Frente Popular para a Libertação da Palestina
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A Frente Popular para a Libertação da Palestina (em árabe الجبهة الشعبية لتحرير فلسطين - al-jabhah al-sha`biyyah li-tahrīr filastīn; em inglês: Popular Front for the Liberation of Palestine, PFLP) é uma organização política e militar palestiniana de orientação marxista-leninista fundada em 1967. Outrora uma importante organização, a Frente Popular para a Libertação da Palestina perdeu importância nos anos 90, tendo ressurgido durante a Segunda Intifada, iniciada em Setembro de 2000. O actual líder da organização é Ahmed Jibril. A União Europeia e os Estados Unidos classificam a organização de terrorista[1] [2]
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[editar] Formação e primeiras acções
A organização foi fundada a 11 de Dezembro de 1967 por George Habash, um médico palestiniano oriundo de uma família de cristãos ortodoxos. A organização surgiu no contexto que se seguiu à Guerra dos Seis Dias, que levaria à invasão israelita da Cisjordânia, tendo sido criada como uma organização de resistência.
A nível ideológico combinava elementos do marxismo-leninismo e do nacionalismo árabe. O seu objectivo era a destruição do estado de Israel, que considerava como uma presença imperial do Ocidente no Médio Oriente. Opunha-se igualmente às monarquias conservadoras árabes do Médio Oriente.
A sua primeira acção ocorreu a 22 de Julho 1968, com a captura de um avião da companhia área israelita El Al que fazia um viagem de Roma para Tel Aviv.
No mesmo ano a organização uniu-se à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), principal organização do movimento nacionalista palestiniano, liderada por Yasser Arafat, que na época admitia o uso da violência para alcançar objectivos políticos. A FPLP tornou-se a segunda maior facção da OLP, após a Fatah de Arafat.
Em 1970 a organização desviou três aviões com passageiros, que levou para a Jordânia, onde a OLP se encontrava instalada. Após retirarem todos os passageiros dos aviões, os membros do grupo explodiram-nos. Em resposta a este acto, o então rei da Jordânia, Hussein, ordenou a expulsão da OLP do seu país.
O acto mais mediático do grupo ocorreu no dia 27 de Junho de 1972. Numa acção conjunta com a organização da Alemanha Ocidental, Facção Exército Vermelho (mais conhecida como Baader-Meinhof), membros do grupo procederam ao desvio de um vôo da Air France que viajava de Tel Aviv para Paris como uma escala em Atenas. O avião foi levado para Entebbe, no Uganda. O grupo solicitava a libertação de cinquenta a três militantes detidos em Israel e em outros quatro países. A 4 de Julho um comando do exército israelita conseguiu a libertação os passageiros que tinham sido feitos reféns[3].
[editar] Grupos dissidentes
As primeiras cisões no grupo ocorreram em 1968 quando Ahmed Jibril separou-se do grupo para formar a Frente Popular para a Libertação da Palestina - Comando Geral.
Em 1969 nasceria a Frente Democrática para a Libertação da Palestina, liderada por Nayef Hawatmeh.
[editar] Declínio
A decadência da União Soviética no final da década de 80 teria consequências negativas para a organização, já que representou a perda de um importante apoio. Ao mesmo tempo, a ascensão do Hamas faria com que o grupo perdesse adeptos e simpatizantes nos Territórios Ocupados.
Em 1993 grupo opôs-se aos Acordos de Oslo assinados entre a OLP e Israel, tendo boicotado as eleições para a Autoridade Nacional Palestiniana organizadas em 1996. Contudo, o grupo aceitou a formação do governo palestiniano, no qual procurou integrar-se.
Em 2000 Abu Ali Mustafa substituiu George Habash como líder do grupo. Mustafa seria assassinado por Israel num ataque ao seu escritório em Ramallah a 27 de Agosto de 2001. Ahmed Sadat passaria a ser o novo líder, mas dado que este foi detido pela Autoridade Palestiniana, sob pressão de Israel e dos Estados Unidos por alegado envolvimento no assassinato de um ministro israelita o grupo passaria a ser liderado por Ahmed Jibril, antigo líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina - Comando Geral.
[editar] A Segunda Intifada
A primeira acção cometida pelo grupo após o começo da Segunda Intifada (ou Intifada de Al-Aqsa) foi a morte de um civil israelita, Meir Lixenberg, morto enquanto viajava de carro pela Cisjordânia. Segundo a organização o acto foi realizado em retaliação pelo assassinato de Abu Ali Mustafa.
A 17 de Outubro de 2001, membros do grupo assassinaram a tiro o ministro do turismo de Israel, Rehavam Zeevi, num hotel de Jerusalém, alegando novamente que a morte foi uma forma de retaliação pela morte de palestinianos.
A organização reivindicou também um ataque suicida numa pizzaria em Karnei Shomron a 16 de Fevereiro de 2002, acto do qual resultou a morte de três civis israelitas, bem como um atentado suicida num mercado de Netanya a 19 de Maio de 2002, que provocou também três mortes de civis israelitas [4].
Em 2006 a organização participou nas eleições legislativas palestinianas como "Lista Abu Ali Mustafa", tendo alcançado 4,2% dos votos, o que se traduziu em três lugares no Conselho Legislativo Palestiniano. A sua melhor votação foi alcançada em Belém (9,4%).
[editar] Referências
- ↑ http://library.nps.navy.mil/home/tgp/pflp.htm
- ↑ http://europa.eu/rapid/pressReleasesAction.do?reference=PRES/05/27&format=HTML&aged=0&language=PT&guiLanguage=en
- ↑ http://news.bbc.co.uk/onthisday/hi/dates/stories/july/4/newsid_2786000/2786967.stm
- ↑ http://web.amnesty.org/library/index/ENGMDE020032002