História da Finlândia
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[editar] Pré-História
Descobertas arqueológicas comprovam que a área hoje compreendida como Finlândia já era povoada durande a Idade da Pedra, quando o gelo resultante da última glaciação recuou. Pensa-se que os primeiros habitantes se tratavam de povos caçadores e recolectores que viviam daquilo que o mar (Mar Báltico) lhes fornecia.
[editar] União de Kalmar
Durante os séculos IX e X, a cultura Viking, com o comércio, prosperou na Suécia, a qual iniciou a conquista de novas terras. A invasão dirigiu-se em primeiro lugar para oriente, na direção da Finlândia, dos Estados Bálticos, Rússia e Mar Negro.
Em 1389, os três estados escandinavos (Noruega, Suécia e Finlândia) estavam unidos sob um único, formando a União de Kalmar, através de uma união pessoal, pela rainha Margarida I.
[editar] Dissolução da União de Kalmar
A União de Kalmar finalmente dissolveu-se em 1523, e Gustavo Vasa tornou-se rei da Suécia. Durante seu reinado, introduziu o protestantismo. Em 1550, o rei fundou a cidade de Helsinque, sob o nome de Helsingfors, que, por mais que dois séculos, não passou de um pequeno vilarejo de pescadores. Seguindo a política de Reforma, em 1551, Mikael Agricola, bispo de Turku, publicou sua tradução do novo testamento para a língua finlandesa.
Com a morte do rei Gustavo Vasa, em 1560, sua coroa passou para seus três filhos em perídos distintos. O rei Érico Vasa começou uma era de expansionismo, quando a coroa sueca tomou a cidade de Tallinn, na Estônia, em 1561. A guerra da Livônia foi o começo de uma era de guerras que perdurou por 160 anos. Na primeira fase, a Suécia lutou pela liderança da Estônia e da Letônia contra Dinamarca, Polînia e Rússia. O povo da Finlândia sofreu por causa de altos impostos e abusos por parte dos militares. Isso resultou na revolta das clavas de 1596, uma revolta de camponeses, que foi reprimida violentamente. Um tratado de paz com a Rússia, o tratado de Teusina, assinado em 1595, moveu as fronteiras finlandesas para leste e norte.
Uma fato notável na história finlandesa, durante o século XVI, foi o incentivo da coroa sueca à agricultura nas vastas regiões centrais da Finlândia. Isso foi feito, e uma parte do povo lapão foi expulsa. Algumas das regiões exploradas eram tradicionalmente territórios de pesca e caça dos povos carelianos, resultando, durante a década de 1580, em algumas regiões, num conflito entre colonos finlandeses e carelianos.
Entre 1611 e 1632, a Suécia. governada pelo rei Gustavo Adolfo, sofreu reformas militares que tornaram as pequenas milícias de camponeses num grande exército. A Suécia conquistou a Livônia e alguns territórios foram tomados da Rússia no tratado de Stolbovo. Em 1630, exércitos suecos-finlandeses tomaram parte na guerra dos Trinta Anos, entre protestantes e católicos, na Alemanha. A cavalaria leve finlandesa, conhecida como Hakkapeliitat teve um papel importante nesse conflito.
Entre 1637 e 1640 e entre 1648 e 1654, o conde Per Brahe foi o governante geral da Finlândia. Muitas reformas importantes foram realizadas, e muitas cidades foram fundadas. Sua administração foi considerada um período benéfico ao desenvolvimento da Finlândia. Em 1640, a primeira universidade finlandesa, a Universidade de Turku, foi fundada, proposta pelo conde Per Brahe e realizada pela rainha Cristina da Suécia. Em 1642, a Bíblia foi completamente traduzida para a língua finlandesa.
[editar] Império Sueco
A partir da paz de Vestfália, em 1648, a Suécia passou a ser incluída entre as grandes potências européias, como o Império Sueco. As altas taxações, guerras e o clima frio fizeram a era imperial da Suécia ser uma época ruim para os camponeses finlandeses. Entre 1655 e 1660, lutaram-se as guerras do norte, levando soldados finlandeses para batalhas na Livônia, Polônia e Dinamarca.
Entre 1638 e 1654, onde hoje estão os estados americanos de Delaware e Pensilvânia, a Suécia teve colônias, onde pelo menos metade dos imigrantes eram finlandeses. Em 1676, a Suécia se transformou em uma monarquia absolutista.
Do ponto de vista religioso, o século XVII foi marcado por intensa ortodoxia luterana, havendo o fenômeno da caça às bruxas. Na regiões da Finlândia central e oriental, grandes quantidades de alcatrão eram produzidas para exportação, pois as nações européias precisavam desse material para a manutenção de suas marinhas. Devido ao surgimento de sentimentos de pré-capitalismo, a caça às bruxas nessas regiões se intensificou. Entre 1697 e 1699, mais de 30% da população finlandesa morreu por falta de alimentos, causada pelo clima.
[editar] Guerra do Norte à Guerra Finlandesa
Durante Grande Guerra do Norte, entre 1700 e 1721, a Finlândia foi ocupada por forças russas, e a região sul, incluíndo a cidade de Viborgue, foi anexada à Rússia, após o tratado de Uusikaupunki. Após esse incidente, a Suécia deixou de ser incluída entre as grandes potências. A monarquia absolutista foi abolida, e a dieta da Suécia passou a governar o país. O poder ficou dividido entre dois grandes partidos: Mösspartiet e Hattpartiet. Enquanto o Mösspartiet defendia relações pacíficas com a Rússia, o povo finlandês apoiava o Hattpartiet.
A sociedade era dividida em quatro estados: camponeses (livres de impostos), clérigos, nobres e burgueses. A Finlândia possuía menos de 470 mil habitantes (de acordo com os registros da Igreja Luterana; os católicos ortodoxos habitantes da Carélia do Norte não foram incluídos), dos quais aproximadamente 90% eram compostos de camponeses.
[editar] Grão-Ducado Russo
O Grão-Ducado da Finlândia se formou após ser assinado o tratado de Hamina, com a vitória do Império Russo na Guerra Finlandesa. O czar, como um monarca constitucional, governava a Finlândia sob o título de grão-duque. O grão-ducado teve duas capitais: Turku, até 1812, e Helsinque, a partir de 1812 (é a atual capital da Finlândia).
[editar] Independência e Guerra Civil
A Finlândia começou seu processo de independência com a deposição do czar por forças mencheviques. Após essa primeira revolução, ocorrida na Rússia, começaram a acontecer nos dois países - Finlândia e Rússia - conflitos entre as forças de direita e de esquerda. Com a revolução bolchevique na Rússia, e com o reconhecimento da independência da Finlândia por parte de Lênin, o conflito pelo controle do país se tornou uma luta armada entre os vermelhos, social-democratas apoiados pela recém-formada União Soviética, e os brancos, de direita, apoiados pelo Império Alemão. Esse conflito ficou conhecido como guerra civil finlandesa. Os brancos venceram a guerra, e a Finlândia foi anexada ao território alemão. A Finlândia teve verdadeiramente sua independência apenas após a derrota do Império Alemão na Primeira Guerra Mundial.
[editar] Entre-guerras
Com a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial, formou-se a Repúblicada Finlândia e Kaarlo Juho Ståhlberg foi eleito como seu primeiro presidente, em 1919.
A recém-formada república enfrentou uma disputa pela soberania do arquipélago de Åland, que havia maioria de falantes de sueco. Como a Finlândia não queria ceder o domínios sobre as ilhas, ofereceu a elas o status de território autônomo. Como os cidadãos das ilhas eram contra essa proposta, a disputa foi levada à Liga das Nações, que decidiu que as ilhas deveriam ser tornadas províncias autônomas, dentro da Finlândia, grantindo aos cidadãos o direito de manter a língua sueca, bem como sua própria cultura e suas tradições. Ao mesmo tempo, um tratado internacional definiu Åland como um território neutro, proíbindo a instalação de forças e bases militares na região.
Após a guerra civil, muitos acidentes de fronteira ocorreram entre Finlândia e URSS. As relações com os soviéticos só melhoraram após a assinatura do tratado de Tartu, em 1920.
Surgiu, em 1929, o movimento de Lapua, de inspirações nacionalistas e conservadoras remanescentes da guerra civil, que ganhou apoio entre os finlandeses anti-comunistas. Após uma tentativa fracassada de golpe de estado, ocoorida em 1932, na chamada rebelião de Mäntsälä, o movimento foi banido e seus líderes presos.
[editar] Segunda Guerra Mundial
[editar] Guerra de Inverno
Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo da União Soviética exigiu a entrega de bases militares e territórios finlandeses, em 29 de Setembro de 1939. Como o governo da Finlândia se opôs às exigências soviéticas, a guerra entre os países era iminente.
Ocorreu um suposto incidente, no qual o governo soviético alegou que tropas finlandesas dispararam tiros de canhão contra tropas soviéticas, matando alguns soldados. Após esse suposto incidente, o governo soviético exigiu a retirada de tropas até uma distância de 25 km da frente. A resposta finlandesa, que só retiraria suas tropas se os soviéticos fizessem o mesmo, era acompanhada por uma análise, de que os tiros teriam sido disparados do próprio território soviético.
Na manhã de 30 de Novembro de 1939 é anunciado o início das hostilidades entre os países. Até Janeiro de 1940, a guerra ficou marcada por investidas soviéticas repelidas pelo exército finlandês, mais fraco e menor que o soviético. No dia 11 de Fevereiro de 1940, a Finlândia foi afligida por ataques mais pesados, e a frente finlandesa foi finalmente derrubada.
Sabendo que as forças finlandesas não poderiam suportar os ataques por mais tempo, o presidente do conselho de defesa finlandês, Mannerheim, ordena a retirada imediata das tropas finlandesas da Linha de Mannerheim. Com a retirada finlandesa, e com a proximidade do degelo, quando os lagos e pantanos derreteriam impossibilitando a passagem de tanques e suprimentos, as forças soviéticas partem para uma ofensiva mais veloz.
Em 7 de Março de 1940, duas divisões soviéticas chegaram à margem setentrional da baía de Vyborg. Concentraram a sua artilharia nesse setor e desencadearam bombardeios. Dois dias depois, conseguiram abrir caminho entre Vyborg e Helsinque. No istmo da Carélia, uma enorme investida soviética rompeu as linhas finlandesas, abrindo uma brecha de 20 km de extensão a leste de Vyborg. Lutando com o que restava de suas forças, os finlandeses recuaram. Em 3 de Março, seis divisões russas atacam Vyborg, combatendo os sobreviventes de apenas três regimentos finlandeses, que foram finalmente derrotados.
[editar] Amizade com a União Soviética
[editar] Era Pós-Soviética
[editar] Ligações externas