Chico Buarque
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Chico Buarque | |
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Nome completo: | Francisco Buarque de Hollanda |
Origem(ns): | Rio de Janeiro, Rio de Janeiro |
País de nascimento: | Brasil ![]() |
Data de nascimento: | 19 de Junho de 1944 |
Data de morte: | {{{falecimento}}} |
Apelido: | {{{apelido}}} |
Período em atividade: | 1962 - presente |
Instrumento(s): | voz, violão |
Modelo(s) de instrumentos: | {{{modelos}}} |
Discos vendidos: | {{{discos vendidos}}} |
Gênero(s): | Bossa nova, Samba, MPB |
Gravadora(s): | {{{gravadora}}} |
Afiliação(ões): | {{{afiliações}}} |
Website: | http://chicobuarque.uol.com.br |
Francisco Buarque de Hollanda, conhecido como Chico Buarque (Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944) é um músico, cantor, compositor, teatrólogo e escritor brasileiro.
Índice |
[editar] Biografia
Filho de Sérgio Buarque de Holanda, um importante historiador e jornalista brasileiro, e de Maria Amélia Cesário Alvim.
Foi casado com a atriz Marieta Severo com quem teve três filhas: Sílvia, que é atriz, Helena, casada com o percussionista Carlinhos Brown e Luísa. É irmão das cantoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina.
Nascido numa família ilustre, conheceu Vinicius de Moraes e Paulo Vanzolini dentre outros, antes de iniciar sua carreira, pois eles visitavam com frequência seus pais em sua casa na Itália.
[editar] O começo: participação nos festivais da MPB nos anos 60
No início da carreira conheceu Elis Regina, que havia ganhado o Festival de Música Popular Brasileira de 1965 com a canção Arrastão; mas a cantora acabou desistindo de gravá-lo devido à impaciência com a timidez do compositor. Chico Buarque se revelou ao público brasileiro quando ganhou o mesmo Festival, no ano seguinte (1966), patrocinado pela TV Record, com A Banda, interpretada por Nara Leão (empatou em primeiro lugar com Disparada, de Geraldo Vandré).
No festival de 1967 faria sucesso também com Roda Viva, interpretada por ele e pelo grupo MPB-4 -- amigos e intérpretes de muitas de suas canções. Em 1968 voltou a vencer outro Festival, o III Festival Internacional da Canção da TV Globo. Como compositor, em parceira com Tom Jobim, com a canção Sabiá. Mas desta vez a vitória foi contestada pelo público, que preferiu a canção que ficou em segundo lugar: Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré.
[editar] Estilo musical
A participação no Festival, com A Banda, marcou a primeira aparição pública de grande repercussão apresentando um estilo amparado no movimento musical urbano carioca da Bossa nova, surgido em 1957. Ao longo da carreira, o samba e a MPB também seriam estilos amplamente explorados.
[editar] Composições para o Cinema
Chico participou como ator e compôs várias canções de sucesso para o filme Quando o Carnaval chegar, musical de Cacá Diegues. Compôs a canção-tema do longa-metragem Vai trabalhar Vagabundo, de Hugo Carvana -- a canção ficou tão boa, que Carvana chegou a modificar o roteiro, a fim de usá-la melhor. Faria o mesmo com os filmes seguintes desse diretor: Se segura malandro e Vai trabalhar vagabundo II. Adaptou canções de uma peça infantil para o filme Os Saltimbancos Trapalhões do grupo humorístico Os Trapalhões e com interpretações de Lucinha Lins. Outras adaptações de uma peça homônima de sua autoria foram feitas para o filme A Ópera do Malandro, mais um musical cinematográfico. Vários filmes que tiveram canções-temas de sua autoria e que fizeram muito sucesso além dos citados: Bye Bye Brasil, Dona Flor e seus dois maridos e Eu te amo, os dois últimos com Sônia Braga. Recentemente, chegou a ter uma participação especial como ator no filme Ed Mort.
[editar] Contribuição para o teatro e a literatura
Musicou as peças Morte e vida severina e o infantil Os Saltimbancos. Escreveu também várias peças de teatro, entre elas "Roda Viva" (proibida), Gota d'Água, Calabar (proibida), Ópera do malandro e alguns livros: Estorvo, Benjamim e Budapeste.
Chico Buarque sempre se destacou como cronista nos tempos de colégio, seu primeiro livro foi publicado em 1966, trazia os manuscritos das primeiras composições e o conto Ulisses, e ainda uma crônica de Carlos Drummond de Andrade sobre A Banda. Em 1974, escreve a novela pecuária Fazenda modelo e, em 1979, Chapeuzinho Amarelo, um livro-poema para crianças. A bordo do Rui Barbosa foi escrito em 1963 ou 1964 e publicado em 1981. Em 1991, publica o romance Estorvo e, quatro anos depois, escreve o livro Benjamim. Em 2004, o romance Budapeste ganha o Prêmio Jabuti. Oficialmente, a vendagem mínima de seus livros é de 500 mil exemplares no Brasil.
[editar] Programas de televisão
Deixou de participar de programas populares de televisão, tendo problemas com o apresentador Chacrinha, que teria feito uma piada com a letra da canção Pedro Pedreiro, ao ouvir o ensaio. Irritado, Chico foi embora e nunca se apresentou no programa. O executivo Boni proibiu qualquer referência a Chico durante a programação da TV Globo, depois que ambos também tiveram um entrevero, mas por pouco tempo, uma vez que ainda durante a década de 70 (e o começo da de 80) músicas suas constavam das trilhas de várias telenovelas, como Espelho Mágico e Sétimo Sentido. Ao fim da proibição vários anos depois, Chico aceitou fazer um programa com Caetano Veloso, que contou com a participação de outros artistas.
[editar] A crítica à Ditadura
Ameaçado pelo Regime Militar no Brasil, esteve exilado na Itália em 1969, onde chegou a fazer espetáculos com Toquinho. Nessa época teve suas canções Apesar de você (alusão negativa ao presidente Emílio Garrastazu Médici) e Cálice censuradas pela censura brasileira. Adotou o pseudônimo de Julinho da Adelaide, com o qual compôs apenas três canções. Na Itália Chico tornou-se amigo do cantor Lucio Dalla, de quem fez a belíssima Minha História, versão em português (1970) da canção Gesubambino, de Lucio Dalla e Paola Palotino.
Ao voltar ao Brasil continuou com composições que denunciavam aspectos sociais, econômicos e culturais, como a célebre Construção ou a divertida Samba do Partido Alto. Apresentou-se com Caetano Veloso (que também foi exilado, mas na Inglaterra) e Maria Bethânia. Teve outra de suas músicas associada a críticas a um presidente do Brasil. Julinho da Adelaide, aliás, não era só um pseudônimo, mas sim a forma que o compositor encontrou para driblar a censura, então implacável ao perceber seu nome nos créditos de uma música. Para completar a farsa e dar-lhe ares de veracidade, Julinho da Adelaide chegou a ter cédula de identidade e até mesmo a conceder entrevista a um jornal da época.
- Nordeste já
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou no coro da versão brasileira de We are the world, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
[editar] O "eu" feminino
Composições que se notabilizaram pela decantação de um "eu" feminino, retratando temas a partir do ponto de vista das mulheres com notória poesia e beleza: esse estilo é adaptado em Com acúcar e com afeto escrito para Nara Leão; continuou nessa linha com belas canções como Olhos nos Olhos e Teresinha, gravadas por Maria Bethânia, Atrás da Porta, interpretada por Elis Regina, e Folhetim, com Gal Costa e Iolanda (versão adaptada de letra original de Pablo Milanés), num dueto com Simone.
[editar] Os intérpretes de Chico
Para muitos fãs, o melhor intérprete das canções de Chico Buarque é o próprio Chico. Mas como ele nunca se negou a oferecer a seus amigos e familiares cantores composições originais, não se pode negar que algumas dessas canções passaram a ter versões "definitivas" em outras vozes, tal a qualidade das mesmas: além das citadas canções do "eu" feminino, temos o exemplo da antológica performance de Elis Regina na canção Atrás da Porta; Cio da Terra, com gravações emocionantes de Milton Nascimento e da dupla rural Pena Branca e Xavantinho; e de interpretações de Ney Matogrosso. O sucesso de Cio da Terra alcançado pela dupla sertaneja citada mostra, aliás, que a arte de Chico não se restringe ao entendimento das elites da MPB.
Isso já havia sido notado quando ele compôs diversos sambas (Olê Olá, Quando o Carnaval chegar), que agradavam o público e a maioria dos artistas tradicionais desse gênero musical. Não foi por menos que, já consagrado, em 1998, Chico Buarque foi tema do enredo da escola de samba Mangueira que sagrou-se campeã do carnaval naquele ano.
Deve-se mencionar ainda seu êxito com outras composições que fez para cantores populares já com a carreira em declínio, como nos casos de Ângela Maria, que gravou Gente Humilde e Cauby Peixoto com Bastidores. Dentre os artistas que regravaram músicas suas em estilo popular podem ser citados ainda Rolando Boldrin, que relançou Minha História.
- Parceiros
Desde muito jovem, conquistou reconhecimento de crítica e público tão logo os primeiros trabalhos foram apresentados. Ao longo da carreira foi parceiro como compositor e intérprete de vários dos maiores artistas da Música Popular Brasileira como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho, Milton Nascimento e Caetano Veloso. Seus parceiros mais constantes são Francis Hime e Edu Lobo.
[editar] Obra teatral
Em 1965, a pedido de Roberto Freire (o escritor e terapeuta, não confundir com o político), diretor do Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA), Chico musicou o poema Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, para a montagem da peça. Desde então, sua presença no teatro brasileiro tem sido constante:
- Roda viva
A peça Roda viva foi escrita por Chico Buaque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro, no início de 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, com Marieta Severo, Heleno Pests e Antônio Pedro nos papéis principais. A temporada no Rio foi um sucesso, mas a obra virou um símbolo da resistência contra a ditadura durante a temporada da segunda montagem, com Marília Pêra e Rodrigo Santiago. Um grupo de cerca de 110 pessoas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o Teatro Galpão, em São Paulo, em julho daquele ano, espancou artistas e depredou o cenário. No dia seguinte, Chico Buarque estava na platéia para apoiar o grupo e começava um movimento organizado em defesa de Roda viva e contra a censura nos palcos brasileiros. Chico disse no documentário Bastidores, que pode ter havido um erro, e que peça que o comando deveria invadir acontecia em outro espaço do teatro.
- Calabar
Calabar: o Elogio da Traição, foi escrita no final de 1973, em parceria com o cineasta Ruy Guerra e dirigida por Fernando Peixoto. A peça relativiza a posição de Domingos Fernandes Calabar no episódio histórico em que ele preferiu tomar partido ao lado dos holandeses contra a coroa portuguesa. Era uma das mais caras produções teatrais da época, custou cerca de 30 mil dólares e empregava mais de 80 pessoas. Como sempre, a censura do regime militar deveria aprovar e liberar a obra em um ensaio especialmente dedicado a isso. Depois de toda a montagem pronta e da primeira liberação do texto, veio a espera pela aprovação final. Foram três meses de expectativa e, em 20 de outubro de 1974, o general Antônio Bandeira, da Polícia Federal, sem motivo aparente, proibiu a peça, proibiu o nome "Calabar" e proibiu que a proibição fosse divulgada. O prejuízo para os autores e para o ator Fernando Torres, produtores da montagem, foi enorme. Seis anos mais tarde, uma nova montagem estrearia, desta vez, liberada pela censura.
- Gota d'água
Em 1975, Chico escreveu com Paulo Pontes a peça Gota d'Água, a partir de um projeto de Oduvaldo Viana Filho, que já havia feito uma adaptação de Medéia, de Eurípedes, para a televisão. A tragédia urbana, em forma de poema com mais de quatro mil versos, tem como pano de fundo as agruras sofridas pelos moradores de um conjunto habitacional, a Vila do Meio-dia, e, no centro, a relação entre Joana e Jasão, um compositor popular cooptado pelo poderoso empresário Creonte. Jasão termina por largar Joana e os dois filhos para casar-se com Alma, a filha do empresário. A primeira montagem teve Bibi Ferreira no papel de Joana e a direção de Gianni Ratto. O saudoso Luiz Linhares foi um dos atores daquela primeira montagem.
- Ópera do malandro
O texto da Ópera do malandro é baseado na Ópera dos mendigos (1728), de John Gay, e na Ópera de três vinténs (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill. O trabalho partiu de uma análise dessas duas peças conduzida por Luís Antônio Martinez Corrêa e que contou com a colaboração de Maurício Sette, Marieta Severo, Rita Murtinho e Carlos Gregório.
A equipe também cooperou na realização do texto final através de leituras, críticas e sugestões. Nessa etapa do trabalho, muito valeram os filmes Ópera de três vinténs, de Pabst, e Getúlio Vargas, de Ana Carolina, os estudos de Bernard Dort O teatro e sua realidade, as memórias de Madame Satã, bem como a amizade e o testemunho de Grande Otelo. Participou ainda o professor Manuel Maurício de Albuquerque para uma melhor percepção dos diferentes momentos históricos em que se passam as três óperas. O professor Werneck Viana contribuiu posteriormente com observações muito esclarecedoras. E Maurício Arraes juntou-se ao grupo, já na fase de transposição do texto para o palco. A peça é dedicada à lembrança de Paulo Pontes.
- O Grande Circo Místico
Inspirado no poema do modernista Jorge de Lima, Chico e Edu Lobo compuseram juntos a canção homônima para este espetáculo. Em 1983, e durante os dois anos seguintes, viajaram o país apresentando este que foi um dos maiores e mais completos espetáculos já realizados. Um disco coletivo foi lançado pela Som Livre para registrar a obra, com interpretações de grandes nomes da MPB.
[editar] Discografia
- Chico Buarque de Hollanda (1966)
- Morte e Vida Severina (1967)
- Chico Buarque de Hollanda - vol.2 (1968)
- Chico Buarque de Hollanda - vol.3 (1968)
- Chico Buarque de Hollanda – compacto
- Umas e outras - compacto (1969)
- Chico Buarque de Hollanda – compacto (1969)
- Chico Buarque na Itália (1969)
- Apesar de você (1970)
- Per un pugno di samba (1970)
- Sambas do Brasil (1970)
- Chico Buarque de Hollanda - vol.4 (1970)
- Construção (1971)
- Quando o carnaval chegar (1972)
- Caetano e Chico juntos e ao vivo (1972)
- Chico canta (1973)
- Sinal fechado (1974)
- Chico Buarque & Maria Bethânia ao vivo (1975)
- Meus caros amigos (1976)
- Cio da Terra compacto (1977)
- Os saltimbancos (1977)
- Gota d'água (1977)
- Chico Buarque (Samambaia) (1978)
- Ópera do Malandro (1979)
- Vida (1980)
- Show 1º de Maio compacto (1980)
- Almanaque (1981)
- Saltimbancos trapalhões (1981)
- Chico Buarque en espanhol (1982)
- Para viver um grande amor (1983)
- O Grande Circo Místico (1983)
- Chico Buarque (Vermelho) (1984)
- O Corsário do rei (1985)
- Ópera do malandro (1985)
- Malandro (1985)
- Melhores momentos de Chico & Caetano (1986)
- Francisco (1987)
- Dança da meia-lua (1988)
- Chico Buarque (1989)
- Chico Buarque ao vivo Paris Le Zenith (1990)
- Paratodos (1993)
- Uma palavra (1995)
- Terra (1997)
- As cidades (1998)
- Chico Buarque da Mangueira (1999)
- Chico ao Vivo (1999)
- Chico e as cidades (DVD) (2001)
- Cambaio (2001)
- Chico Buarque – Duetos (2002)
- Chico ou o País da delicadeza perdida (DVD, direção Roberto Oliveira) (2003)
- Meu Caro Amigo (DVD, direção Roberto Oliveira) (2005)
- A Flor da Pele (DVD, direção Roberto Oliveira) (2005)
- Vai passar (DVD, direção Roberto Oliveira) (2005)
- Anos Dourados (DVD, direção Roberto Oliveira) (2005)
- Estação Derradeira (DVD, direção Roberto Oliveira) (2005)
- Bastidores (DVD, direção Roberto Oliveira) (2005)
- O Futebol (DVD, direção Roberto Oliveira) (2006)
- Romance (DVD, direção Roberto Oliveira) (2006)
- Uma Palavra (DVD, direção Roberto Oliveira) (2006)
- Carioca (CD + DVD com documentário Desconstrução, direção Bruno Natal) (2006)