Caramuru
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- Nota: Para outros significados de Caramuru, ver Caramuru (desambiguação).
Diogo Álvares Correia (Viana do Castelo, Portugal, 1475 — Tatuapara, Bahia, 5 de outubro de 1557) foi um náufrago português que passou a vida entre os índios do Brasil e facilitou seu contato com os primeiros administradores e missionários. Recebeu a alcunha Caramuru dos tupinambá. Considerado o fundador do município baiano de Cachoeira.
Caramuru foi o primeiro europeu a viver no Brasil, iniciando o longo processo de miscigenação que hoje diferencia esse país dos outros países do globo.
[editar] Vida
Originário do norte de Portugal, Viana do Castelo, nascido por volta de 1475, arribou à Bahia entre 1509 e 1511 como náufrago de uma embarcação francesa. Há historiadores que dizem:
Viajando para São Vicente por volta de 1510, o fidalgo da Casa Real Diogo Álvares naufragou nas proximidades do rio Vermelho, na baía de Todos os Santos. Seus companheiros foram mortos pelos tupinambá, mas ele conseguiu sobreviver e passou a viver entre os índios, de quem recebeu a alcunha de Caramuru, que significa moréia. | '
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Bem acolhido pelos Tupinambá, cujo morubixaba lhe deu uma das filhas, chamada Paraguaçu. Ao longo de sessenta anos manteve contactos com navios europeus que aportavam à Bahia. As relações comerciais com normandos levaram-no, entre 1526-1528, a visitar a França, onde a mulher foi baptizada em Saint-Malo, passando a chamar-se Catarina (Catherine du Brésil), em homenagem a Catherine des Granches, esposa de Jacques Cartier, que foi sua madrinha. Na mesma ocasião foi batizada outra índia tupinambá, Perrine, o que fundamenta a lenda de que várias índias, por ciúmes, se jogaram ao mar para acompanhar Caramuru quando este partia para a França com Paraguaçu.
No decurso do governo do donatário da capitania da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, recebeu importante sesmaria, tendo procurado exercer função mediadora entre os colonos e os índios, não conseguindo, todavia, evitar o recontro de Itaparica, onde Pereira Coutinho perdeu a vida.
Conhecedor dos costumes nativos, contribuiu para facilitar o contato entre estes e os primeiros missionários e administradores. Em 1548, tendo D. João III a intenção de instituir o Governo Geral, recomendou-lhe que criasse condições para que a expedição inicial fosse bem recebida, facto revelador da importância que havia alcançado.
Tomé de Sousa armou cavaleiros três dos seus filhos (Gaspar, Gabriel e Jorge) e um dos seus genros (João de Figueiredo) pelos serviços prestados à Coroa Portuguesa.
Dispensou importante colaboração aos jesuítas, servindo como intérprete na pregação, doutrina e confissão.
Catarina Paraguaçu e Caramuru tiveram vários filhos e filhas – Ana, Genebra, Apolônia, Graça, Gabriel, Gaspar e Jorge Álvares, que casaram com reinóis vindos com Martim Afonso de Sousa, dos quais descendem as mais importantes famílias da aristocracia baiana, entre os quais os Garcia d'Ávila, da Casa da Torre.
Algumas fontes afirmam que foi sepultado no Mosteiro de Jesus, dos jesuítas, em Salvador, atual Catedral Basílica, segundo outras fontes, seus restos mortais encontram-se na Igreja da Graça, onde foi enterrada sua mulher.
[editar] Ver também
- Caramuru, livro do Frei José de Santa Rita Durão.
- Caramuru - A invenção do Brasil, Filme de Guel Arraes.