Partido Nacional Renovador
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O Partido Nacional Renovador (PNR) é um partido político português nacionalista. O seu lema é Nação e Trabalho e o seu programa consiste na criação de um "espirito nacionalista português"; em privilegiar a repressão como forma de combate ao crime ; no apoio à natalidade; na oposição à imigração. Nas ultimas eleições legislativas teve cerca de 9000 votos, o que representou 0,2% dos eleitores.
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[editar] História
Em 1985, sob o patrocínio tácito do General Ramalho Eanes, então presidente da República, nasceu o Partido Renovador Democrático (PRD), liderado por Hermínio Martinho, propondo-se a "moralizar a vida política nacional". Aproveitando os efeitos demolidores da política de austeridade posta em prática pelo governo PS-PSD (1983-1985), o PRD veio a ser o grande beneficiário da dissolução parlamentar de 1985, decidida pelo próprio general Eanes no termo do seu segundo mandato. Conseguiu o novo partido obter uma votação muito próxima dos socialistas. Em termos parlamentares, tornou-se, assim, o terceiro partido e uma força política de charneira - decisiva para a manutenção no poder do governo minoritário de Cavaco Silva. Nas eleições locais de 1985, o PRD revelaria, porém, fragilidades e incipiência organizativas e nas presidenciais, ao apoiar a candidatura de Salgado Zenha, viu esta afastada da segunda volta. Em 1987 é o PRD que desfere o golpe mortal no governo minoritário do PSD, ao fazer aprovar uma moção de censura no Parlamento. A atitude revela-se, todavia, suicida, pois a dissolução parlamentar que se segue levará ao quase desaparecimento do partido da Assembleia, já que não elege mais que sete deputados, em lugar dos quarenta e cinco de que dispunha na assembleia dissolvida. Entretanto, o próprio Ramalho Eanes assumira a liderança do partido - cargo que viria a abandonar pouco tempo depois, em virtude do desastre eleitoral, cedendo de novo o lugar a Hermínio Martinho. Nas eleições para o Parlamento Europeu de 1989 os renovadores ainda fariam um acordo com o PS, conseguindo eleger um deputado na lista socialista com o estatuto de independente (Pedro Canavarro). No entanto nas eleições de 1991 o PRD, já dirigido por Canavarro, perdeu a representação parlamentar.
O PRD continuou a decair, acumulou dívidas mas não se extinguiu legalmente. Foi então que elementos do extinto Movimento de Acção Nacional (MAN) se filiaram no PRD pagaram as dívidas e mudaram o nome do partido para Partido Nacional Renovador (PNR).
Já antes tinha havido tentativas infrutíferas de formar e legalizar um partido de cariz nacionalista e de extrema-direita mas nunca se conseguiu reunir as cinco mil assinaturas necessárias para o efeito. Houve por isso quem quisesse dar a entender que como os «fascistas» (diatribe lançada sobre o PNR apesar de, até hoje, ainda não se ter provado que o partido se revê em Mussolini e Salazar) não eram capazes de formar um partido de raiz, compraram um na falência (o PRD), mudaram-lhe o nome e o programa.
[editar] Plataforma
O PNR opõe-se à imigração económica, alegando que a concorrência de mão-de-obra estrangeira prejudica o acesso a postos de trabalho pelos cidadãos portugueses e serve para manter uma política de baixos salários. Encaram a Família como a instituição basilar da sociedade, e que, como tal, deve ser mais protegida pelo Estado através da criação de um Ministério da Família e da revisão da Lei de Bases da Família. O PNR é a favor da criminalização do aborto, e promete criar uma rede de infantários do Estado com mensalidades simbólicas: a ideia subjacente a estas duas ideias é o fomento da taxa de natalidade, em razão do decréscimo populacional que se vem verificando em Portugal. Para além disso o partido propugna punições duras para a violência sobre crianças e a pornografia infantil, e é apologista de que sejam as agravadas penas para os crimes de pedofilia e outras formas de degradação e molestação de menores, como a exploração do trabalho infantil.
[editar] Aparições públicas
Participou em diversas manifestações contra a entrada da Turquia na UE, e organizou um protesto contra o aumento da criminalidade, sobretudo da praticada por gangs após o "arrastão" de 10 de Junho de 2005 na praia de Carcavelos. Esta manifestação foi realizada a 18 de Junho de 2005, juntando 400 pessoas que percorreram as ruas entre o Martim Moniz e o Rossio).
Também se pronunciou contra a existência de um alegado lóbi gay que, no seu entender, pressiona a classe política para que sejam criadas leis que degradam os valores da família tradicional, prejudicando, consequentemente, a taxa de natalidade. Para além disso o PNR organizou uma concentração em memória dos portugueses vítimas de criminalidade na África do Sul, em forma de protesto contra o desinteresse do Governo em relação à comunidade portuguesa a viver nesse país. Manifestaram-se também na defesa dos trabalhadores portugueses (1º de Maio), e contra a intenção defendida pela Câmara Municipal Vila de Rei de repovoar o concelho com imigrantes brasileiros.
Além disso, o PNR fez aparição pública ao juntar-se uma manifestação das forças de segurança, alegando que o PNR é o único partido que sempre defendeu as forças de segurança, exigindo para as mesmas mais autoridade, melhor apetrechamento e maior reconhecimento por parte da classe política, que afirmam desacreditar sistematicamente o trabalho das forças da autoridade. Nesta última, houve uma situação curiosa: enquanto a presença de membros do PNR era liminarmente rejeitada pelos líderes do sindicato, os agentes da PSP saudaram a sua presença. No fim, os militantes do partido acabaram por participar da manifestação[1]. Também durante a campanha para o referendo do aborto em 2007 o PNR participou da Marcha pela Vida.
[editar] Politica externa
Em termos externos opõe-se ao processo de federalização da UE, defendendo a cooperação em vez da integração. Preconizam uma União Económica baseada nas vantagens recíprocas para todos os estados, resultantes do alargamento dos mercados e da abolição das barreiras alfandegárias, mas opondo-se à integração política.
É membro do grupo European National Front, grupo ligado à extrema-direita. Neste grupo é possível encontrar partidos como a Front National (França), Vlaams Blok (Flandres, Bélgica), Vlaams Belang, (Flandres, Bélgica), British National Party (Reino Unido), NPD (Alemanha), La Falange (Espanha) entre outros. O PNR opõe-se também à entrada da Turquia na UE por considerar que a Turquia não é um país europeu nem geograficamente, nem culturalmente, nem etnicamente. Alegam ainda questões relacionadas com a criminalidade, o terrorismo, e alertam para a questão dos direitos humanos. O PNR afirma que se chegasse ao governo contribuiria para o desenvolvimento de países em desenvolvimento, investindo na criação de empresas com capital português, por forma a tentar evitar que estes sentissem necessidade de emigrar para países mais desenvolvidos.
[editar] Juventude Nacionalista
A JN do PNR auto intitula-se "a única juventude partidária a defender a identidade própria de Portugal, em parâmetros como a cultura, os valores, a tradição e o património[2].
Desde o início do ano de 2006, tem procurado recrutar jovens estudantes em escolas secundárias e estabelecimentos do ensino superior. Esta situação não passou despercebida das autoridades, que enviaram um relatório aos ministros da Educação e da Aministração Interna. Segundo o relatório, apesar de o PNR ser um partigo legalizado, existe receio que seja transmitidas aos jovens, ideias de carácter xenófobo, potenciadoras de violência[3]. O líder da Juventude, confirmou este recrutamento, refutando no entanto, transmissão de mensagens de natureza criminal ou violenta, aos jovens[4].
Tem-se aínda, como dado curioso, que a direcção desta estrutura juvenil, ao contrário da tradição no que toca a juventudes partidárias portuguesas, não é eleita pelos seus militantes, mas é antes nomeada pala direcção do PNR, o que vem sendo falado por muitos opositores desta falange que a acusam de demonstrar aqui sinais de falta de valores democráticos.