Sextus Pompeius
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sextus Pompeius Magnus Pius, aportuguesado para Sexto Pompeio Magno Pio (morreu 35 a.C.), foi um general romano do período final da República Romana, que representou o último foco de oposição ao poder ascendente do segundo triunvirato.
Sextus era o filho mais novo do general Pompeio e da sua terceira mulher, Mucia Tertia. Com o seu irmão mais velho, Gnaeus Pompeius, o jovem, cresceu na sombra dos feitos militares do pai, que acabou por se tornar no líder dos Optimates, a facção conservadora do senado romano. Quando Júlio César atravessou o Rubicão em 49 a.C., dando início à guerra civil, Pompeio e os conservadores fugiram para Este, mas Sextus ficou em Roma com a madrasta Cornelia Metella. Os Optimates foram derrotados na batalha de Farsália e os sobreviventes tiveram que fugir para evitar a captura. Sextus e Cornelia encontraram-se com Pompeio em Mytilene e a família fugiu para o Egipto onde procurou asilo político. À chegada, a 29 de Setembro de 48 a.C., Sextus viu o pai ser assassinado à traição por agentes do faraó. Cornelia regressou a Roma com as cinzas de Pompeio mas Sextus juntou-se à resistência, então concentrada no Norte de África sob o comando de Metellus Scipio e Cato, onde reecontrou o irmão Gnaeus.
Em Março de 46 a.C., César venceu os Optimates na batalha de Thapsus mas os irmãos Pompeius fugiram para as províncias hispânicas. Juntamente com Titus Labienus, Gneus e Sextus Pompeius eram então o último foco de resistência. César foi no seu encalço e em Fevereiro de 45 a.C. derrotou o exército dos irmãos. Novamente em fuga, Gnaeus foi apanhado e executado por traição pouco depois. Sextus conseguiu fugir uma vez mais e estabeleceu uma base na Sicília. César regressou a Roma, sem planos imediatos de o perseguir e eliminar.
Em 44 a.C., Júlio César foi assassinado nos Idos de Março por um grupo de senadores liderados por Brutus e Cassius auto-intitulado Liberatores. O acontecimento despoletou mais uma guerra civil entre o recém formado segundo triunvirato, composto por Marco António, Octávio e Lépido, e a facção dos Liberatores. O conflito desviou as atenções de Sextus, que teve tempo de organizar a sua resistência na Sicília, recrutando várias legiões e estabelecendo uma marinha poderosa.
Em 42 a.C., com os Liberatores derrotados nas batalhas de Philippi, o triunvirato encarou a questão de Sextus como prioridade e lançou um ataque à Sicília. Sextus, no entanto, provou ser um general muito capaz e durante dois anos o conflito prolongou-se sem vitórias conclusivas dos atacantes. Em 39 a.C., os triunviros assinaram um armistício com Sextus conhecido como Pacto de Messina. As motivações deste cessar-fogo não eram de forma a perdoar Sextus e baseavam-se na necessidade de mobilizar as legiões estacionadas na Sicília para a campanha que Marco António preparava no Oriente. A paz não durou muito tempo. As brigas frequentes de Octávio com António representavam uma motivação política para resolver a questão de Sextus. Octávio tentou de novo conquistar a Sicília mas foi derrotado numa batalha naval em Messina em 37 a.C. e novamente no ano seguinte. Mas cerca de um mês depois, em Setembro de 36 a.C., Marcus Vipsanius Agrippa derrotou a frota de Sextus Pompeius ao largo de Naulochus. O resultado foi uma vitória expressiva do triunvirato, que obrigou Sextus a fugir uma vez mais.
Sem a Sicília como base de apoio, a sua situação ficou tremida. Sextus escapou para o Oriente mas foi apanhado em Mileto em 35 a.C. e executado por traição sem julgamento, por ordens de Marcus Titius, um homem da facção de Marco António. Como ainda detinha a cidadania romana, a sua morte violenta foi considerada ilegal pela facção de Octávio e usada como argumento na luta política que se vivia então dentro do triunvirato.