Guerra da Cisplatina
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- Nota: Se procura o composto químico, consulte Cisplatina (química).
Conflitos na História do Brasil - Império - |
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Independência da Bahia: 1821-1823 |
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Guerra contra as Províncias Unidas: 1825-1828 |
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Revolta Praieira: 1848-1850 |
Questão Christie: 1863 |
Guerra contra Oribe e Rosas: 1851-1852 |
Guerra contra Aguirre: 1864 |
Guerra do Paraguai: 1864-1870 |
Revolta dos Muckers: 1874 |
Revolta do Quebra-Quilos: 1874-1875 |
A chamada Guerra da Cisplatina ou Campanha da Cisplatina foi um conflito ocorrido entre o Império do Brasil e a República Argentina, no período de 1825 a 1828, pela posse da região da atual República Oriental do Uruguai. Na historiografia Argentina é denominada como Guerra del Brasil.
O termo Cisplatina (cis, aquém, da parte de cá de + platina, relativa ao rio da Prata), em língua portuguesa indica a região a Leste daquele rio; em castelhano é denominada como Banda Oriental do Rio da Prata, constituindo-se no atual Uruguai.
Localizado na entrada do estuário do Rio da Prata, a Banda Oriental é uma área estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio, acesso aos rios Paraná e Paraguai.
Índice |
[editar] História
[editar] Antecedentes
A região era disputada pelas Coroas de Portugal e da Espanha desde a fundação da Colônia do Santíssimo Sacramento (1680), sendo objeto de vários tratados de limites, entre os quais, o principal foi o Tratado de Madri (1750).
Na posse espanhola, com a independência da Argentina, constituiu-se em território daquele país até 1816 quando foi conquistada para a Coroa Portuguesa pelo General Carlos Frederico Lecor, comandante do Regimento dos Voluntários do Príncipe Regente. Ali desenvolveu uma inteligente política de ocupação, com a fundação das Escolas Mútuas do Método Lancaster e o apoio às elites Orientais. Em 1821 foi incorporado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves pelo Príncipe-Regente Português, com o nome de Província Cisplatina. A anexação foi justificada, à época, pelos alegados direitos sucessórios que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sobre a região.
[editar] O conflito
Após a Independência do Brasil, alimentando pretensões de anexar a Banda Oriental ou Cisplatina às Províncias Unidas do Rio da Prata, os argentinos incentivaram os patriotas uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleja, a que se levantassem contra a dominação brasileira na região. Para esse fim, ofereciam-lhes apoio político, além de suprimentos de boca e de guerra.
O conflito acabou eclodindo em 1825, quando líderes separatistas uruguaios, como Lavalleja e Fructuoso Rivera proclamaram a independência da região. Lavalleja desembarcou com suas forças na praia da Agraciada e, com o apoio da população, declarou a incorporação da Banda Oriental do Uruguai às Províncias Unidas do Rio da Prata. Em resposta, o governo imperial brasileiro declarou guerra às Províncias Unidas.
Para apoiar as forças de Lavalleja, um exército argentino atravessou o rio da Prata, estabelecendo acampamento em Durazno, iniciando uma invasão do território brasileiro pelo general Carlos Maria de Alvear (1826). O visconde de Barbacena, no comando das tropas imperiais, deu combate aos argentinos na batalha de Ituzaingó.
Em apoio ao Exército Brasileiro, o imperador Pedro I do Brasil enviou uma esquadra para bloquear o estuário do Rio da Prata, assim como o porto de Buenos Aires. A Argentina revidou, atacando o litoral gaúcho. Contudo, a pressão da Marinha do Brasil conseguiu, com o tempo, estrangular o comércio argentino.
O Império Brasileiro iniciou a ofensiva terrestre a partir do final de 1826, por meio da concentração de tropas no Sul do país. Essas tropas eram formadas, em sua maioria, por voluntários e por algumas unidades de mercenários europeus.
A dificuldade do imperador em reunir forças para o conflito deveu-se, em grande parte, ao fato de que seu governo estava enfrentando à época várias rebeliões populares e levantes militares nas províncias do recém-independente Brasil (inclusive na capital Rio de Janeiro).
A falta de tropas atrasou em muito a capacidade de resposta brasileira ao apoio de Buenos Aires ao levante no Sul. Por volta de 1826 esse apoio não era mais somente político e logístico: já havia a convocação de tropas para lutar contra o Império.
A guerra foi marcada por diversos encontros de pequena monta e por escaramuças de grupos armados de ambos os lados. Estes encontros em nada contribuíram para a solução do impasse político e militar.
Somente as batalhas de Sarandi e Passo do Rosário se constituíram em encontros militares de maior vulto. Em ambas, o exército imperial foi derrotado. Contudo, graças à falta de recursos humanos e logísticos tanto por parte da Argentina como do Uruguai, para explorarem estas vitórias, elas foram de pouco proveito.
A guerra prosseguiu, por terra e mar, com vantagem para as forças imperiais, que derrotaram as forças republicanas na decisiva Batalha de Monte Santiago (1827).
Na primeira metade do ano seguinte, dado o impasse em terra, o bloqueio naval brasileiro, os altos custos para os belingerantes da continuação da guerra, a pressão britânica para que um acordo fosse firmado, além da precariedade militar e política dos países beligerantes, a paz começou a ser negociada, com a mediação da França e da Grã-Bretanha.
Desse modo, o Império do Brasil e a República das Províncias Unidas do Rio da Prata, pela Convenção Preliminar de Paz, assinada no Rio de Janeiro, renunciaram às suas conquistas e reconheceram como Estado independente a Banda Oriental do Uruguai, que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.
[editar] Conseqüências
A perda da Província Cisplatina foi um motivo adicional para o crescimento da insatisfação popular com o governo de D. Pedro I. Na realidade, a guerra era impopular desde o início, pois para muitos brasileiros representava aumento de impostos para o financiamento de mais um conflito.
Quando o Brasil assinou o acordo pela independência da região, muitos utilizaram isto como argumento para tornar ainda mais impopular o governo, alegando que o imperador havia depauperado os cofres públicos e sacrificado a população por uma causa perdida.
Entretanto, a Guerra da Cisplatina não foi um motivo direto para a abdicação do imperador, em 1831. Ela se insere dentro de uma conjuntura que concorreu para a sua queda; entre eles, sem dúvida, o seu estilo centralizador de governar foi o principal.
[editar] Bibliografia
- CARNEIRO, David. História da Guerra Cisplatina. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1946.
- DUARTE. Paulo de Q. Lecor e a Cisplatina 1816-1828. v. 2. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1985.
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Estes dois arquipélagos, localizados no Atlântico Norte, foram colonizados pelos portugueses no início do século XV e fizeram parte do Império Português até 1976, quando se tornaram regiões autónomas de Portugal; no entanto, já desde o século XIX que eram encaradas como um prolongamento da metrópole europeia (as chamadas Ilhas Adjacentes) e não colónias. O estatuto especial dos arquipélagos (região autónoma) continuou até hoje, sem grandes alterações. |