Barroco na literatura brasileira
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O período Barroco, sucedeu o Renascimento, do final do século XVI ao final do século XVII, estendendo-se a todas as manifestações culturais e artísticas européias e latino-americanas.
Iniciado pelo maneirismo e extinto no rococó, considerado um barroco exagerado e exuberante, e para alguns, a decadência do movimento. Em sua estética,o barroco revela a busca da novidade e da surpresa; o gosto pela dificuldade, pregando a idéia de que se nada é estável tudo deve ser decifrado; a tendência ao artifício e ao engenho; a noção de que no inacabado reside o ideal supremo de uma obra artística. A literatura barroca se caracteriza pelo uso da linguagem dramática expressa no exagero de figuras de linguagem, de hipérboles, metáforas, anacolutos e antíteses.
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[editar] Barroco no Brasil
O poema épico Prosopopéia, de Bento Teixeira, publicado em 1601, apesar de não ter valor literário, é considerado o início do Barroco na Literatura Brasileira.
[editar] Autores representativos
[editar] Brasileiros
- Gregório de Matos, representando a vértice cultista do barroco;
Poesia religiosa - Apresenta uma imagem quase que exclusiva: o homem ajoelhado diante de Deus, implorando perdão para os pecados cometidos.
Poesia amorosa - Tem uma dimensão elevada ("d"), muitas vezes associada à noção de brevidade da existência, e uma dimensão obscena, onde a explosão dos sentidos (em versos crus e repletos de palavrões) representa um protesto contra os valores morais da época.
Poesia satírica - Ironia corrosiva e caricatural contra todos os setores da vida colonial baiana: senhores de engenho, clero, juízes, advogados, militares, fidalgos, escravos, pobres livres, índios, mulatos, mamelucos, etc. Com seu olhar ressentido de senhor decadente, Gregório de Matos vê na realidade apenas corrupção, negociata, oportunismo, mentira, desonra, imoralidade, completa inversão de valores. A poesia satírica, portanto, para ele é vingança contra o mundo.
[editar] Portugueses
- Padre Antonio Vieira, representando a vértice conceptista do Barroco.
Os Sermões
· Utilização contínuas de passagens da Bíblia e de todos os recursos da oratória jesuítica para convencer os fiéis de sua mensagem, mesmo quando trata de temas cotidianos.
· Ataca os vícios (corrupção, violência, arrogância, etc.) e defende as virtudes cristãs (religiosidade, caridade, modéstia, etc.)
· Combate os hereges, os indiferentes à religião e os católicos desleixados em relação à Igreja.
· Defende abertamente os índios. Mantém-se ambíguo frente aos escravos negros: ora tenta justificar a escravidão, ora condena veementemente seus malefícios éticos e sociais.
· Exalta os valores que nortearam a construção do grande império português. E julga (de forma messiânica) que este império deveria ser reconstruído no Brasil.
· Propõe o retorno dos cristãos novos (judeus) a territórios lusos como forma de Portugal escapar da decadência onde naufragara desde meados do século XVI.
· Apresenta uma linguagem de tendência conceptista, de notável elaboração, grande riqueza de idéias e imagens espetaculares. Fernando Pessoa o chamaria de "Imperador da Língua Portuguesa".