Comando de Tropas Aerotransportadas
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O Comando de Tropas Aerotransportadas (CTAT) é o comando de natureza territorial do Exército Português responsável pela mobilização, instrução e organização das Tropas Aerotransportadas de Portugal. Apesar de integradas no Exército Português, a existência deste Comando dá às Tropas Aerotransportadas um elevado nível de autonomia, o que as torna quase num ramo separado, ao nível do Exército, Marinha e Força Aérea.
[editar] História
O CTAT tem origem no Corpo de Tropas Paraquedistas (CTP), adoptando este nome, aquando da passagem da Força Aérea Portuguesa para o Exército Português em 1993.
As tropas paraquedistas portuguesas foram organizadas em 1955, quando da criação do Batalhão de Caçadores Paraquedistas (BCP) da Força Aérea. Em 1961 o BCP sobe de escalão, passando a Regimento de Caçadores Paraquedistas (RCP), o qual incluia como subunidades o Batalhão de Instrução e o Batalhão de Caçadores Paraquedistas Nº11.
Durante os anos 60s, em virtude da Guerra do Ultramar, são criados batalhões independentes de paraquedistas nos diversos territórios africanos: Batalhão de Caçadores Paraquedistas Nº12 (BCP 12) na Guiné, BCP 21 em Angola e BCP 31 e BCP 32 em Moçambique. Em Moçambique, além dos batalhões regulares, são criados os Grupos Especiais Paraquedistas (GEP), constituídos por voluntários africanos enquadrados por oficiais pára-quedistas.
Com o final da Guerra do Ultramar, os batalhões de África são retirados para Portugal ou desactivados. Em 1975, é criado o Corpo de Tropas Paraquedistas (CTP), reunindo todas as unidades paraquedistas da Força Aérea. O CTP tinha como força operacional, a Brigada Ligeira de Paraquedistas (BRIPARAS), que incluia o Batalhão de Paraquedistas Nº11 (BP11), o BP21, o BP31, o Grupo Operacional de Apoio de Serviços, a Companhia Anti-Carro e a Companhia de Morteiros Pesados. Como unidades territoriais de apoio à força operacional, o CTP incluía a Base Operacional de Tropas Paraquedistas Nº1 (BOTP1), em Lisboa, a BOTP2 em Aveiro e a Base Escola de Tropas Paraquedistas em Tancos.
Em 1993 dá-se a transferências das tropas paraquedistas para o Exército. O CCTP é transformado em CTAT, o qual absorve também os militares qualificados como paraquedistas do então extinto Regimento de Comandos do Exército.
[editar] Organização
O CTAT é constituído pelas seguintes unidades territoriais:
- Quartel-General do CTAT;
- Escola de Tropas Aerotransportadas;
- Área Militar de S. Jacinto;
- Regimento de Infantaria Nº 3;
- Regimento de Infantaria Nº 15.
A força operacional do CTAT é a Brigada Aerotransportada Independente (BAI), constituída por unidades operacionais aquarteladas nas unidades territoriais do CTAT e de alguns outros Comandos do Exército. O comandante do CTAT, um Major-General, acumula as funções com o comando da BAI.
[editar] Uniforme
Em 1955 os paraquedistas foram pioneiros, no âmbito das Forças Armadas Portuguesas, no uso de dois itens especiais de fardamento: o Uniforme Camuflado e a Boina. Ao contrário das sugestões iniciais de adopção de uma boina de cor vermelha ou marron, seguindo o exemplo das tropas paraquedistas até aí existentes em outros países, o ministro da defesa de então, Santos Costa decidiu adoptar a cor verde. Segundo consta a cor verde era a da tinta da caneta que o mesmo usava para assinar os seus decretos. Desde essa altura até à actualidade, o principal símbolo dos paraquedistas portugueses é a Boina de cor Verde Escura (chamada Verde Caçador Paraquedista). Por essa razão, os paraquedistas portugueses têm a alcunha de "Boinas Verdes".