Federação do Guanais
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Bandeira da Federação |
Conflitos na História do Brasil - Império - |
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Primeiro Reinado |
Guerra da Independência: 1822-1823 |
Independência da Bahia: 1821-1823 |
Confederação do Equador: 1824 |
Guerra contra as Províncias Unidas: 1825-1828 |
Revolta dos Mercenários: 1828 |
Período Regencial |
Federação do Guanais: 1832 |
Revolta dos Malês: 1835 |
Cabanagem: 1835-1840 |
Farroupilha: 1835-1845 |
Sabinada: 1837-1838 |
Balaiada: 1838-1841 |
Segundo Reinado |
Revoltas Liberais: 1842 |
Revolta Praieira: 1848-1850 |
Questão Christie: 1863 |
Guerra contra Oribe e Rosas: 1851-1852 |
Guerra contra Aguirre: 1864 |
Guerra do Paraguai: 1864-1870 |
Revolta dos Muckers: 1874 |
Revolta do Quebra-Quilos: 1874-1875 |
A Federação do Guanais foi uma revolução nativista ocorrida na Bahia, no ano de 1832.
[editar] Raízes do Movimento
Existia na Bahia um sólido desejo autonomista e republicano, presentes ainda no século XVIII, com a Conjuração Baiana. A partir deste movimento inicial, o ideário voltou a eclodir em revoltas e serviu de mote para congregar o povo da Bahia na luta pela Independência que, no Estado, iniciou-se antes mesmo da proclamação oficial, em 1822, e terminando somente a 2 de julho de 23.
A situação do Brasil, após a sua emancipação, continuava indefinida, com várias correntes de ideais almejando maiores transformações, agravadas sobretudo pela solução encontrada com a abdicação de D. Pedro I em favor de seu filho, ainda menor.
No Recôncavo Baiano fervilhavam os conciliábulos, as associações de cunho secreto projetavam levantes e revoltas, que a Corte combatia através da promoção de eventuais líderes a postos no interior remoto. Durante a Regência Trina Permanente, vários movimentos revoltosos e revolucionários ocorreram (Classificados, na historiografia, sob o título genérico de “Movimentos Nativistas”), e um deles veio finalmente a eclodir na Bahia, em 1832.
[editar] Uma breve República
A partir da Vila de São Félix, no Recôncavo Baiano, Bernardo Miguel Guanais Mineiro chefiou um violento movimento federalista que, em fevereiro de 1832, chegou a estabelecer um governo provisório.
Nove anos depois da Guerra de Independência da Bahia, as idéias republicanas e emancipacionistas que motivaram o povo baiano à luta fizeram os revolucionários que era a hora de mudar o regime, então conturbado pela indefinição de como seria o Governo, ausente o Imperador.
Adotaram uma bandeira de três palas: branca, azul e branca.
Apesar do apoio que receberam por parte dos proprietários, ainda tomados pelo forte sentimento federalista, suas forças não puderam fazer frente à resistência do poder constituído.
A reação do governo foi capitaneada pelo Visconde de Pirajá. Após três dias de lutas, os revoltosos se rendem e seu chefe, Guanais Mineiro, é mandado preso para o Forte do Mar – verdadeiro bastião de forma circular erguido numa ilha artificial para a defesa do porto de Salvador.
Em 1833, Guanais Mineiro consegue sublevar a fortificação onde estava confinado e, dali, bombardeia Salvador – foi o “canto do cisne” deste chefe revolucionário que, dali, foi mandado para o sertão baiano onde, longe das inflamações da capital, encerrou seus dias, deixando grande descendência.
[editar] O sentimento republicano
Apesar do fracasso desta iniciativa, os ideais republicanos continuariam vivos no povo baiano. Eclodiu, novamente, com a Sabinada e veio a ganhar corpo no final do 2º Reinado, sob os auspícios de líderes baianos como Rui Barbosa, Cezar Zama e muitos outros, até eclodir finalmente na Proclamação de 1889.