Ricardo Costa
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Ricardo Costa (Peniche, 25 de Janeiro de 1940) é um cineasta e produtor cinematográfico português, autor de textos e ensaios sobre cinema, visão e linguagem.
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[editar] Biografia
Estuda na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa até 1967, onde defende tese sobre os romances de Franz Kafka (Franz Kafka, Uma Escrita Invertida - 1969). Lecciona no ensino secundário e torna-se editor de textos sociológicos e de obras de vanguarda, de literatura, de teatro e de cinema (Mondar Editores).
Com o 25 de Abril em 1974, inicia-se como realizador e produtor. Faz parte da cooperativa Grupo Zero, com João César Monteiro, Jorge Silva Melo, Alberto Seixas Santos, Margarida Gil, Solveig Nordlund e Acácio de Almeida. Torna-se depois produtor independente com a Diafilme, onde produz muitos dos seus filmes e alguns de outros realizadores. Organiza projecções e ciclos de filmes em Paris, na Cinemateca Francesa e no Museu do Homem. Filmada no limiar do documentário e da ficção, Brumas é a sua última longa metragem (Festival de Veneza, Novos Territórios, 2003).
De algum modo movidos pela ideia que explica a máxima do sociólogo e antropólogo francês Marcel Mauss (Há mais poesia num grão de realidade do que no cérebro dos poetas), alguns cineastas portugueses, em particular no pós 25 de Abril, percorrem o seu país de ponta a ponta, câmara nas mãos.
Com apoios oficiais ou em co-produções com a RTP (Rádio Televisão Portuguesa), uns produzem filmes militantes, filmes marcantes não despojados de encanto, outros filmes em que a realidade se revela com essa espessura poética de que Mauss falava. Filmes feitos com baixos orçamentos, mas em total liberdade. O «cinema de intervenção», género em que quase toda essa produção se encaixa, reinaria por alguns anos e deixaria obras marcantes ou mesmo notáveis, muitas delas entretanto esquecidas.
Tenaz na sua independência, mais empenhado na expressão da verdade que na verosimilhança, Ricardo Costa, que se identifica mais com essa simples ideia do que com o propósito de mudar o mundo, cultiva um estilo em que o real se transfigura em expressão poética, em retrato, em ponto de interrogação sobre um tempo que escapa ao tempo, sem se cingir ao lugar em que, filmada, a tal realidade se manifesta. A mise-en-scène, a vertente ficcional, será na sua obra uma tentação permanente.
Nesta perspectiva, segue a tradição, iniciada no cinema portugues por Manoel de Oliveira e por António Campos , da prática da antropologia visual : Oliveira com Douro, Faina Fluvial, 1931, depois com o Acto da Primavera,1983, e Campos com a Almadraba Atuneira, 1961, Seguem a mesma tradição António Reis, João César Monteiro, na ficção, Pedro Costa, este num registo urbano
[editar] Filmografia
[editar] Longas-metragens
- 1975 As Armas e o Povo (filme colectivo : imagens do 25 de Abril de 1974)
- 1976: Avieiros
- 1976: Mau Tempo, Marés e Mudança
- 1979: Castro Laboreiro
- 1979: Pitões, Aldeia do Barroso
- 1980: Verde por Fora, Vermelho por Dentro
- 1981: O Pão e o Vinho
- 1981: Longe é a Cidade
- 1981: Ao Fundo desta Estrada
- 1985: O Nosso Futebol
- 2003: Brumas
- Informação sobre as longas metragens (em português, francês e inglês).
[editar] Curtas e médias-metragens
- 1974 : No Fundo de Tróia (26')
- 1974 : Apanhadores de Algas (28')
- 1974 : Ágar-Ágar (27')
- 1975 : Tresmalho (27')
- 1975 : O Trol (25')
- 1975 : O Arrasto (29')
- 1975 : Oceanografia Biológica (28')
- 1975 : Ti Zaragata e a Bateira (27')
- 1975 : Pesca da Sardinha (29')
- 1975 : Conchinha do Mar (26')
- 1975 : Às vezes custa (27')
- 1975 : A Sacada (26')
- 1976 : Os Irmãos Severo e os Cem Polvos (29')
- 1976 : À Flor do Mar (29')
- 1976 : A Colher (29')
- 1976 : O Velho e o Novo (28')
- 1976 : A Falta e a Fartura (26')
- 1976 : Quem só muda de Camisa (28')
- 1976 : A Máquina do Dinheiro (28')
- 1976 : Viver do Mar (28')
- 1976 : Uma Perdiz na Gaiola (26')
- 1976 : Nas Voltas do Rio (30')
- 1976 : O Submarino de Vidro (28')
- 1976 : Cravos de Abril (28’)
- 1977 : E do Mar Nasceu (40')
- 1978 : Música do Quotidiano (25')
- 1978 : Abril no Minho (50’)
- 1979 : A Lampreia (6’)
- 1979 : A Coca (13’)
- 1979 : Histórias de Baçal (13')
- 1979 : Esta aldeia, Rio de Onor (13')
- 1979 : O Pisão (13’)
- 1979 : A Feira (7’)
- 1979 : O Outro Jogo (6’)
- 1980 : Joaquim da Loiça (13')
- 1980 : Pastores da Serra da Estrela (8’)
- 1980 : Barcos de Peniche (13’)
- 1981 : O Parque Nacional de Montesinho (50’)
- 1982 : Lisbon and the International Court for the Law of the Sea (para a UNESCO) - (40')
- Informação sobre as curtas e médias metragens (em português, francês e inglês).
[editar] Outros géneros
- 1989 Paroles :Entrevistas com Jean Rouch. Versão longa (em francês).
- 2006 Paroles Entrevistas com Jean Rouch. Versão de três episódios e versão TV (em francês).
[editar] Textos
[editar] Artigos
- 1982 O olhar antes do cinema Abrir texto em PDF
- 2000 A outra face do espelho - Jean Rouch e o "outro" Abrir texto em PDF
[editar] Ensaios
- 1997 Os olhos e o cinema Abrir texto em PDF
- 2000 Olhos no écran Abrir texto em PDF
- 2002 Os olhos da ideia Abrir texto em PDF
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
- Longas-metragens
- Curtas e médias-metragens
- Ricardo Costa – pág web
- Referência - Un cycle tout portugais (Cineuropa)