Carlos Slim Helu
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Carlos Slim Helú (28 de Janeiro de 1939, Cidade do México) é um homem de negocios mexicano de origem libanesa.
Carlos Slim Helú, conhecido no México por Midas devido a sua habilidade em transformar empreendimentos decadentes em companhias saudáveis e lucrativas, é a pessoa mais rica da América Latina.
Tendo sua fortuna estimada, pela revista americana Forbes, em 49 bilhões de dólares em 2007 é a terceira pessoa mais rica do planeta. Sua fortuna cresceu 10 bilhões de dólares apenas entre 2004 e 2005. A Forbes o chama de “o conquistador”. Segundo a revista Time, ele é um dos homens-chave da globalização no mundo dos negócios e uma das personalidades mais importantes do século XX no planeta.
Carlos Slim Helú é provavelmente o homem mais admirado no seu país. Conhece o México, o seu povo, sua cultura e sua história como poucos. Preocupa-se com a desigualdade social e com os riscos que a globalização impõe aos menos favorecidos.
Carlos Slim Helu nasceu em 28 de janeiro de 1939. É viúvo, pai de seis filhos -- Carlos, Marco Antonio, Patrick, Soumaya, Vanesa y Johanna – e avô de nove crianças. Afeito à família, uma vez por semana reúne filhos, genros e netos para jantar. Começou a trabalhar aos oito anos de idade, ajudando pai, Julián Slim Haddad Aglamaz (Yusef Salim Haddad Aglamaz, antes de desembarcar no México em 1902, proveniente do Líbano), na loja "Estrella de Oriente", que ficava próxima ao Palácio Nacional e prosperava.
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[editar] Juventude
O pai foi uma figura importantíssima no destino do garoto. Ensinou-lhe alguns princípios fundamentais: "vender muito a preço baixo”, “ter sempre uma reserva para aproveitar boas oportunidades de negócios” e “investir no longo prazo”. Resultado: aos 12 anos Carlos tinha seu próprio caderno de contabilidade. Seus irmãos lembram que aos domingos, nos almoços familiares, ele montava uma mesa sob a escada e vendia doces aos primos. Aos 15 anos já tinha 44 ações do Banamex (Banco Nacional de México). E as variações de seu patrimônio eram registradas diariamente. Em 1957, antes de entrar na universidade, sua carteira somava exatamente 31.900 pesos e 26 centavos. Mais tarde formou-se engenheiro civil pela Universidad Autónoma Nacional de México. Também fez um curso sobre avaliação de projetos e desenvolvimento econômico na Cepal, em Santiago do Chile. Foi professor por um curto período e trabalhou como operador na Bolsa Mexicana de Valores.
[editar] Primeiros Investimentos
Slim casou-se em 1960, aos 26 anos de idade, na tradição libanesa católica. Em vez de construir um casarão para a família no terreno que ganhou do pai, ergueu ali um prédio de apartamentos. Carlos e Soumaya ocuparam um, alugaram outros tantos e venderam os demais. Assim surgiu seu primeiro empreendimento, a “Inmobiliaria Carso” (marca resultante da junção dos nomes de Carlos e Soumaya). Entre 1965 e 1969 adquiriu condomínios e terrenos em diversas partes da Cidade do México que somavam uma superfície de mais de um milhão de metros quadrados e não parou mais de crescer. Com a herança que recebeu dos pais fez investimentos audaciosos. Na década de 1980, em plena crise recessiva provocada pela queda do preço do petróleo e pelo elevado déficit público mexicano, comprou a Citagam, principal companhia de cigarros e charutos do país, uma fábrica de autopeças e uma cadeia de restaurantes.
[editar] Telmex e outros Grandes Investimentos
Sua grande investida aconteceu em 1990, quando a companhia Telefones do México, Telmex, foi privatizada. Slim ganhou a concorrência e transformou a empresa deficitária na maior companhia privada do país, a jóia da coroa de seu império. Tem mais de 10 milhões de assinantes – 90% do mercado mexicano. A partir da Telmex, Slim Helú criou a América Móvil, operadora de telefonia celular que tem cinco milhões de clientes no México. Suas empresas pagam mais de cinco bilhões de dólares em impostos, empregam mais de 200 mil trabalhadores e respondem por quase metade do PIB do México.
O empresário expandiu seus negócios por todo o continente americano. Hoje comanda companhias de telecomunicações na Guatemala, em Porto Rico, no Peru, no Equador, em El Salvador, na Nicarágua, na Argentina, no Chile e na Colômbia. Tem participação nas maiores companhias de telecomunicações do Canadá à Terra do Fogo. No Brasil comprou a participação da Globopar na rede de TV a cabo Net, que tem 1,36 milhões de clientes. Também controla a Claro, terceira empresa de celulares do País, com cerca de 22 milhões de clientes, e a Embratel, que opera ligações à distância. Seus investimentos nos Estados Unidos incluem participações na Philip Morris (hoje Altria Group), e na Saks Incorporated. Tornou-se o maior acionista da MCI, a segunda operadora de telefonia de longa distância americana. Adquiriu cerca de 3% da Apple Computer – e um ano depois, com o surgimento do iMac, o valor das ações da empresa saltou de 17 para 100 dólares cada. E associou-se ao empresário americano Bill Gates, o dono da Microsoft, para criar um portal na internet destinado aos hispanos.
Seu escritório não tem computador, laptop ou qualquer outro apetrecho tecnológico que lhe permita acompanhar os movimentos financeiros on-line. Quando precisa de uma informação, pega o telefone e pede a um auxiliar. Certa vez ganhou um laptop dos filhos, de presente de Natal, mas só sabe ligar e desligar a máquina. Mas seu grupo vende mais de mil computadores por dia no México e milhares de pessoas em todo o mundo acessam seu portal na internet. Além disso, Slim criou um centro de pesquisas associado ao MIT americano para desenvolver novas tecnologias de informação adequadas à América Latina, para a formação de especialistas e para a transferência de conhecimentos.
Atualmente todos os seus investimentos estão concentrados numa holding, o Grupo Carso. Sua residência fixa continua na Cidade do México, mas há anos Slim vive pelo mundo, cuidando de seus negócios nas áreas das comunicações, dos transportes, da mineração, do comércio, das finanças, dos seguros e da indústria de componentes automóveis.
[editar] Projetos Sociais e Culturais
Maior colecionador privado de esculturas de Rodin (só existem mais peças no museu francês que leva o nome do artista), entre outras obras, construiu um espaço para franquear ao público sua coleção, o Museu Soumaya (o nome, de sua falecida esposa, vem da palavra árabe ‘ouma’, que significa céu). Criou uma fundação dedicada a restaurar prédios coloniais que estavam totalmente degradados no centro histórico da capital, onde passou a sua infância. As fundações da Telmex e do Grupo Carso têm um bilhão de dólares. Investem em educação, saúde e cultura, como tantas outras, mas fazem mais. Pagam fiança de presos que cometeram crimes leves para evitar que fiquem anos na cadeia, aguardando que o sistema judiciário lento resolva seus problemas. Têm programas de nutrição para crianças que vivem nas regiões mais pobres e cobrem as despesas cirúrgicas de pessoas de zonas rurais do México.
[editar] Visão Política Sobre a América Latina
Embora fale inglês, raramente usa o idioma em público. E tem idéias claras a respeito das relações entre os Estados Unidos e a América Latina. Diz que os americanos deveriam ajudar a região a se desenvolver, financiando projetos de educação, de saúde e de infra-estrutura, por interesse econômico, já que assim mais pessoas seriam incorporadas ao mercado consumidor de seus produtos. “Não há melhor investimento do que promover o desenvolvimento latino americano. Os americanos deveriam perceber esse fato não por serem bons samaritanos, mas por razões de negócios”, diz. “Da mesma forma, o Banco Mundial e outras instituições internacionais deveriam dar suporte ao desenvolvimento em vez de socorrer os países quando a crise se instala”. Em junho de 2005, ao final do Terceiro Encontro de Empresários da América Latina, que reuniu os donos das maiores corporações latino-americanas no hotel Hyatt, em São Paulo, o empresário deu um passo na direção que recomenda. Anunciou a criação da Impulsora del Desarrollo Económico de América Latina (Ideal). Segundo Daniel Martins, um poderoso empresário da noite no Rio de Janeiro, o Grupo Carso pretende investir em infra-estrutura no Brasil, especialmente em rodovias e saneamento básico.