Hikikomori
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Hikikomori (ひきこもり ou 引き篭り, literalmente "excluído socialmente, estar confinado") é um termo de origem japonesa que designa um comportamento de extremo isolamento doméstico. Os hikikomori são pessoas geralmente jovens ou adolescentes que se retiram completamente da sociedade, vivendo como ermitões excluídos de qualquer forma de vida social. Em geral, moram com os pais, e os que trabalham possuem uma interação mínima com outras pessoas. Esse tipo de comportamento é preocupante e encontrado em todos os centros urbanos do mundo, surgido principalmente graças ao alto grau de perfeição exigido das pessoas em qualquer tarefa hoje em dia e à pressão acarretada por tal exigência, o que acaba levando muitas pessoas a problemas psicológicos de baixa auto-estima, comportamento isolacionista e, em alguns casos extremos (como o caso de Tsutomu Miyazaki), tendências sociopáticas graves.
O fator de pressão psicológica é agravado pela situação econômica geral da sociedade japonesa atual e da mudança de mentalidade na criação dos filhos, que permite que uma pessoa viva com os pais indefinidamente sem que sofra nenhum tipo de pressão ou exigência para que saia e arranje atividades quotidianas com maior convívio social fora de sua casa. Em outras palavras, a vítima é praticamente forçada ao isolacionismo e não há nenhum tipo de iniciativa por parte das pessoas mais próximas de retirá-las desse estado.
Recentemente, o fenômeno Hikikomori foi enquadrado como um distúrbio psicológico pelo Ministério da Saúde japonês, que através de pesquisas em conjunto com especialistas da área de saúde, descobriram que cerca de 50 mil japoneses são vítimas do fenômeno, não sendo portanto um problema que afete parte significativa da sociedade. Dados do psicólogo Saito Tamaki, criador do termo e pioneiro na pesquisa sobre tal fenômeno, indicam um quadro muito mais sombrio: um milhão de jovens do sexo masculino seriam vítimas desse distúrbio, o que leva ao assombroso quadro de 20% da população adolescente masculina (ou 1% da população do país inteiro) vivendo em reclusão quase que total. É um tanto óbvio que graças ao comportamento isolacionista ao extremo das vítimas, o número exato de Hikikomori existentes atualmente não pode ser medido com exatidão, e provavelmente está entre um dos dois extremos propostos pelos dados fornecidos. Há informações de que Tamaki teria posteriormente admitido em sua autobiografia (Hakushi no kimyo na shishunki) que esse número não tem base factual e foi empregado apenas para chocar e chamar atenção para o problema.