São Thomé das Letras
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Município de São Thomé das Letras | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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São Thomé das Letras[1] é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população estimada em 2004 era de 6.463 habitantes.
São Thomé das Letras é uma localidade rústica, edificada sobre uma montanha de pedras - conhecida como Pedras São Tomé, aquelas encontradas em pavimentação em torno de piscinas - que foram utilizadas na construção de casas, no calçamento das ruas e na elaboração do artesanto local.
Sua localização privilegiada, em ponto montanhoso e elevado a 1.290 metros acima do nível do mar, que permite a observação de um vasto horizonte, faz com que as pessoas se sintam mais próximas das estrelas.
Existem diversas atrações de visita quase obrigatória, como a Gruta São Tomé, Gruta do Carimbado, Pirâmide, Formações Rochosas - a da Bruxa é a mais famosa -, construções em pedra e as cachoeiras - Shangri-la, Eubiose, Véu de Noiva, Paraíso e da Lua, entre outras. Alguns acreditam que São Thomé seja um dos sete pontos energéticos da Terra, o que atrai para o lugar místicos, sociedades espiritualistas, científicas e alternativas, o que dá razão a outro nome: "Cidade Mística".
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[editar] Etimologia
Na gruta onde foi encontrada a estátua de São Tomé existem pinturas rupestres, daí a origem do nome da cidade: São Thomé das Letras.
[editar] História
João Antão, escravo da Fazenda Campo Alegre, fugiu e se escondeu em uma gruta no alto da serra, alimentando-se de frutos, raízes, caça e pesca. Certo dia, apareceu ao escravo um homem de vestes brancas, que lhe escreveu uma carta solicitando que entregasse a seu senhor, que este lhe perdoaria. Ao ler a carta o fazendeiro lhe ordenou que o levasse até o local onde a carta lhe fora entregue ou seja a gruta. Quando adentraram, encontraram no interior da gruta uma imagem de São Tomé, entalhada em madeira. Por ser profundamente religioso, João Francisco Junqueira levou a imagem para a sua casa que desaparecera misteriosamente e reapareceu na gruta, e assim por várias vezes. Crendo ser um milagre, o fazendeiro mandou erguer uma capela onde mais tarde em 1785 foi construída a Igreja Matriz. Acredita-se que o senhor de vestes brancas fosse o próprio São Tomé.
[editar] João Francisco Junqueira, o fundador
João Francisco Junqueira, o patriarca da família Junqueira, nasceu em 14 e foi batizado aos 23 de novembro de 1727, em São Simão da Junqueira, Portugal. Era filho de João Manuel e Ana Francisca do Vale. Seus avós paternos foram Domingos Manuel e Maria Fernandes.
João Francisco Junqueira deixou Portugal imigrando para o Brasil ainda moço. Deve ter imigrado aproximadamente em 1746, quando teria pouco mais, ou pouco menos, vinte anos de idade. Isso sabemos pela data de seu casamento em São João del-Rei, 16 de janeiro de 1758. Como nascera em 14 de novembro de 1727, estava com 31 anos quando se casou.
João Francisco Junqueira e Helena Maria do Espírito Santo casaram-se em São João del-Rei. Helena Maria do Espírito Santo era filha de Inácio Franco e de Maria Teresa de Jesus, e, por esta, neta de Antônia da Graça, uma das famosas Três Ilhoas. João Francisco e Helena mal sabiam que se tornariam a célula-mater de uma das maiores famílias brasileiras! Não seria demais especular que o Patriarca teria inicialmente ganho dinheiro na mineração do ouro e, alguns anos depois de seu casamento, provavelmente em torno de 1764, se estabeleceu e requereu a Sesmaria do Campo Alegre. Esta sesmaria foi-lhe concedida onze anos após seu casamento, em 5 de abril de 1769.
Pelos testamentos de João Francisco e de sua esposa Helena Maria, sabemos que doaram aos filhos, ainda em vida, os bens que possuíam. As terras legadas aos filhos foram as Sesmarias do Campo Alegre e do Favacho, que mediam cerca de três léguas quadradas, ou seja, 21 quilômetros quadrados! Como vemos, a Campo Alegre e o Favacho tratavam-se, na verdade, de dois latifúndios de onde se originaram as fazendas dos filhos e netos do Patriarca, como: Bela Cruz, Santo Inácio, Traituba, Jardim, Narciso, Caxambu, Cafundó, Campo Belo, Campo Lindo etc. Elas se constituíram no núcleo original, que depois se espalhou por todo Brasil, da família Junqueira.
Foi o Patriarca quem iniciou a construção da Matriz de São Tomé das Letras, na ocasião dentro da Sesmaria do Campo Alegre (ela foi concluída posteriormente por seu filho Gabriel Francisco Junqueira, o Barão de Alfenas). Na Fazenda Campo Alegre, viveu até sua morte, em 5 de abril de 1819, aos 91 anos.
[editar] Observações
- ↑ Segundo a ortografia vigente da língua portuguesa, o nome do município deveria ser grafado São Tomé das Letras