota: Se procura a cidade baiana, consulte Laje (Bahia).
Município de Lages | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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"Princesa da serra" | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Lages[1] é um município brasileiro do estado de Santa Catarina.
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[editar] História
Fundada em 1766 pelo bandeirante paulista Antonio de Macedo Correia Pinto, Lages servia inicialmente como estalagem para a rota comercial entre Rio Grande do Sul e São Paulo, principalmente na passagem do gado dos campos gaúchos para abastecer os trabalhadores da extração de ouro em Minas Gerais. Correia Pinto batizou-a assim devido à abundância da pedra laje na região. Há quem diga que seu nome era Nossa Senhora dos Prazeres dos Campos das Lajens de Pedra. A cidade também é carinhosamente chamada de "Princesa da Serra".
[editar] Geografia
Possui 168.384 habitantes e localiza-se na região Serrana do Estado.
É a principal cidade desta região e faz divisa, ao norte, com os municípios de São José do Cerrito, Correia Pinto e Palmeira; ao sul, com Bom Jesus (Rio Grande do Sul); ao leste, com Bocaina do Sul, Otacílio Costa, Painel e São Joaquim; e a oeste com Capão Alto e Campo Belo do Sul. Lages localiza-se na Bacia do Rio Canoas, cujos principais rios são: Pelotas, Canoas, Lava-tudo, da Divisa, Vacas Gordas, Pelotinhas, dos Macacos, do Pessegueiro, Caveiras, Piurras, Dois Irmãos e Limitão. O principal curso de água urbano é o rio Carahá.
Lages também caracteriza-se por ter altitude bem elevada, de 850 a 1500 metros. No inverno é comum ocorrerem geadas e neve.
Lages está localizada na região serrana do estado, o chamado planalto serrano, ou Serra Catarinense. Tem como rio principal o Carahá, mas por ter um território grande, há muitos outros rios, a exemplo do Pelotas, Canoas, Lava-tudo, da Divisa, Vacas Gordas, Pelotinhas, dos Macacos, do Pessegueiro, Caveiras, Piurras, Dois irmãos e Limitão, bem como várias nascentes e arroios estão em sua área.
Seu relevo é plano, já que se situa num planalto. A vegetação predominante é a de campos e de mata de araucária, esta por sua vez quase totalmente devastada. No interior, pode-se observar a presença da coxilha, campo cheio de elevações baixas ou altas (menores que um cerro) .
[editar] Clima
Clima: Subtropical.
Temperatura média: 12,3ºC.
Temperatura máxima: 35ºC.
Temperatura minima: - 7,4ºC.
Umidade relativa do ar: Média anual de 79,3%.
Meses de maior calor: dezembro, janeiro, fevereiro e março.
Meses mais chuvosos: maio, junho, julho e agosto.
O clima de Lages é subtropical , por este motivo as estações são bem definidas. Por a sua altitude variar entre 850 a 1500 metros acima do nível do mar, durante o inverno o clima é bastante frio, com temperaturas de até -7,4ºC . Na região ocorrem fortes geadas e também a neve, fenômeno que se confirmou no ano de 2006 na cidade. Já no verão, o clima torna-se quente e as temperaturas chegam a 35ºC, podendo haver secas.
[editar] Economia
A economia lagena é basicamente sustentada pela pecuária, agricultura, indústria madeireira (com destaque na produção de papel e celulose) e turismo rural.
[editar] Esportes
Na área esportiva, Lages é conhecida por ser a cidade-sede do Lages e do Internacional de Lages.
[editar] Lendas
- Lenda da Serpente do Tanque: Nas segundas-feiras, no tanque, as lavadeiras debruçadas por sobre as tábuas, a torcer as roupas dos senhores coronéis e suas famílias, trabalhavam enquanto batiam aquele papo gostoso do dia-a-dia. Em meio a estes papos, as histórias iam sendo contadas e a lenda do tanque se repetia no palavreado simples das mulheres que ali lavavam suas roupas.
A história contada era de que uma mãe solteira, para encobrir o fruto de sua vergonha, jogara a criança naquele tanque onde estavam a labutar. Estranhamente, todavia, a criança não morrera, mas se transformara numa cobra.
Contavam elas que a cabeça da cobra permanecera ali no tanque e a cauda se encontrava no rio Carahá, estendida em todo o seu percurso. Nossa Senhora, a padroeira de Lages, ciente do hediondo crime praticado pela desnaturada mãe, prendia com os pés a cabeça da moderna hidra ao berço úmido da desgraça mítica, procurando assim evitar que a criança, transmutada em monstro, se revelasse ao mundo. No dia em que a Santa abandonasse esse propósito, a cidade seria totalmente tomada pelas águas, escapando somente a enchente, à cacimba da Santa Cruz. Diversas vezes notou-se verídica a previsão, pois, quando era tirada a imagem da Santa de seu altar, na Catedral, mesmo em procissões, começava a chover torrencialmente, parecendo que o mundo iria se desfazer em água. Porém, bastava retornar a imagem da Santa ao seu altar, que, o sol voltava a brilhar, afastando-se assim a promessa do cumprimento do trágico cataclisma.
O relato das mulheres lavadeiras se espalhou por toda a cidade e o medo se apossou de todos, vindo assim a fazer com que as mulheres nunca comparecessem sozinhas ao tanque, sempre iam acompanhadas ou em grupos. Ninguém se atrevia a passar a noite naquele ermo, porque, ao lado do coaxar dos sapos, ouvia-se plangente e lúgubre, o grito de um ser perdido em angústia e desesperança.
- Lenda da Gralha Azul: Há muito tempo atrás, nos campos de Lages, levava-se uma vida tranqüila e pacata. Só as festas, quermesses, casamentos ou pixuruns quebravam a sua monotonia.
Admiradores respeitosos de suas coisas, os serranos se surpreendiam vendo surgir onde menos se esperava, novos grupos de pinheiros, e por mais que o fizessem, não conseguiam explicação para o fato.
Conta-se que num certo tempo, esta gente serrana foi surpreendida por uma forte trovoada Em meio à correria e gritos, recolheram as criações e se abrigaram em suas casas junto ao fogo de chão. Um dos moradores atreveu-se a olhar a tempestade, desrespeitando as crendices populares que dizia ser perigoso olhar a tempestade. Ele viu uma cena jamais vista. Ele conta que no meio da tempestade uma avezinha - a gralha-azul - estava tentando se abrigar da tempestade, e um dos pinheiros gigantescos estirou os seus galhos como braços e acolheu a pobre avezinha. O morador foi correr para chamar o povo para ver, mas um clarão o surpreendeu e disse a ele que era para ele contar a todos o que tinha visto e tomar por exemplo.
Maravilhado o morador passou a explicar às pessoas que era a gralha a responsável pelo aparecimento de tantos pinheiros. Ela enterrava o pinhão para se alimentar no inverno, e esquecendo do lugar onde escondera, ela buscava outros, deixando na terra a semente de novos pinheiros. Fora, portanto, um gesto de gratidão que o pinheiro se envergava para proteger a pobre avezinha. A partir daquele dia todos souberam o porquê dos pinheiros surgirem sem que alguém os plantassem.
[editar] Alcunhas
- Boi de Botas: Por razões históricas, os lageanos receberam a alcunha de "Boi de Botas". Durante a Guerra Farroupilha, uma das maiores epopéias da história do Brasil, forças rebeldes aqui proclamaram a República, que acabou tendo uma vida efêmera. O idealismo da luta farrapa que durou 10 anos, e a valentia dos heróis anônimos, marcaram uma importante página na história de Lages.
Em 1839, aqui formaram um pelotão de Cavalaria, que seguiu serra a baixo, para o combate que objetivava a tomada de Laguna. Ao lado dos farrapos, lutaram Giuseppe e Anita Garibaldi. Em pleno combate, os canhões e carroções puxados por bois, atolaram na lama e foram retirados a força pela comitiva lageana, o que provocou o comentário do Comandante David Canabarro ao Coronel Serafim de Moura, que chefiava a expedição: "Seus soldados se portaram com tal bravura e força, como se fossem verdadeiros Bois de Botas". Em vista do civismo e bravura que o originou, "Boi de Botas" é sinônimo de heroísmo, de que se orgulham todos os lageanos.
- Ladrão de Cincerro: Sendo Lages, passagem e parada obrigatória de tropeiros e viajantes que levavam tropas de animais para Sorocaba - SP, onde eram vendidos numa feira, e tinham por costume acampar no local onde hoje existe a Igreja de Santa Cruz e a Cacimba. Acampavam e soltavam os animais para pastarem. A rapaziada da Vila, muito brincalhões (característico do lageano até hoje), à noite roubavam os cincerros ou colocavam palha de milho dentro dos mesmos, evitando assim que o tropeiro escutasse o barulho.
Muitas vezes os tropeiros pela manhã ao tentar reunir a tropa para seguir viagem, não conseguiam localizar os animais, pois não escutavam o som dos cincerros. Enquanto a rapaziada lageana escondida, davam grossas gargalhadas, atrás das moitas. Assim levaram a alcunha de Ladrão de Cincerro.
[editar] Turismo
Ocorre sempre no segundo semestre do ano no Parque Conta Dinheiro do Sindicato dos Proprietarios Rurais de Lages, a EXPOLAGES (nome sugerido por Irineu Pamplona), esta se tornou a segunda maior feira pecuaria do sul do Brasil.
O turismo rural ganhou relevante importância nos últimos anos, quando a cidade ganhou o título de Capital Sulamericana do Turismo Rural.
[editar] Turismo rural
Com a necessidade de aumentar a permanência do turista na região criou-se o Turismo Rural. E Lages ficou conhecida como a Capital Nacional do Turismo Rural. Diferente dos hotéis fazenda, o Turismo Rural oferece aos seus hóspedes a hospedagem de forma rústica, com a vivência junto à natureza. O ambiente é sempre familiar e acolhedor, principalmente no inverno com todos reunidos em volta do fogo de chão.
A primeira fazenda a operar no sistema de Turismo Rural foi a Fazenda Pedras Brancas. Foi pioneira no Brasil na implantação deste novo serviço que caiu no gosto dos turistas. Esta fazenda distingui-se das demais pelas formações rochosas de arenito. Inclusive, essas formações são excelentes para a prática de alpinismo e rapel. Para atrair o público as fazendas lageanas oferecem várias atrações como: lida campeira, domas, manejo de animais, ordenhas, cavalgadas, passeios ecológicos, pesca, sapecada de pinhão (na época da colheita da semente que vai de maio a agosto), pinhão cozido, chimarrão e muitos causos em volta do fogo de chão.
Na região serrana existem várias opções no Turismo Rural. Todas estão equipadas para oferecer uma bela estadia a seus visitantes, porém cada uma tem as suas próprias características. Todas são dirigidas por seus proprietários e suas famílias. Sempre contando com o auxílio dos peões e capatazes que através de gerações fazem parte do dia-a-dia das fazendas.
Em épocas de frio rigoroso (o que ocorria há quarenta atrás, quando nevava na região serrana), hoje devido as mudanças climáticas, este fenômeno natural ocorre esporadicamente a cada cinco anos. É prudente fazer a reserva para não correr o risco de não achar vagas nas fazendas ou frio intenso nessas épocas, pois a procura no inverno é intensa, principalmente durante a Festa Nacional do Pinhão que atrai visitantes de todo o Mercosul.
[editar] Principais eventos
- 19.ª Festa Nacional do Pinhão
- Festa Internacional do Lambari
- Expolages
- Motoneve
- Fashion Hair
- Glitz Moda Show
- Mercoleite
- FETEL - Festival Nacional de Teatro de Lages
- Aniversario de Lages
- Brilho de Natal
[editar] Pontos turísticos
- Catedral Diocesana
- Memorial Nereu Ramos
- Monumento Nereu Ramos
- Monumento Os Imigrantes
- Monumento Boi de Botas
- Monumento o Tropeiro
- Monumento Correia Pinto
- Museu Thiago de Castro
- Parque Jonas Ramos
- Mesquita Islâmica
- Praça Siqueira Campos
- Cacimba da Santa Cruz
- Monumento Traçador
- Igreja da Santa Cruz
- Salto do Rio Caveiras
- Parque Pedras Brancas
- Parque Natural Municipal João José Theodoro da Costa Neto
- Grupo Escolar Vidal Ramos
- Morro da Cruz
- Monumento à Bíblia (Pça. Joca Neves)
- Ginásio Jones Minosso
- Monumento Carro de Molas
[editar] Bairros
- Araucária
- Área Industrial
- Betes
- Beatriz
- Bela Vista
- Bom Jesus
- Boqueirão
- Brusque
- Caça e Tiro
- Caravágio
- Caroba
- Centenário
- Centro
- Cidade Alta
- Conta Dinheiro
- Copacabana
- Coral
- Cristal
- Cruz de Malta
- Dom Daniel
- Ferrovia
- Frei Rogério
- Gethal
- Gralha Azul
- Guarujá
- Habitação
- Ipiranga
- Jardim Celina
- Jardim Cepar
- Jardim Panorâmico
- Maria Luiza
- Morro do Posto
- Morro Grande
- Nossa Senhora Aparecida
- Nossa Senhora de Guadalupe
- Novo Milênio
- Passo Fundo
- Penha
- Petrópolis
- Pisani
- Popular
- Pró-Morar
- Restinga Seca
- Sagrado Coração de Jesus
- Santa Catarina
- Santa Cândida
- Santa Clara
- Santa Helena
- Santa Maria
- Santa Mônica
- Santa Rita
- Santo Antonio
- São Cristóvão
- São Francisco
- São Luiz
- São Miguel
- São Paulo
- São Pedro
- São Sebastião
- Triângulo
- Tributo
- Universitário
- Várzea
- Vila Comboni
- Vila Maria
- Vila Mariza
- Vila Nova
- Vila Prea
Total: 68 bairros
[editar] Observações
Nota ortográfica: Segundo as normas ortográficas vigentes da língua portuguesa este topônimo deveria ser grafado Lajes. |