Hurritas
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Os hurritas eram um povo da Mesopotâmia, vivendo no extremo norte da região, entre os Montes Urais e o lago Vam (no leste da atual Turquia).
Consta que em sua origem eram um povo indo-germânico ou indo-ariano, procedente da Índia. Teriam migrado para o ocidente juntamente com os cassitas e se estabeleceram no Mitani, formando na região um poderoso Estado denominado reino do Mitani. Por isso, os hurritas foram denominados mitannitas pelos historiadores, justamente por terem elevado a região ao destaque político mundial da época.
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[editar] Política e Religião
Politicamente, eram organizados em uma monarquia em que o mais ilustre dos guerreiros era o rei, estavam divididos em classes de guerreiros denominados Maryas: seus sacerdotes não adoravam os deuses semíticos da Síria-Canaã ou Mesopotâmia, estes, foram substituídos pelas imagens de Mitra, o vencedor da luz contra as trevas de Indra, que dominava as tempestades; e de Varuna, condutor do curso eternamente regular do universo; a estes deuses entoavam um canto denominado mantra. Todos esses nomes têm como origem a Índia.
[editar] Cultura
Eram criadores fanáticos de cavalos, animais raros e quase desconhecidos entre os semitas; os Indo-Germânicos introduziram o cavalo entre os semitas principalmente como arma de ataque durante seus constantes ataques à terra de Sinear e durante suas invasões. De acordo com relatos, esses animais seriam mais apreciados entres os hurritas do que o próprio homem. O cronista Kikkuli chegou a escrever uma verdadeira obra sobre a arte de criar estes animais, não deixando a desejar às técnicas de criações atuais. Chegavam até mesmo a treiná-los para não relincharem durante os combates, pois poderiam denunciar as tropas em uma emboscada. Os hurritas também introduziram o carro de combate mais adaptado para a guerra, sendo este copiado pelos hititas mais tarde e empregados como arma à frente da infantaria.
[editar] História
Acompanhando os cassitas e hititas na sua invasão à Mesopotâmia, os hurritas conquistam a região conhecida como Mitanni no extremo norte da Mesopotâmia estabelecendo a sede de seu reino na cidade de Nuzi e conquistam a Assíria que 75 anos antes fora atacada pelos cassitas e estava debilitada, unindo-a ao seu nascente Império. Os hurritas passaram a expandir-se no norte da Mesopotâmia, aproveitando que os cassitas não estavam interessados pela região, e sim na Acádia e Suméria e nem aí estabeleceram reinos ou dinastias, pois estavam apenas interessados em tributos e pilhagem, e quem não o pagasse eram invadido e pilhados.
O rei hitita Mursilis, por sua vez, não pôde manter o domínio sobre a Babilônia (cidade rica e populosa), ficando esta a 1.200 quilômetros de Hattusas, o seu centro de poder.
[editar] Cronologia
- 1532 a.C- Amósis, faraó do Egito, continuou a guerra de expulsão dos Hicsos, iniciada por seu pai conseguindo seu objetivo após 10 anos de guerra contra Khamudi; termina os combates com vitória de Amósis. Ele expulsou os hurritas do Egito, perseguindo-os pela Canaã, Fenícia e Síria onde os hicsos talvez, tivessem algum controle ou aliado, até a cidade de Karkemish junto ao rio Eufrates, onde se deteve em choque militar com um povo em marcha: os hurritas do Mitani. Teve início de uma série de conflitos que duraria 132 anos.
- 1500 a.C- Inicia-se um longo período de guerras entre o Mitani e o Egito sobre os ricos territórios da Síria, Canaã e Fenícia; durante quase 132 anos interruptos os dois povos disputaram palmo a palmo as regiões em litígios, ora um Estado obtinha a supremacia, ora outro.
- Morre Telepinus, rei hitita. Após sua morte, pouco se sabe sobre os reis que lhe sucederam nos dois séculos que se seguiram. (Por quase 130 anos a história dos hititas se tornou um hiato, foi um período de pouca atividade militar, política e cultural fora das fronteiras naturais da Ásia Menor; somente explicado pela ascensão dos Hurritas do Mitani como potência local, entre a Ásia Menor, a Mesopotâmia e o Egito). Sucedendo a uma seqüência de reis fracos da qual Telipinus fora o último, assume o novo rei hitita, Alluwamnas, que inicia um novo período de glória na história dos hititas.
- 1459 a.C- Logo após a morte de Hatshepsut, Tutmósis III lançou-se em combate pela Ásia para recuperar os territórios perdidos para os mitannitas, em 17 campanhas militares entre esse ano até o ano de 1439; recuperou Canaã de imediato, mas, teve que lutar bastante na Síria, onde os mitannitas haviam estabelecido fortes posições; o conflito durou mais de uma geração. Tutmósis teve que renunciar aos pontos mais distantes do Eufrates, sendo a fronteira com os mitannitas fixada entra a Síria e Canaã. Lançou-se também em campanhas contra a Núbia, onde estabeleceu a capital provincial em Napata, perto da 4ª Catarata.
- 1423 a.C- Amenófis II (Akheprure), assume o trono do Egito devido a morte de seu pai. Teve necessidade de afirmar sua autoridade. Seus feitos militares, não passaram de demonstração de força para intimidar àqueles que conspiravam contra o seu reinado. Atacou a Síria em poder dos mitanitas, entretanto o resultado foi duvidoso, uma vez que o Egito perdeu terreno na região. O ataque foi uma resposta às constantes incursões das tropas do Mitani em territórios egípcios e uma advertência às outras potências da região: Hititas e Babilônia que vinham se recuperando de um período de fraqueza.
- 1414 a.C- No nono ano de seu governo, Amenófis, recebeu presentes das outras três potências da época: Mitani, Hititas e Babilônia. Era um sinal de possíveis acordo diplomático entre os quatros grandes da época. Os hititas e os babilônios vinham se recuperando de um período de relativa fraqueza; enquanto os mitânnios estavam no auge de seu poder.
- 1410 a.C- Na Mesopotâmia o Sumo-Sacerdote da cidade de Assur, na Assíria, faz-se aclamar rei; submetendo-se à vassalagem aos hurritas do Mitanni
- 1400 a .C- Os hurritas do Mitanni ofereceram a paz ao Egito; de inimigos, tornaram-se aliados, cedendo a este os territórios em disputa; motivo: os hititas começaram a se expandir sobre suas fronteiras no norte da Mesopotâmia, agora, decididos a construir um império na Ásia. Esse acordo evitava guerra em duas frentes, concentrando a luta contra os novos vizinhos que lhes disputava a Anatólia a Cilicia e a Síria. Provavelmente foi Arnuwandas-II quem iniciou esse primeiro ataque fora das fronteiras naturais da Anatólia. Apesar da fraqueza dos reis hititas entre os anos de 1590 a 1375, eles conseguiram preservar os domínios hititas de mudanças fundamentais, embora o Império sofresse constante pressão externa dos hurritas do Mitani. Para a sorte da terra de Hatti, os hurritas sofriam concorrência dos egípcios pelo controle da Síria e Fenícia, aliviando a pressão sobre eles, dando-lhes condições de manter-se frente aos mitânios.
- 1396 a.C- Na Mesopotâmia com a destruição gradativa do poder dos hurritas pelos hititas, o rei de Assur reconquista os territórios assírios aumentando gradativamente o seu poder.
- 1386 a.C- Eriba-Adad-I torna-se rei da Assíria; aliando-se aos hititas na Mesopotâmia contra os hurritas do Mittani, vai ocupando os territórios dos mitanitas à medida que estes são vencidos pelos hititas. Ë o início do poder da Assíria.
- 1370 a.C- Fim do reino do Mitani; os hititas liderados por Shuppiluliumas, dispondo que dos mesmos recursos e técnicas militares semelhantes aos hurritas, arrasaram a capital desse reino a cidade de Nuzi e embora a saqueasse não escravizou sua população. Numa só batalha todo o reino foi submetido e seus súditos enfileirados nos exércitos hititas. Os hurritas foram tratados como povo federado ao império dos hititas, pois ambos os povos pertenciam a mesma etnia. Também era a política de evitar a revolta dos povos submetidos. Ele subtraiu do território dos hurritas a Síria e a região da cidade de Karkemish, fundando diversos pequenos reinos, entregando-os a seus filhos. Essa vitória coube ao rei hitita Shuppiluliuma e ao novo minério até então desconhecido dos povos: O ferro! pois somente os hititas conheciam na Terra a fonte da matéria prima e a técnica de fundi-lo para forjá-lo; injetando-lhe oxigênio. Com a destruição do Mitani, os hititas ocuparam suas terras entre o rio Tigre e o Orontes e passam a disputar ao Egito os territórios da Síria-Canaã e Fenícia, e os assírios reconquistaram a independência de Nínive e todos os territórios na Mesopotâmia que antes lhes pertenciam, ocupando o norte e o centro da região, fundando o que viria a ser por 747 anos o Império Assírio.
[editar] Soberanos
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