Metamorfoses
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- Nota: Esta página é sobre a obra de Ovídio. Se procura outros significados da mesma expressão, consulte metamorfose (desambiguação).
Metamorfoses é uma obra do poeta latino Ovídio, onde em quinze livros este descreve a criação e história do mundo segundo o ponto de vista da mitologia greco-romana. Foi escrita em torno do ano 14.
Foi uma dos mais populares livros sobre mitologia, chegando a ser a obra mais conhecida pelos escritores medievos tendo, portanto, exercido grande influência na literatura do período.
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Ovídio cita em seus contos todas as transformações encontradas nos mitos, onde com grande freqüência pessoas ou seres míticos (deuses menores) são transmutados em animais ou plantas.
O poema inicia com as transformações ocorridas com a criação, onde Prometeu metamorfoseia a terra no homem, e finaliza com a transmutação de Júlio César numa estrela. Ovídio vai de um para o outro servindo-se da mitologia, muitas vezes de modo arbitrário, pulando de uma narrativa de transformação a outra, sem obedecer a uma ligação entre eles, indo dos mitos centrais gregos para rumos completamente diversos. Não há profundidade nos quadros descritos por Ovídio. Entretanto, se outros escreveram sobre os mitos com mais acuidade, poucos foram os que legaram escrito tão diversificado e colorido.
A bibliografia especializada na literatura do poeta sulmonesne tem se preocupado ultimamente com a questão do gênero em que teria sido escrita a obra de Ovídio, sem, no entanto, estabelecer um veredito preciso sobre o assunto. O poema foi muitas vezes chamado de falso-épico, no entanto não é essa mais a opinião da crítica especializada que, em sua maioria, considera o poema como um canto épico, distinto de seus predecessores, porém épico. Todo ele é escrito na métrica clássica (hexâmetro datílico), o mesmo usado pelos grandes poemas heróicos e épicos da Antigüidade, tais como a Ilíada e a Odisséia, ou mesmo a Eneida, do poeta Virgílio. Inicia com a Evocação à Musa, fazendo uso dos epítetos e circunlóquios tradicionais. Mas, ao invés de exaltar as ações de um único herói humano, vai aos saltos de uma história para outra, destacando, sob o ponto de vista das transformações de seus corpos, seus feitos épicos.
para além disso, um tema é recorrente, como em quase todo trabalho de Ovídio - o amor: amor pessoal, ou o amor personificado em Eros (Cupido). Efetivamente, os demais deuses romanos são retratados com freqüência humilhados, fazendo papéis ridículos em nome do Amor: uma verdadeira inversão de valores, onde um deus relativamente menor do Panteão assume nesta epopéia o papel de herói épico.
Um bom exemplo é a situação ridícula a que se expõe Apolo, na visão de Ovídio, fazendo o deus da razão pura agir de forma irracional. Em sua obra, é comum os humanos exibirem valores os mais elevados, enquanto os deuses descem aos mais baixos graus da passionalidade.
[editar] Influências
A tradução de Arthur Golding de 1567 influenciou William Shakespeare (acredita-se que sua famosa peça Romeu e Julieta tenha sido bastante influenciada pela história de Príamo e Tisbe, das Metamorfoses), e chegou a ser classificada pelo poeta Ezra Pound como "O mais belo livro no idioma inglês". O compositor Benjamin Britten compôs em 1951 a peça "Six Metamorphoses after Ovid" para solo de oboé, incorporando seis dos contos míticos de Ovídio. Em 2002, Mary Zimmerman adaptou alguns dos mitos de Ovídio numa peça com o mesmo título, e o grupo teatral "London Bubble" também o adaptou, em 2006.
[editar] Outros projetos
- Metamorphoseon - texto original completo (em latim).
[editar] Ligações externas
- Metamorfoses. Texto completo da biblioteca virtual Cervantes (em espanhol).
- Tradução e análise por Dirceu Villa - Excepcional trabalho, vertendo esta obra para o idioma português.