Cyanobacteria
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Algas azuis |
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Anabaena sphaerica |
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Classificação científica | ||||
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Classes e Ordens | ||||
Classe Cyanophyceae |
O filo Cyanobacteria inclui as algas azuis, organismos aquáticos procariontes e fotossintéticos em forma de filamento, mas formando capas de matéria verde-azulada em águas paradas e eutróficas. A maioria das espécies encontra-se em água doce, mas algumas são marinhas ou ocorrem em solo húmido. Outras espécies são endosimbiontes em líquenes ou em vários protistas, fornecendo energia aos seus hospedeiros.
Foram durante muito tempo classificadas como algas, quer da divisão Cyanophyta, quer da classe Cyanophyceae (por isso o termo cianofíceas é ainda utilizado, embora o termo cianobactérias esteja a ganhar terreno) e estudadas pelos botânicos. Actualmente sabe-se que estes organismos não têm relação filogenética com qualquer dos grupos de algas, a não ser como prováveis antepassados dos cloroplastos – ver teoria da endossimbiose) – e encontram-se classificados como um filo (ou divisão, para os botânicos) dentro do domínio Bacteria.
O registo fóssil das cianobactérias indica que estes seres fotossintéticos apareceram no éon geológico Arqueano e devem ter sido responsáveis pelo aparecimento do oxigénio na atmosfera terrestre - o que parece ter acontecido há cerca de 2,5 biliões de anos, despoletando a origem da vida eucarionte e dando lugar ao que se chama actualmente o éon Proterozóico (que significa aproximadamente dos “animais primitivos”).
Existem cianobactérias unicelulares, coloniais e filamentosas. Algumas espécies produzem células diferenciadas:
- heterocistos, especializados na fixação de nitrogénio, e
- acinetos, especializados na acumulação de substâncias de reserva (por exemplo, o amido cianobacteriano).
A parede celular é uma estrutura com quatro constituintes, que cora como uma bactéria Gram-negativa:
- Uma camada fina de citoplasma por fora da membrana celular;
- Uma camada rígida composta de mureína (um peptidoglicano);
- Duas camadas de polissacáridos; e, por vezes,
- Uma camada espessa e gelatinosa, que agrega as células em colónias (ou filamentos rígidos).
As cianobactérias não possuem flagelos, mas algumas podem mover-se com a ajuda de fibras em espiral na parede celular. Na maior parte das espécies, a “maquinaria” fotossintética encontra-se em pregas da membrana celular, chamadas tilacóides. Algumas podem sintetizar matéria orgânica usando sulfureto de hidrogénio, como fazem outras bactérias autotróficas.
No que diz respeito aos pigmentos fotossintéticos, encontram-se duas formas nas cianobactérias: a maioria possui clorofila a juntamente com várias proteínas chamadas ficobilinas, que dão às células a cor típica azulada; alguns géneros, no entanto, não possuem ficobilinas e têm clorofila b para além da a, o que lhes confere uma coloração verde brilhante. Originalmente, estas últimas formas foram classificadas num grupo denominado “proclorofitos” ou “cloroxibactérias”, mas aparentemente desenvolveram-se em diferentes linhas de cianobactérias.
Algumas cianobactérias produzem cianotoxinas, entre as quais anatoxina-a, anatoxina-as, aplisiatoxina, cilindrospermopsina, ácido domóico, microcistina LR, nodularina R e saxitoxina.
Importância Ecológica
As cianobactérias foram os principais produtores primários da biosfera durante mais ou menos 1.500 milhões de anos, e continuam sendo nos oceanos. O mais importante é que através da fotossíntese elas encheram a atmosfera de O2. Continuam sendo as principais provedoras de N para as cadeias tróficas dos mares.