Ciências sociais
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As ciências sociais são um ramo do conhecimento científico que estuda os aspectos sociais do mundo humano. Diferenciam-se das artes e das humanidades, pela preocupação metodológica. Os métodos das ciências sociais, como a observação participante e o survey, podem ser utilizados nas mais diversas áreas do conhecimento, não apenas na grande área das humanidades e artes, mas também nas ciências sociais aplicadas, nas ciências da terra, nas ciências agrárias, nas ciências biomédicas, etc. Embora polêmica, é comum a distinção entre qualitativos e quantitativos.
Disciplinas do currículo mínimo das Ciências Sociais são: antropologia, sociologia, ciências políticas e metodologia científica. Essas ciências sociais germinaram na Europa do século dezenove, mas é no século XX, em decorrência das obras de Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber que as ciências sociais se desenvolvem. O carro chefe a sociologia: neologismo cunhado por Durkheim, seu primeiro professor. Embora a obra de Marx seja anterior, este viria também a ser reconhecido sob o epíteto de sociólogo. Nada mais antitético do que estes dois sociólogos: o primeiro um intelectual acadêmico interessado na fundação de uma disciplina científica, o segundo um intelectual militante interessado na fundação de uma nova sociedade. Durkheim com seus pares na busca de regras de método que elevem ao estatuto científico o conhecimento sobre a sociedade. Marx, ao contrário, mal visto pelos seus pares, foi encontrar na classe trabalhadora sua identidade. As atrocidades das relações de trabalho da época fizeram com que atribuísse a este grupo social, assim definido em relação ao sistema econômico capitalista, ora a força da transformação da sociedade, ora apenas uma peça do complexo quebra cabeças da história. No meio termo entre o academicismo e o militantismo está a participação de Weber, para quem a ciência e a política são duas vocações distintas. Distintas mas comensuráveis: ele próprio teórico da burocracia e do processo de modernização, contribuiu para a burocratização e modernização da Alemanha ocupando cargos políticos.
Mas porque o carro chefe é a sociologia e não as Ciências Políticas tão antigas como o nome de Maquiavel ou a Antropologia também anterior? A resposta há de estar no momento histórico de consolidação do novo currículo do ensino superior europeu durante o curto período de plena vigência do movimento intelectual conhecido como Positivismo. Então a nova disciplina, sociologia, vem renovar as outras duas já vigentes. Assim, um discípulo Durkheim, Marcel Mauss, que vai dar o tom da renovação da antropologia na França. Em um contexto diferente, o inglês, Bronislaw Malinowski também contribuirá para a renovação da antropologia através do método funcionalista que irá marcar uma ruptura com o viés colonialista dos estudos antropológicos até então desenvolvidos na Inglaterra.