História do Ceará
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O Ceará começaria a se desenvolver apenas depois de sua separação de Pernambuco (em 1799) e sua história foi sempre marcada por lutas políticas e movimentos armados. Esta instabilidade prolongou-se durante o Império e a Primeira República, normalizando-se depois da reconstitucionalização do País, em 1945.
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[editar] Ceará Pré-Colonial
Existem relatos de que os espanhóis Vicente Pinzon e de Diogo Lepe desembarcaram nas costas cearenses antes da viagem de Cabral ao Brasil. A de Pinzon chegou a um cabo identificado como o da Ponta Grossa, a que se acredita ser o Mucuripe. E Lepe na Barra do Ceará, em Fortaleza. Essa descobertas não puderam ser oficializadas devido ao Tratado de Tordesilhas.
As terras equivalentes ao Ceará foram doadas a Antônio Cardoso de Barros, mas este não se interessou em colonizá-las. As terra do Ceará ficaram entregues a piratas e corsários, que exploraram o âmbar-gris, as madeiras de lei, a pimenta e o algodão nativo.
[editar] Ceará Colonial
A primeira tentativa séria de colonização ocorre com Pero Coelho de Sousa, que aporta no Ceará em 1605 com mulher e filhos, demonstrando por isto certo interesse em colonizar o Ceará. Em 1613, porém sobrevêm a primeira seca registrada na história do Ceará, fazendo perecer Pero Coelho e família.
A colonização do Estado, iniciada no século XVII, foi dificultada pela forte oposição das tribos indígenas e só tomou impulso com a construção, na embocadura do rio Pajeú, do forte holandês Schoonenborch, que em 1654, foi tomado pelos portugueses. Com seu nome mudado para Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, o forte tornou-se a sede da Capitania.
As principais vilas da capitania eram Sobral, localizada na região Norte, Icó, no centro, Crato, no Cariri, e Aracati, no vale do Jaguaribe. Dentre essas, a que mais ganhou destaque foi Aracati, que devido ao comércio de couro e carne de charque, se tornou a praça econômica do Ceará. Entre os anos de 1750 a 1800, Aracati viveu seu apogeu, mas com uma grande seca na região, os rebanhos bovinos morreram, e a produção de carne charque transferiu-se para Rio Grande do Sul.
Em 1813 torna-se governador do Ceará o português Inácio de Sampaio. Este reúne os literatos no palácio do governo e dá incentivo às letras e às artes.
[editar] Ceará no Império
O século XIX começa no Ceará com movimentos insurrecionistas, como a República do Crato, em 1813, movimento de cunho republicano-liberal liderada pela tradicional família cratense dos Alencar. Tal movimento se foi repirmido com dureza pelo governador provincial do Ceará, Manuel Inácio de Sampaio. Em 1825 o Ceará toma parte na Confederação do Equador, com Tristão Gonçalves, liberal, aplicando um golpe e tornando-se chefe do governo cearense. A Confederação é frustrada pela forças imperiais e Tristão morre durante os combates contra as forças legalistas do Império. O ciclo de conflitos termina com a Revolução Pintista, iniciada por Pinto Madeira, que visava o retorno da monarquia absolutista. Mais uma vez a insurreição terminada rechaçada pelas forças imperiais.
[editar] Ceará Republicano
O carinhoso apelido de "Terra da Luz" não foi dado ao Ceará, ao contrário do que muitos pensam, devido ao seu clima tropical, e sim pelo fato de ser a provinção pioneira no processo abolicionista. No século XIX, um movimento de grande importância aconteceu no Ceará: a campanha abolicionista, que aboliu a escravidão em 25 de março de 1884, antes da Lei Áurea. Tal movimento teve participação da maçonaria, através da Sociedade Libertadora Cearense, e também podemos fazer destaque a Francisco José do Nascimento, jangadeiro que impulsinou as campanhas abolicionistas, pois ele negou-se a transportar escravos para dentro ou fora da província.