Claude Simon
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Claude Simon (Antananarivo, 10 de Outubro de 1913 — Paris, 6 de Julho de 2005) foi um escritor francês e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1985.
Em 1914, perde o pai durante a Primeira Guerra Mundial. O convívio com a mãe em Perpignan se estendeu até 1924, quando ela morre em decorrência de câncer, assunto que o autor trataria apenas em seu último livro Le Tramway. Com a morte da mãe passa a ser tutelado por um primo alemão e uma avó. Em 1931 passou a estudar pintura, com André Lhote, e fotografia, ofícios que deixaram marcas em seu estilo particular.
Em 1936, parte para Barcelona para juntar-se aos republicanos na luta contra os franquistas durante a Guerra Civil Espanhola (a evocação desse período encontra-se no livro Le Palace de 1962). Em 1938, de volta à França começou a escrever seu primeiro livro Le Tricheur. Em 1939, foi mobilizado para lutar contra a frente alemã num regimento de cavalaria. Feito prisioneiro, fugiria do campo de concentração na Saxônia em 1940. Reentrando em França, especificamente em Salses juntar-se-ia à Resistência. Terminado o período de guerra se dedicaria à vinicultura, dividindo seu tempo entre aquela região e sua vida em Paris, morando na Place Monge, número três no quinto andar.
Depois de Le Tricheur, Claude Simon escreveria La Corde Raide(1947), Gulliver (1952) e Le Sacre du Printemps(1954). Livros preparatórios, que o autor rejeitaria reedições posteriores. Apenas com Le Vent(1957), o autor parece ter encontrado seu estilo, momento em que, como confessaria mais tarde, abandonou a idéia de escrever romances nos moldes tradicionais. Este romance e todos os posteriores seriam editados por Jerôme Lindon e sua editora Éditions de Minuit. Ligado ao Movimento do Nouveau Roman (Novo Romance) - que nos anos 50 procurou aprofundar as preocupações formais e questionamentos à elaboração do romance, já feitos por autores como Marcel Proust, James Joyce e Franz Kafka. Influenciado sobretudo pelo trabalho formal de Faulkner e da escritura em torno da memória como desenvolvera Proust, nos livros de Claude Simon estão interligadas as percepções sensoriais e a simultaneidade da memória. Como saber? Que saber? Pergunta-se o narrador de La Route de Flandres(1960) e que demonstra bem a incerteza porque caminham os personagens de Claude Simon e o próprio texto. "C'est en partie pour répondre à cette question que j'écris" (é em parte para responder a esta questão que escrevo) revelou certa vez o autor. Certo temas são recorrentes: O antepassado ilustre, general da época da Revolução Francesa, parte fundamental do romance-epopéia Les Géorgiques (1981), o êxtase sexual, os cavaleiros em marcha, sem sentido, para a morte, a avó e seu papel central na família e a guerra de Espanha. Temas recorrentes como a obra de um pintor, que retoma, reelabora e recria seu universo particular.
Apesar do relativo desconhecimento de público, mesmo o francês, a obra de Claude Simon ganha em audiência no mundo todo, traduzida por diversos idiomas,conquistando leitores e crítica, influenciou ainda a escritores como Richard Millet ou Philippe Sollers. Quando da atribuição do prêmio Nobel de Literatura a Academia Sueca justificou a escolha Pela novelística que combina a criatividade do escritor com a do poeta conscientes da influência do tempo no futuro da condição humana. morreu em 6 de julho de 2005 aos 91 anos. O primeiro ministro francês, Dominique de Villepin, que declarou sua “tristeza mais profunda” pela morte de Claude Simon. Como afirmou o ministro: "A literatura francesa perdeu um de seus grandes autores”.
[editar] Bibliografia
- 1945 : Le Tricheur, Éditions du Sagittaire
- 1947 : La Corde raide, Éditions du Sagittaire
- 1952 : Gulliver, Calmann-Lévy
- 1954 : Le Sacre du Printemps, Calmann-Lévy
- 1957 : Le Vent. Tentative de restitution d'une retable baroque, Éditions de Minuit
- 1958 : L'Herbe, Éditions de Minuit
- 1960 : La Route des Flandres, Éditions de Minuit
- 1962 : Le Palace, Éditions de Minuit
- 1966 : Femmes (sur vingt-trois peintures de Joan Miró), Éditions Maeght
- 1967 : Histoire, Éditions de Minuit
- 1969 : La Bataille de Pharsale, Éditions de Minuit
- 1970 : Orion aveugle, Skira
- 1971 : Les Corps conducteurs, Éditions de Minuit
- 1973 : Triptyque, Éditions de Minuit
- 1975 : Leçon de choses, Éditions de Minuit
- 1981 : Les Géorgiques, Éditions de Minuit
- 1984 : La Chevelure de Bérénice, Éditions de Minuit
- 1986 : Discours de Stockholm, Éditions de Minuit
- 1987 : L'Invitation, Éditions de Minuit
- 1988 : Album d'un amateur, Rommerskirchen
- 1989 : L'Acacia, Éditions de Minuit
- 1992 : Photographies, 1937-1970, Éditions Maeght
- 1994 : Correspondance avec Jean Dubuffet, L'Échoppe
- 1997 : Le Jardin des Plantes, Éditions de Minuit
- 2001 : Le Tramway, Éditions de Minuit
- 2006 : Oeuvres, Collection Pléiade, Gallimard [avec les livres Le Vent, tentative de restitution d'un retable baroque (1957), La Route des Flandres (1960), Le Palace (1962) La Bataille de Pharsale (1969), La Chevelure de Bérénice (Reprise du texte Femmes, 1972), Triptyque (1973), le Discours de Stockholm (1986, texte prononcé à l'occasion de la remise du Prix Nobel) et Le Jardin des Plantes (1997)]
[editar] Bibliografia (crítica literária)
- Bonhomme, Bérénice. Claude Simon, l´écriture cinématographique, Éd. L´Hartmann, 2005.
- Claude Simon, Chemins de la mémoire, Pug - Le Griffon d'argile, 1993.
- Claude Simon, La Route des Flandres, Klincksieck, coll. « Littératures contemporaines », 1997.
- Colloque Claude Simon, « Les sites de l'écriture », direction Mireille Calle, Queen's University, Nizet, 1995
- Colloque de Cerisy, Claude Simon, analyse/théorie, Uge, 10/18, 1975, réédité chez Impressions nouvelles, 1986.
- Dällenbach, Lucien, Claude Simon, Éd. du Seuil, collection « Les contemporains », 1988.
- Genin, Christine: L'expérience du lecteur dans les romans de Claude Simon. Lecture studieuse et lecture poignante. - Paris, Champion (Littérature de notre siècle, 6), 1997.
- Genin, Christine: L'écheveau de la mémoire. La Route des Flandres de Claude Simon. - Paris, Champion (Unichamp, 59), 1997.
- Guizard, Claire. Claude Simon : La répétition à l´oeuvre.Éd. L´Hartmann, 2005
- Janvier, Ludovic, Une parole exigeante, Minuit, 1984.
- Longuet, Patrick, Lire Claude Simon. La Polyphonie du monde, Éd. de Minuit, 1995.
- Prstojevic, Alexandre. Roman face à l´Histoire (Le)- Essai sur Claude Simon et Danilo Kis, Éd. L´Hartmann, 2005.
- Sur Claude Simon, Éd. de Minuit, 1987.
[editar] Ligações externas
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