História da Polónia
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No período que se seguiu ao seu surgimento no século X, a nação polonesa foi guiada por uma série de governantes fortes que converteram os poloneses ao cristianismo, criaram um Estado centro-europeu sólido e o integraram à cultura européia. A existência de inimigos externos poderosos e um processo de fragmentação interna enfraqueceram esta estrutura inicial no século XIII, mas uma consolidação no século seguinte permitiu o estabelecimento subseqüente de um grande Reino Polonês.
A dinastia Jagelão (1385-1569) deu início à União Polaco-Lituana a partir do Grão-Duque lituano Jagelão, uma parceria que se revelou proveitosa para poloneses e lituanos e lhes permitiu exercer o papel predominante em um dos mais poderosos impérios europeus pelos três séculos seguintes. A União de Lublin, de 1569, estabeleceu a Comunidade Polaco-Lituana, um Estado influente na política européia. Por volta do século XVIII, a outrora poderosa Comunidade passou por um período de crescente anarquia, terminando por ser partilhada entre os seus vizinhos e apagada do mapa em 1795. Entretanto, o ideal de independência polonesa manteve-se vivo devido a acontecimentos dentro e fora da Polônia, ao longo do século XIX.
A localização da Polônia no centro da Europa tornou-se especialmente significativa num momento em que a Prússia e a Rússia se envolviam de modo intenso em rivalidades e em alianças européias e em que Estados-nação modernos se formavam por todo o continente. A Polônia recuperou a sua independência em 1918, mas a Segunda República foi destruída pela Alemanha quando as tropas nazistas invadiram o território polonês, no início da Segunda Guerra Mundial. O avanço do Exército Vermelho forçou as forças alemãs a evacuar o país, permitindo a formação da República Popular da Polônia, um satélite soviético. O término do conflito provocou nova variação nas fronteiras polonesas. No final dos anos 1980, um movimento de reforma, o Solidaridade, logrou obter uma transição pacífica do regime comunista polonês para a democracia, que resultou na criação da moderna República da Polônia.
Ao longo do último milênio, o território governado pela Polônia variou consideravelmente. Em certo momento, no século XVI, a Polônia era o segundo maior país da Europa, após a Rússia. Em outras épocas, inexistia um Estado polonês.
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[editar] Origens
A Polónia é um país unificado desde o século X. O nome Polónia (Polska) tem origem na tribo dos polanos, que significa "pessoas que cultivam a terra", derivado da palavra pole que significa "campo". A tribo dos polanos habitava a região "Grande Polónia". A província localiza-se às margens do rio Warta. As cidades mais importantes na região são Gniezno – a primeira capital polaca e Poznań. Além da tribo dos polanos, habitavam outras tribos eslavas ocidentais: Silesianos, Vístulanos, Pomeranos, Prussianos e Mazovianos. Os meios de subsistência eram caça, agricultura e comércio. Pelas terras da Polónia passaram os caminhos de comércio de Âmbar desde o século V a.C..
[editar] Época Real
A época da dinastia dos PiastMieszko I foi o primeiro duque da Polónia, tendo unificado os territórios polacos. Casou–se com a princesa checa Dobrawa e em 966 aceitou o baptismo. A adopção do cristianismo como religião teve como consequência a latinização da cultura polaca.
O filho e o sucessor de Mieszko I foi Boleslaw I (Chrobry - O Bravo). Em 1002 iniciou-se uma longa guerra entre o Sacro Império Romano–Germânico e a Polónia, ganha por esta. Em 1018 conquistou Kiev, a capital de Rus (ortodoxa)- um país que existiu entre os séculos IX e XIII e foi o estado antecedente da Rússia, Bielorússia e Ucrânia. Em 1025 Boleslaw tornou–se o primeiro rei da nação polaca, inaugurando a dinastia dos Piast.
Em 1114 seu neto, o principe de Kadis Boleslaw o Piedoso elaborou um importante estatuto diferenciando os Judeus dos Cristãos que ficou conhecido como Estatuto Polonês.
Em 1241 a região sul do país foi invadida pelos mongóis, liderados pelos generais Baidar e Kaidu, ao mesmo tempo que um outro exército, liderado por Batu e Subedei, invadia a Hungria. O verdadeiro objetivo dos mongóis era a Hungria, e a invasão à Polônia serviu para distrair os vizinhos da Hungria. Algumas cidades como Cracóvia e Legnica foram devastadas pelos invasores. Em 1259 e 1287 ocorreram novos ataques mongóis, liderados pelo general Nogai Khan.
Os cavaleiros teutônicos, cruzados de nacionalidade alemã, foram chamados pelo príncipe polaco Conrado de Masovia para ajudarem a combater e cristianizar os tribos pagãs na Prússia e fundaram o seu estado no século XIII, acerca da cidade de Toruń. Mais tarde eles invadiram a Polônia, ocupando a Pomerania Oriental com a cidade de Gdansk, onde massacraram a população.
No século XIII a Lituânia – o último país pagão na Europa, conquistou a Bielorússia e no século XIV a Ucrânia com Kiev. O rei polaco Kazimierz Wielki (Casimiro o Grande) incorporou na Rus Vermelha cidades como Halicz e Lwow. Em 1364 o Casimiro fundou a primeira universidade na Polônia, em Cracóvia. Esse rei foi o último soberano da dinastia dos Piast.
A época da dinastia dos Jagiellones Em 1385 a Polónia e a Lituânia assinaram um pacto de união e foram um só país até 1795. O Grande Duque Lituano Władysław Jagiełło aceitou o baptismo e tornou-se Rei da Polónia. O novo estado polaco-lituano tinha uma área total de 1 milhão de km2, com capital em Cracóvia (Krakow). Outras cidades importantes eram Vilnius, Kiev, Poznan, Torun e Gdansk. Desde o século XIV a Polónia foi um estado multi-cultural, multi-étnico e multi-religioso. No século XIV foi fundado o parlamento polaco. Chamava-se o Seym (Sejm) e dividou-se em Izba Poselska (a câmara baixa) e o Senat (a câmara alta).
No ano 1410 o Gande Duque Lituano e também rei da Polônia, Władysław Jagiełło, derrotou os exércitos teutônicos. O campo da batalha foi no Grunwald. Esta foi a maior batalha na Europa da Idade Média. Em 1466 a Polónia ganha uma outra guerra contra os cavaleiros teutônicos e este estado torna-se vassalo da Polónia.
No século XV a Moldávia, a Hungria e o Reino Tcheco tiveram forte influência polonesa. Os reis da dinastia Jagiellon governaram em Cracóvia, Vilnius, Praga e Budapest.
O século XVI foi o século de ouro na história da Polónia. O século XVI foi o século da Renascença e do estilo Renascentista. Em 1572 o parlamento polaco assinou um pacto de tolerância religiosa.
A época dos reis eleitos (República da fidalguia)O século XVII e a primeira parte do século XVIII foi o período barocco. Em 1609 o rei Zygmunt III Waza (Sigmunt III) deslocou a capital de Cracóvia para Varsóvia onde edificou o palácio real e também muitas igrejas católicas. Os reis e a nobreza da Polônia edificaram castelos, palácios, igrejas e cidades. Em 1605 o estado polaco ajudou a oposição na guerra civil na Rússia. Em 1605 e 1610 o exército polaco conquistou Moscovo. O filho de rei polaco Zygmunt III, Władyslaw IV, quis tornar-se o imperador russo mas explodiu uma rebelião contra a Polónia. A Polónia é o único pais católico da Europa Oriental que faz guerra com o ortodoxa Rússia, a muçulmana Turquia e a protestante Suécia. Em 1683 o rei Jan III Sobieski derrotou o exército islâmico dos turcos em Viena, mas não conseguiu estabelecer a ordem dentro do próprio pais. Em 1697 a Polónia assinou um pacto do união com o estado da Saxónia. August II Wettin, duque da Saxónia, tornou-se rei da Polónia. O último rei da Polônia foi Stanisław August Poniatowski (1763-1795), que começou a reforma administrativa do estado e do sistema econômico polonês. Em 1773 foi fundada a Comissão da Educaçao Nacional e no dia de 3 de Maio de 1791 os reformadores assinaram a Constituição de 3 de Maio - a primeira (ou segunda) na Europa. Esta regra de lei geral embora assinada pelo rei nunca entrou em vigor. Em 1795, porém, os estados da Prússia, Áustria e da Rússia anexaram a Polónia seguindo os caminhos diplomáticos, apoiando os opositores da constituição. A terras do leste com Varsóvia ficaram sob ocupação russa, oeste com Poznan e Gdansk ficou prusso e por fim o sul da Polónia com Cracóvia sob administração do Império Áustriaco.
[editar] Ver também
[editar] Lista cronológica dos Reis da Polónia
- Mieszko I (ca. 935-992)
- Bolesław Chrobry (966-1025)
- Mieszko II (990-1034)
- Kazimierz Odnowiciel (1016-1058)
- Bolesław Śmiały (1040-1081)
- Władysław Herman (1042-1102)
- Bolesław Krzywousty (1086-1138)
- Władysław Wygnaniec (1105-1159)
- Bolesław Kędzierzawy (1121-1173)
- Mieszko Stary (1122-1202)
- Kazimierz Sprawiedliwy (1138-1194)
- Mieszko Plątonogi (1130-1211)
- Leszek Biały (1186-1227)
- Władysław Laskonogi (1161-1231)
- Henryk Brodaty (1165-1238)
- Henryk Pobożny (1196-1241)
- Bolesław Rogatka (1220-1278)
- Konrad Mazowiecki (1187-1247)
- Bolesław Wstydliwy (1226-1279)
- Bolesław Pobożny (1221-1279)
- Leszek Czarny (1240-1288)
- Henryk Probus (1257-1290)
- Przemysł II (1257-1296)
- Wacław II (1271-1305)
- Władysław Łokietek (1260-1333)
- Kazimierz Wielki (1310-1370)
- Ludwik Węgierski (1326-1382)
- Jadwiga (1371-1399)
- Władysław Jagiełło (1351-1434)
- Władysław Warneńczyk (1424-1444)
- Kazimierz Jagiellończyk (1427-1492)
- Jan Olbracht (1459-1501)
- Aleksander Jagiellończyk (1461-1506)
- Zygmunt Stary (1467-1548)
- Zygmunt August (1520-1572)
- Henryk Walezy (1551-1589)
- Stefan Batory (1533-1586)
- Zygmunt III Waza (1566-1632)
- Władysław IV (1595-1648)
- Jan Kazimierz (1609-1672)
- Michał Korybut Wiśniowiecki (1640-1673)
- Jan III Sobieski (1629-1696)
- August II Sas (1670-1733)
- Stanisław Leszczyński (1677-1766)
- August III Sas (1696-1763)
- Stanisław August Poniatowski (1732-1798)
[editar] IIª República
Em 1918 terminou a Primeira Guerra Mundial, tendo a Alemanha e o Império Austro–Húngaro perdido esta guerra. Na Rússia explodiram duas revoluçõess. Em 11 de Novembro de 1918, a Polônia recuperou a independência. Józef Piłsudski tornou–se o chefe do estado. Em Varsóvia começou a funcionar o governo e o parlamento polacos. Infelizmente, na Galícia (Galicja ou Małopolska Wschodnia) e em Lwów, explodiu a rebelião dos nacionalistos ucranianos. Eles quiseram fundar um Estado ucraniano do ocidente e assassinar todos de nacionalidade polaca. Estudantes poloneses venceram as tropas nacionalistas ucranianas em Lwow. Em Dezembro 1918, em Poznań, explodiu o levantamento polaco contra a Alemanha. Poznan tinha sido ocupada pela Prussia/Alemanha desde o ano 1815. Os habitantes polacos ganharam a insurreição. Em 1919 o Tratado de Versalhes determinou as fronteiras polaco–alemãs. Na primavera 1919 explodiu a guerra com a União Soviética. O exército polaco conquistou as cidades polacas: Wilno (Vilnius), Grodno e Pinsk. O governo polaco e o governo da Ucrânia assinaram o pacto da ajuda. Na primavera 1920 forcas polaco-ucranianas recuperaram Kiev, mas o exército soviético quebrou a linha de frente. A Polônia perdeu Kiev, mas no verão 1920 venceu os soviéticos na batalha de Varsóvia. Em 1921, em Riga (a capital da Letônia), assinaram o pacto da paz. A Lituânia quis conquistar Vilnius porque esta cidade foi a capital da Grão Duque Lituano antes da união com a Polônia no século XIV mas em Vilnius foi só 5 % pessoas da nacionalidade lituana e 75 % da nacionalidade polaca. Em 1922 os habitantes da cidade votaram que eles queriam permanecer na Polônia, e o estado polaco anexou este território.
No ano de 1921 o parlamento polaco votou o constituição e em 1922 elegou presidente. Gabriel Narutowicz foi um primeiro presidente mas foi assassinado por um pintor na galeria „Zachęta”, no centro de Varsóvia. Então o parlamento elegou o novo presidente.
[editar] IIª Guerra Mundial
[editar] Guerra defensiva (Setembro 1939)
De acordo com o Pacto Ribbentrop-Molotov, assinado no dia 23 de Agosto de 1939, o país foi invadido pela Alemanha nazi em 1 de Setembro de 1939 e pela União Soviética em 17 de Setembro. Os invasores alemães aproveitaram o efeito surpresa, entrando no território da Polónia sem prévia declaração de guerra. Embora alguns focos de resistência tenham continuado actívos ainda durante varios meses, considera-se que a guerra defensiva da Polónia acabou com a rendição da Grupo Operacional da Cavaleria Independente do "Gen. Franciszek Kleeberg" no dia 5 de Outubro de 1939.
[editar] Ambiente da Guerra
- Segunda Guerra Mundial
- Holocausto
- Campo de extermínio
- Gueto de Varsóvia
- Revolta do Gueto de Varsóvia
- Revolta de Varsóvia
[editar] Sumários
Durante a guerra os ocupantes mataram 6 milhões de polacos. De 1940 até 1941 os russos deportaram 500 000 polacos (os funcionários públicos, a nobreza polaca, os padres e os rústicos mais ricos) para a Sibéria.
De acordo com os resultados da Conferência de Potsdam, que ocorreu entre os dias 17 de Julho e 2 de Agosto de 1945, as populações germânicas permanecentes fora das fronteiras da Alemanha foram expulsas. O estado da Alemanha foi obrigado a pagar uma indemnização pela guerra em propriedades, produtos industriais e força de trabalho. Estaline propôs que a Polónia não tivesse direito a uma indenização directa, mas sim que tivesse direito a 15% da compensação da União Soviética (esta situação nunca aconteceu).
[editar] Republica Popular da Polónia
Em 1945 os territórios polacos com as cidades e Wilno (Vilnius) e Lwow foram incorporados pela União Soviética. Os polacos foram expulsos e os bens nacionalizados, as casas e as terras polacas confiscadas. Após a Segunda Guerra Mundial a Polónia ficou sob regime comunista e sobre forte influência soviética. O governo ficou nas mão do Partido Unificado dos Trabalhadores Polacos (PZPR). Em Varsóvia foi assinado o Pacto de Varsóvia.
Republica Popular da Polónia (abrev. PRL) era o nome oficial de Polónia no período entre 1952 e 1989. Em linguagem popular é chamada também Polónia Popular. De facto considera-se o verdadeiro início do período da Polónia Popular o ano 1944, quando os territórios do leste do pais actual (não antes da guerra) foram libertados da ocupação alemã. Neste ano foi formado o primeiro órgão governamental comunista na Polónia - PKWN (abrev. de "Comissão da Libertação Nacional Polaca"). A Polónia passou a ser um país independente, mas com forte influência soviética e regime unipartidário, não democrático, que posteriormente assimilou o nome de chamado "Socialismo Realista".
A questão de atribuição do nome correcto para aquele sistema político sempre provoca divergências. O nome oficialmente usado era o "estado socialista" e de acordo com a própria constituição "estado da democracia do povo", contudo para os inúmeros oposicionistas era o "estado comunista". Na verdade o sistema político da Polónia nunca atingiu a fase teórica do comunismo.
[editar] IIIª República
Nos anos 80 do século XX, o sindicato Solidariedade, liderado por Lech Walesa, tornou-se uma forte força de oposição ao presidente Jaruzelski. Em 1989 o regime comunista foi derrubado e foi instaurada uma democracia de economia de mercado. Lech Walesa foi posteriormente eleito presidente 1990.
No dia 1 de Maio de 2004 a Polónia passou a fazer parte da União Europeia.
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
[1]Polônia, a luta pela liberdade