Adolf Eichmann
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Adolf Otto Eichmann (nascido como Karl Adolf Eichmann) (19 de Março de 1906, Solingen - 1 de Junho de 1962, Ramla, perto de Tel Aviv, Israel) foi um oficial de alto ranking na Alemanha Nazi e um membro da SS (Schutzstaffel). Ele foi largamente responsável pela logística do extermínio de milhões de pessoas durante o Holocausto, em particular Judeus, o que foi chamado de "solução final" (Endlösung). Ele organizou a identificação e o transporte de pessoas para os diferentes campos de concentração, sendo por isso conhecido frequentemente como o 'Executor Chefe' do Terceiro Reich.
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[editar] Infância
Adolf Eichmann nasceu e foi educado em Solingen, Alemanha. Em criança, Eichmann tinha uma pele relativamente morena, e as outras crianças zombavam dele dizendo que ele parecia um Judeu.
[editar] Alemanha Nazi
Em 1934 ele serviu como corporal das SS corporal no campo de concentração de Dachau, onde ele se distinguiu aos olhos de Reinhard Heydrich. Em Setembro de 1937, ele foi enviado para a Palestina com o seu superior Herbert Hagen para averiguar as possibilidades da emigração massiva da Alemanha para a Palestina. Eles chegaram a Haifa mas só puderam obter um visto de trânsito, pelo que foram para o Cairo. No Cairo eles se encontraram com um membro da Haganah mas o conteúdo do encontro é disputado. Também tinham planejado encontrar-se com líderes árabes na Palestina, incluindo o Mufti de Jerusalém Amin al-Husayni, mas a entrada na Palestina foi-lhes recusada pelas autoridades britânicas. De seguida eles escreveram um relatório com recomendações contra a emigração em larga escala para a Palestina por razões económicas e porque contradizia a política alemã de evitar o estabelecimento de um estado judaico ali.
Segundo o ponto de vista de alguns pesquisadores, Eichmann teria então participado da Conferência de Wannsee, ocorrida em 1942, envolta em secretismo, na qual teria sido, segundo alguns autores, o responsável pela determinação de assuntos ligados à 'solução final da questão judia' enquanto outros afirmam ter sido ele nada mais do que anfitrião dessa conferência. O certo é que ele receberia logo após a patente de SS-Obersturmbannführer , Eichmann sendo feito chefe do Departamento da Gestapo IV B 4, órgão responsável por toda a logística relacionada com os estudos e execução do extermínio em curso.
[editar] Pós-Guerra
Finda a Segunda Guerra Mundial, Eichmann foi capturado por tropas americanas. No entanto, em 1946 ele conseguiu escapar de um campo de prisão. Depois de muitas viagens (sobretudo na Itália e no Médio Oriente), tendo inclusive se servido de um passaporte emitido legalmente pelo Vaticano, ele foi para a Argentina em 1950, onde viveu sob o nome de Ricardo Klement, e trouxe a sua família para o país logo depois.
Em 11 de Maio de 1960, Adolf Eichmann foi raptado por uma equipe de agentes secretos israelitas liderados por Peter Malkin da Mossad (Serviços secretos israelitas) após meses de observação. Foi levado para Israel num vôo de um avião da El Al em 21 de Maio de 1960.
Adolf Eichmann foi julgado em Israel, num processo que começou a 11 de Fevereiro de 1961. Foi acusado de 15 ofensas criminosas, incluindo a acusação de crimes contra a Humanidade, crimes contra o povo judeu, e de pertencer a uma organização criminosa.
O julgamento causou grande controvérsia internacional. O governo israelita autorizou que cadeias noticiosas de todo o mundo transmitissem ao vivo o julgamento. No entanto, os espectadores televisivos só viram um homem sentado atrás de um vidro à prova de balas e de som, impassivo, enquanto muitos sobreviventes do Holocausto testemunharam contra ele e o seu papel de motorista no transporte de vítimas para os campos de extermínio. Durante todo o tribunal, Eichmann insistiu que apenas cumpria as suas ordens.
Foi condenado em todas as acusações e recebeu a sentença de morte (a única pena de morte civil alguma vez levada a cabo em Israel) a 2 de Dezembro de 1961 e foi enforcado poucos minutos depois da meia-noite de 1 de Junho de 1962, na prisão de Ramla, perto de Tel Aviv. Foi a única exceção aberta pela lei israelense, a qual não prevê a pena de morte.
A propósito do julgamento de Adolf Eichmann, Hannah Arendt escreveu o livro "Eichmann em Jerusalém", inicialmente escrito como um contributo para a revista "The New Yorker". Ela cunhou neste livro o termo "Banalidade do mal".
[editar] Citações
"Eu recordo com profunda gratidão da ajuda de padres católicos na minha fuga da Europa e decidi, em honra da fé católica, tornar-me membro honorário". Adolf Eichmann, 1961
[editar] Literatura
- Hannah Arendt: Eichmann em Jerusalém.
[editar] Ligações externas
-- Literatur -- Institute of Documentation Israel Tuviah Friedman spezial Collection A.Eichmann Lothar Hermann