Cotovia
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Classificação científica | ||||||||||||
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Género | ||||||||||||
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A cotovia é uma ave passariforme da família Alaudidae, essencialmente europeia e asiática, ainda que exista também no norte de África.
A maioria reside na parte mais ocidental da sua área de distribuição. As cotovias que vivem na parte mais oriental têm movimentos migratórios mais acentuados em direcção ao sul, durante o inverno. As aves que vivem na área médio-ocidental da área referida movem-se também na direcção de terras baixas e zonas costeiras durante a época fria. Habitam preferencialmente espaços abertos, cultivados ou baldios.
São conhecidas pelo seu canto característico. O seu vôo é ondulante, caracterizado por descidas rápidas e ascensões lentas alternadas. Os machos elevam-se até aos 100 metros ou mais, até parecer apenas um ponto no céu onde descreve círculos e continua a cantar.
Tal como as calhandras, da mesma família, esta espécie é difícil de distinguir no chão devido ao seu dorso acastanhado com estrias escuras. O seu ventre é pálido, com manchas alvacentas. A cabeça apresenta um pequeno tufo também pardacento. Nas bordas da cauda alongada destacam-se duas linhas brancas, o que facilita a identificação da espécie, muito semelhante, por exemplo, à calhandra-de-crista.
Costuma fazer o ninho directamente sobre o chão, onde põe 3 a 6 ovos.
Alimenta-se de sementes. Na época do acasalamento acrescenta ao seu regime alimentar alguns insectos.
A cotovia foi também o nome informal da V Alaudae, uma legião romana recrutada por Júlio César.
[editar] Géneros de cotovia
Embora recebendo todas a designação de cotovia, há muitas espécies desta ave, reunidas em vários géneros. Eles são:
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[editar] Na literatura
A cotovia tem sido muito utilizada em canções e em poemas (é o nome de uma editora portuguesa especializada em poesia).
Na peça de William Shakespeare, Romeu e Julieta, os dois amantes, depois de uma noite de amor, discutem se o pássaro que ouvem lá fora é a cotovia ou o rouxinol, preferindo este último, que canta durante a noite, enquanto a cotovia anuncia o dia e, com ele, a separação dos amantes.
São Francisco de Assis tinha nas cotovias suas amigas prediletas na natureza, as chamava irmãs cotovias, a literatura franciscana é repleta de citações destes pássaros.
Uma ode, de Percy Bysshe Shelley sobre a cotovia inicia-se com uma frase bem conhecida do público anglófono:
Hail to thee, blithe spirit! Bird thou never wert!
Avé, alegre espírito! Tu que nunca foste pássaro!
Na Obra Os Miseráveis (Les Miserables) de Victor Hugo, o autor conta em determinado trecho a história de uma linda menina (Cosette) que após ser deixada aos cuidados de uma família má, devido aos maus tratos e trabalhos forçados, adquire um aspecto doente e fica muito magra, devido a isto as pessoas que a conhecem começam a chamá-la Cotovia.