Língua Hausa
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Hausa (هَوُسَ) | ||
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Falado em: | Benin, Burkina Faso, Camarões, Gana, Níger, Nigéria, Togo | |
Total de falantes: | 24 milhões como lingual nativa, 15 milhões como segundo idioma | |
Posição: | 41 | |
Classificação genética: | Afro-asiática Chádico Chadico Ocidental "A" Chádico Ocidental "A.1" Chádico Ocidental Hausa |
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Códigos de línguas | ||
ISO 639-1: | ha | |
ISO 639-2: | hau | |
ISO/DIS 639-3: | hau |
A língua Hausa ou Hauçá, como é conhecida no Brasil, é a língua chádica com maior número de falantes, falada como primeira língua por 24 milhões de pessoas e como segunda língua por mais de 15 milhões de pessoas.
Dito por Nina Rodrigues, ela é sobretudo uma das línguas africanas mais importante pela extensão territorial em que é falada e pelos fins sociais a que serve. O Hauçá, cujos dialetos são numerosos, escreve Hovelacque, é de alguma sorte a língua do Sudão. Nenhum outro idioma da África Central é tão espalhado como o Hauçá; seu território, ao sudeste do Sonrai, entre o Niger e o país de Bornu, é muito extenso: é a língua comercial da África Central. O Hauçá é muito conhecido graças especialmente aos trabalhos do missionário James F. Schôn.
Segundo Reclus: "O Haçsá que Richardson chamava de sudanês, como se este idioma fosse a língua de todo o Sudão, é pelo menos o falar mais geral em toda a extensão compreendida entre o Saara, o lago Chade, o golfo da Guiné e as montanhas de Kong; mesmo fora deste vasto território serve-se dele em todos os mercados, concorrentemente com as línguas locais; nas bordas do Mediterrâneo, cada cidade comercial, Tripoli, Tunis, Algéria, tem a sua colônia de negros que conversam em hauçá. A nação Haussá propaga a sua língua tanto pelos seus mercadores como pelos seus escravos; em países estrangeiros, os servos Haussás ensinam a seus senhores o idioma político por excelência, o dos mercados e das cortes. Pela sua bela sonoridade, pela riqueza do seu vocabulário, pela simplicadade de sua estrutura gramatical, e o equilíbrio gracioso das frases, o Haussá merece, com efeito, um dos primeiros lugares entre as línguas da África.
Não é fácil compreender como uma língua, assim dotada, pudesse ter sido suplantada no Brasil pelo Nagô na preferência para língua geral dos escravos negros. Com efeito, não só, pelo menos no começo do século XIX, foi muito avultado o número de escravos hauçás existentes na Bahia, como eram ainda eles que, convertidos ao Islamismo e sabendo ler e escrever o árabe, representavam o elemento mais intelectual dos colonos africanos, importados pelo tráfico. A seu tempo, teria o hauçá desempenhado o papel de língua geral sem ter disso deixado provas, devido a nenhuma atenção então prestada a tais assuntos? Teria chegado tarde, já encontrando o nagô adotado como língua geral e não tendo tido tempo para deslocá-lo? Não existem elementos para resolver estas dúvidas. Fica em todo o caso apurado que a língua hauçá foi falada na Bahia, durante todo o século XIX, e é possível que mesmo de muito antes desse século. Parece que na Bahia, como na África, esta língua foi escrita pelos negros muçulmanos em caracteres árabes. Ainda hoje é ela falada pelos últimos representantes da colônia hauçá.