Dr. Fritz
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Dr. Fritz é a denominação de uma entidade espiritual que obteve renome mundial através da mediunidade de José Pedro de Freitas (José Arigó), a partir do final da década de 1950, no Brasil. Atua até aos nossos dias, através de diversos médiuns em todo o país e na Europa, utilizando diversas técnicas de tratamento espiritual.
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[editar] Biografia e lenda
Nenhum dos pesquisadores que se debruçou sobre o fenômeno Dr. Fritz, obteve sucesso em documentar a sua suposta vida terrena. Das informações esparsas colhidas em comunicações através de diversos médiuns ao longo dos anos, emerge uma versão popularmente aceita de que a entidade, em vida, teria usado o nome de Adolf Fritz, nascido em Munique, na atual Alemanha, cerca de 1876. Seu pai, asmático, recebeu recomendação médica para mudar de clima. Por essa razão, a família mudou-se para a Polônia, quando Adolf teria quatro anos de idade. Forçado a trabalhar desde cedo pela morte prematura de seus pais, custeou os próprios estudos, vindo a se formar em Medicina. Um mês após a sua formatura, um general chegou ao seu consultório com a filha gravemente enferma nos braços mas, a despeito de todos os seus esforços, a menina veio a falecer. O oficial responsabilizou Adolf pela morte da menina, conduzindo-o à prisão, onde sofreu maus-tratos e privações. Evadindo-se da prisão, Adolf foi para a Estônia, onde viveu durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Outra versão dessa suposta biografia sustenta que Adolf ingressou no quadro de Saúde do Exército Alemão, no posto de Capitão, como Clínico Geral. À época da Primeira Guerra, teria atendido os feridos no campo de batalha onde, por falta de instrumentos adequados, acumulou experiência no atendimento de emergências e de prática cirúrgica utilizando os limitados recursos que o front lhe oferecia.
Adolf Fritz teria falecido em 1918, aos quarenta e dois anos de idade, embora se desconheçam informações sobre as causas e o local desse evento.
[editar] Os médiuns
Após deixar o plano físico, tendo sido esclarecido acerca de sua nova condição, Dr. Fritz teria iniciado o atendimento espiritual no Brasil, inicialmente através de uma irmã de caridade. Outros autores afirmam que esse início foi através de um médium na Bahia, o qual cobrava por suas consultas, o que teria prejudicado a relação.
[editar] José Arigó
Ainda através de relatos esparsos, surgiu a versão de que Adolf Fritz e José Pedro de Freitas, encarnados à época da Primeira Guerra, haviam sido companheiros e amigos. Posteriormente, à época da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), José Pedro teria encarnado no Brasil, tendo a entidade Dr. Fritz aqui vindo trabalhar a convite de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Afirma-se ainda que, após a desencarnação violenta, José Pedro teria passado a trabalhar como Enfermeiro na falange da entidade.
[editar] Edvaldo Oliveira e Oscar Wilde
Após a morte de José Pedro de Freitas, em janeiro de 1971, num acidente de carro que o próprio médium previu, a entidade passou a se manifestar através dos médiuns baianos Edvaldo Oliveira (também nomeado como Edivaldo Wilde) e, após o seu falecimento, seu irmão, Oscar Wilde: numa trágica coincidência, a seu tempo, ambos também conheceram a morte em acidentes automobilísticos.
Nascido em Vitória da Conquista, no estado da Bahia, Wilde atendia ao som da Ave-Maria e, como o seu antecessor, empregava como instrumento cirúrgico qualquer objeto perfuro-cortante, que podia ser um canivete ou uma faca de cozinha. Afirma-se que, no consultório que mantinha em um Centro Espírita, chegou a atender mais de 400 mil pacientes. Antes de falecer, Wilde também foi investigado pelas autoridades, chegando a ser acusado de charlatão pela Associação Espiritualista da Bahia.
[editar] Maurício Magalhães
Ainda após a morte de José Pedro de Freitas, afirma-se que a entidade passou a se manifestar por intermédio da mediunidade do matogrossense Maurício da Silva Magalhães – pelo período de seis anos - e, em seguida, da do Dr. Edson Queiroz.
[editar] Edson Queiroz
Ao final da década de 1970, entidade passou a utilizar como veículo a mediunidade do pernambucano Edson Cavalcante Queiroz, um médico ginecologista. A seu turno, Edson também sofreu questionamentos por parte das autoridades, especialmente pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE), que chegou a processá-lo por infringir o Código de Ética Profissional. Julgado, foi condenado e teve o seu registro profissional cassado. Dois anos mais tarde, em 1985, foi absolvido pelo Conselho Federal de Medicina.
[editar] Rubens Farias Júnior
Em meados da década de 1980, e particularmente após o assassinato de Edson Queiroz, a facadas pelo seu caseiro, em 1991, a entidade passou a se manifestar pela mediunidade do paulista Rubens Farias Jr., Engenheiro Eletrônico que residia no Rio de Janeiro.
[editar] Outros médiuns
- Aran Silva (Minas Gerais)
- Francisco Monteiro (Minas Gerais)
- Gilmar (Itália)
- Murilo Magalhães (Santa Catarina)
[editar] Técnicas
As técnicas da entidade têm variado nas últimas cinco décadas, evoluindo do receituário instantâneo e das cirurgias empregando instrumentos perfuro-cortantes normalmente inadequados e sem assepsia, até outras técnicas de tratamento espiritual como o emprego de água fluidificada, passes, desobsessão, e outras. Chamavam a atenção o fato de as cirurgias, mesmo sob as condições sépticas mais adversas, apresentarem reduzido ou nenhum sangramento, ausência de infecção pós-operatória, rápida cicatrização dos cortes sem necessidade de suturas, redução ou mesmo ausência de dor durante os procedimentos.
[editar] Ver também
- Dr. Clayton, entidade espiritual neerlandesa que atuou por intermédio do médium Geraldo de Pádua, no Brasil.
- Dr. Ludwig Scharf, entidade espiritual alemã que atuou por intermédio do médium Waldemar Coelho, no Santuário Ramatis em Leme, São Paulo, também no Brasil.
- Espiritualismo
- Espiritismo
- José Pedro de Freitas
- Edson Cavalcante Queiroz
- Rubens Farias Jr.
- Tratamento espiritual
- Palmelo
[editar] Bibliografia
- ALVARENGA, Luiz Octávio. Curas Espirituais e tratamentos mediúnicos (Coleção Profecia, nº 5). Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S/A, .
- COMENALE, Reinaldo. "Zé Arigó", oitava maravilha. Belo Horizonte: Ed. Boa Imagem, 1968. 208p. il. [tradução de Enrique Martin Blanco; prefácio de Chico Xavier]
- FULLER, John Grant. Arigo: surgeon of the rusty knife. New York: Thomas Y. Crowell, 1974. 274p. [prefácio por Henry K. Puharich, MD] ISBN 0690005121
- PIRES, J. Herculano. Arigó: vida, mediunidade e martírio (4a. ed.). Capivari (SP): Eme, 1998. 193p. ISBN 8573530499
- RENAULT, Frank. Médiuns, Espíritas e Videntes: seus segredos e poderes. Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint S/A, 1984. 112p. il.