Guerras Napoleónicas
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Guerras Napoleônicas é a designação do conflito mundial que opôs a quase totalidade das nações da Europa a Napoleão Bonaparte, herdeiro da Revolução Francesa e ditador militar.
Bonaparte, imperador da França, foi 1º Cônsul em 1799 e coroado em 1804, sob o título de Napoleão I. A partir de 1807 conduz o governo, sem atender aos Corpos Legislativos e com características autoritárias, imperiais e expansionistas.
As guerras, a princípio localizadas como conflitos entre soberanos, tornaram-se guerras nacionais a partir da resistência popular de Espanha e Portugal (Guerra Peninsular) aos invasores napoleónicos. Com o apoio da aristocracia inglesa, as nações europeias, derrotadas em sucessivas coligações acabaram por se impor a Napoleão na Batalha de Waterloo (1815).
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[editar] Precedentes
A seguir às guerras da Primeira e Segunda Coligações contra a França, durante e logo após a Revolução Francesa, formou-se uma Terceira Coligação em 1804. A ideia desta coligação era tentar deter as crescentes ambições do governante francês, Napoleão Bonaparte, que em Maio de 1804 recebera o título de imperador. As acções de Napoleão provocaram uma nova entrada da Grã-Bretanha na guerra, logo seguida pela Áustria, Nápoles, Rússia e Suécia. A Espanha era então aliada da França.
[editar] A guerra no mar
Napoleão organizou uma enorme frota para atacar a Inglaterra, mas em Outubro de 1805 uma esquadra britânica comandada por Horácio Nelson destruiu uma força combinada franco-espanhola em Trafalgar, acabando com a ameaça francesa.
[editar] Europa central
Napoleão lançou os seus exércitos num ataque à Áustria, que a derrotou na Batalha de Austerlitz em Dezembro de 1805. No ano seguinte invadiu a Prússia e derrotou-a nas batalhas de Jena e Auerstadt. Em 1807 derrotou os Russos na batalha de Friedlândia. Em 1809 a Áustria voltou à luta, mas foi novamente derrotada e obrigada a fazer a paz.
[editar] Península Ibérica
Na península Ibérica, em 1807, Napoleão atacou Portugal e, em 1808, a Espanha, nomeando o seu irmão José Bonaparte como rei de Espanha. Os povos ibéricos revoltaram-se e as tropas britânicas desembarcaram em Portugal. Napoleão forçou-as a uma retirada para a Corunha, no norte de Espanha. Arthur Wellesley, mais tarde duque de Wellington, tomou então o comando aliado na Guerra Peninsular. Enquanto as forças de guerrilha e os corajososos exércitos espanhóis, desgastavam os franceses e obrigavam Napoleão a manter um enorme exército na Espanha, o exército português, reconstituído e aliado aos britânicos sob o mando de Wellington, segurou Portugal através das Linhas de Torres e venceu no Buçaco, Albuera, Salamanca, Badajoz, Ciudad Rodrigo. Em Maio de 1813 o exército anglo-português iniciou a libertação de Espanha, obtida nas batalhas de Vitória e dos Pirinéus. Após a queda de Pamplona e San Sebastian, o exército anglo-português atravessou a fronteira francesa e alcançou sucessivas vitórias em Nivelle, Nive, e finalmente Toulouse, a 10 de Abril.
[editar] Rússia
Napoleão estava decidido a esmagar a Rússia, que invadiu com seiscentos mil homens em Junho de 1812. Tomou Moscovo, a que os Russos tinham pegado fogo, mas encontrou-se com falta de mantimentos e em pleno Inverno russo. Teve de retirar, perdendo a esmagadora maioria dos seus soldados. A Áustria, Prússia e outros estados alemães recomeçaram a guerra, e em Outubro de 1813 uma força combinada de russos, prussianos e austríacos derrotou Napoleão na Batalha de Leipzig. Este abdicou em Abril de 1814 e foi exilado para a ilha de Elba.
[editar] Brasil
As Guerras Napoleónicas repercutiram-se no Brasil a partir da invasão da península Ibérica desde 1807.
Com a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil (1808), e a transferência da Administração para o Rio de Janeiro, o Príncipe Regente emite o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, assinando-se em seguida os tratados de 1810: o Tratado de Aliança e Amizade e o Tratado de Comércio e Navegação, com a Inglaterra, consolidando a ascendência daquela potência sobre Portugal e seus domínios ultramarinos.
Em represália à ocupação do território de Portugal continental, as forças portuguesas invadem e ocupam a Guiana Francesa (1809-1817), e incorporam a Banda Oriental (atual Uruguai) do rio da Prata.
Em 1815, o Brasil foi elevado à condição de "Reino Unido a Portugal e Algarve", na entidade chamada Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve..
[editar] Os cem dias
Em Março de 1815 Napoleão escapou-se da ilha de Elba e regressou à França. O rei francês, Luís XVIII, fugiu e Napoleão viu-se de novo no poder. Reuniu-se apressadamente um exército aliado, sob o comando de Wellington e do marechal prussiano Gebhard von Blucher, que derrotou Napoleão na Bélgica, em Waterloo, em Junho. Napoleão foi novamente exilado, agora para a ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, onde morreu em 1821.