Inteligência coletiva
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Inteligência coletiva é um conceito surgido a partir dos debates promovidos por Pierre Lévy sobre as tecnologias da inteligência, caracterizado por um novo tipo pensamento sustentado por conexões sociais que são viáveis através da utilização das redes abertas de computação da Internet. A própria Wikipédia é uma exemplar da manifestação desse tipo de inteligência, na medida em que permite a edição coletiva de verbetes e sua hipervinculação (links hipertextuais).[1][2][3]
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[editar] CaracterÃsticas
São também caracterÃsticas da inteligência coletiva o uso da interatividade, das comunidades virtuais, dos fóruns, dos weblogs e wikis para construir e disseminar os saberes globais, baseados no acesso à informação democratizada e sua constante atualização. Assim as produções intelectuais não seriam apenas exclusivas de uma pessoa, paÃs ou classe social isolada, mas dos crescentes coletivos que têm acesso à Internet.
[editar] Professor do futuro
Segundo essa perspectiva, o professor do futuro desempenha o papel de estimular os alunos, facilitando a troca de informações e a construção do conhecimento a partir do debate e da crÃtica, aprendendo e ensinando simultaneamente. Com as ferramentas da Internet, fica cada vez mais fácil lançar mão desses recursos para ampliar (no tempo e no espaço) a inteligência coletiva.
Como resultado de uma mobilização e integração dos conhecimentos globalmente dispersos, a inteligência coletiva tende a desconcentrar os poderes e valorizar a participação de cada indivÃduo, resultando daà o reconhecimento e o enriquecimento cultural de todos.
A interconexão generalizada entre as pessoas tem chamado a atenção de muitos teóricos.
[editar] Interconectados
Temas como “inteligência emergente†(Steven Johnson), “coletivos inteligentes†(Howard Rheingold), “cérebro global†(Francis Heylighen), “sociedade da mente†(Marvin Minsky), “inteligência conectiva†(Derrick de Kerckhove), “redes inteligentes†(Albert Barabasi), “inteligência coletiva†(Pierre Lévy), “capital social†(James Coleman e Robert Putnam) são cada vez mais recorrentes nas análises e debates sobre que apontam para uma mesma situação: estamos em rede, interconectados com um número cada vez maior de pontos e com uma freqüência que só faz crescer.
[editar] Coletividade
A partir disso, torna-se claro que podemos hoje compreender muito melhor a atividade de uma coletividade, a forma como comportamentos e idéias se propagam, o modo como notÃcias afluem de um ponto a outro do planeta etc.â€(Rogério da Costa, 2004). Dessa forma, decisões individuais e coletivas parecem estar chamando cada vez mais a atenção dos estudiosos de redes sociais, dos sociólogos, dos especialistas em gestão do conhecimento e da informação, enfim, de todos aqueles que pressentem que há algo de novo a ser investigado, que a interação coletiva pode ser compreendida dentro de uma certa lógica, dentro de certos padrões, que emergem juntamente com os dinamismos inerentes aos processos de coletivização cada vez mais abrangentes tanto em modalidades quanto em ritmos.
Estudar o entrelaçamento de conexões, explorando os limites conceituais e os diversos significados da ação coletiva (afluente), em sua história e nas perspectivas atuais das quais se reveste, envolve um processo de estabelecimento dos sentidos das proposições nas idéias de compartilhar/colaborar na produção de idéias, através da interdisciplinaridade. Evidencia-se o propósito de eliciar a emergência de sÃnteses criativas que viabilizem o tratamento de dados para análise e proposição de cartografias para as redes emergentes nos horizontes cada vez mais heterogêneos do humano.
[editar] Ética de afirmação
Em Spinoza, Deleuze (Spinoza et le problems de l'expression:1968) encontra uma “ética de afirmação†ou uma “polÃtica dos corposâ€. Este encontro ocorre através de uma abordagem semiológica de Spinoza em sua teoria da expressão e, através, ainda, de Foucault via “A era da representação†em “As palavras e as coisas†(1966) onde é estabelecida uma relação representativa entre o conhecimento e o mundo. Nesta leitura de Deleuze, Spinoza paga tributo à dimensão da expressão em si mesma – e conseqüentemente ao que é expressivo – significante – e ao que é expresso – significado. Seguindo este paradigma, Spinoza descreve a constituição de ‘boas idéias’ através de dois corpos entrando em contato: “quando dois corpos se encontram, sua influência mútua não é instituÃda simplesmente pela discussão mas através da troca de argumentos dentro dos limites de uma afeição mútua, ‘a conexão ocorre através da ‘expressão’. A formação de um ‘senso comum’ (notio communis) – literalmente – começa quando há o encontro de dois (ou mais) corpos e - onde ‘corpo’ pode também ser compreendido como corpo ‘intelectual’ ou um ‘corpo de conhecimentos’. Os julgamentos morais aqui, não são obtidos através do ‘sensu communis’ como em Kant, onde eles são produto de uma relação de respeito a uma hipotética comunidade universal do humano, aqui, eles emergem da conjunção com o outro ou com os outros em todas as suas múltiplas singularidades, compondo um volátil conjunto destas – um Novo – em contÃnuo devir.
[editar] Ação coletiva
"O campo da ação coletiva em rede mostra-se pertinente à esta discussão, pois ela é a expressão genuÃna de uma inteligência afluente, que também chamamos de ação coletiva inteligente. Howard Rheingold narra, em seu livro Smart Mobs, como o recente movimento social nas Filipinas, que depôs o então presidente Estrada, resultou da inteligência afluente da população. No dia do julgamento do processo de impeachment do presidente, mensagens enviadas através de celulares conseguiram mobilizar em questão de minutos mais de um milhão de cidadãos diante do Congresso. É válido dizer que esse movimento de confluência de pessoas numa direção fÃsica foi também acompanhado por um fluxo de inteligência afluente, que se traduziu na percepção pública da força de uma idéia, capaz de mobilizar a tantos de forma consciente. A inteligência afluente é aquela que permite ao coletivo lidar com o imprevisto, que lhe dá flexibilidade na ação. As redes digitais, por sua vez, são hoje um fator chave para a compreensão da lógica da ação coletiva e de sua evolução. Testemunhos como os de Howard Rheingold, por exemplo, vêm comprovando que a sinergia entre as pessoas via web, dependendo do projeto em que estejam envolvidas, pode ser multiplicada com enorme sucesso. As diversas formas de comunidades virtuais, a estratégia P2P, as comunidades móveis, a explosão dos blogs e wikis, a recente febre do Orkut são provas de que o ciberespaço constitui um fator crucial no incremento do capital social e cultural disponÃvelâ€. (Rogério da Costa em Razão e Palavra, novembro 2004).
[editar] Ver também
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- Consciência coletiva
- Inteligência coletiva
- Think tank
[editar] Bibliografia
- Mais informações sobre Inteligência Coletiva ver Lévy, Pierre: "A inteligência coletiva". São Paulo: ed. Loyola, 1998.
- Rogério da Costa em Razão e Palavra, novembro 2004