João Ubaldo Ribeiro
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João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro (Itaparica, 23 de janeiro de 1941) é um escritor brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras.
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[editar] Biografia
Nascido na Bahia, quando tem dois meses de idade a família muda-se para Aracaju (Sergipe) onde passa parte da infância. Seu pai, advogado de renome na capital baiana, vem a ser o fundador e diretor do curso de Direito da Universidade Católica de Salvador, o professor Manoel Ribeiro.
- Em 1947 inicia seus estudos com um professor particular. Já alfabetizado, em 1948 ingressa no Instituto Ipiranga, a partir daí permaneceria horas trancado na biblioteca de sua casa devorando livros infantis, sobretudo os de Monteiro Lobato. Em 1951 ingressa no Colégio Estadual de Sergipe. Seu pai era chefe da Polícia Militar, e nessa época, passa a sofrer pressões políticas, o que o faz transferir-se com a família para Salvador. Na capital baiana João Ubaldo é matriculado no Colégio Sofia Costa Pinto. Em 1955 matricula-se no curso clássico do Colégio da Bahia, conhecido como Colégio Central, onde conhece seu colega Glauber Rocha. + Paralelamente a seus estudos de Direito e pós–graduação em Administração Pública, na Universidade Federal da Bahia, edita, juntamente com Glauber Rocha, revistas e jornais culturais e participa do movimento estudantil.
- Estréia no jornalismo trabalhando como repórter no Jornal da Bahia, em 1957, sendo que depois se transferiria para A Tribuna da Bahia, onde chegaria a exercer o posto de editor-chefe. No ano seguinte inicia seu curso de Direito na Universidade Federal da Bahia. Com Glauber Rocha edita revistas e jornais culturais e participa do movimento estudantil. Apesar de nunca ter exercido a profissão de advogado, foi aluno exemplar. Nessa mesma Universidade, concluído o curso de Direito, faz pós-graduação em Administração Pública. Seu primeiro casamento foi em 1960 com Maria Beatriz Moreira Caldas, sua colega na Faculdade de Direito. Separaram-se após 9 anos de vida conjugal. + Viveu nos Estados Unidos da América (como estudante e, posteriormente, como professor convidado), em Portugal (editando em parceria com o jornalista Tarso de Castro a revista Careta) e na Alemanha (publicando crônicas semanais para o jornal Frankfurter Rundschau, além de produzir peças para o radio).
- Em 1964, João Ubaldo parte para os Estados Unidos, através de uma bolsa de estudos conseguida junto à Embaixada norte-americana, para fazer seu mestrado em Administração Pública e Ciência Política na Universidade da Califórnia do Sul. Na sua ausência, teve até sua fotografia divulgada pela televisão baiana, encimada com a palavra Procura-se. + Volta a residir no Rio de Janeiro em 1991 e, em 1994, é eleito para a Academia. Participa no mesmo ano da Feira do Livro de Frankfurt, Alemanha, recebendo o Prêmio Anna Seghers, concedido somente a escritores alemães e latino-americanos.
- Volta ao Brasil em 1965 e começa a lecionar Ciências Políticas na Universidade Federal da Bahia. Ali permaneceu por 6 anos, mas desistiu da carreira acadêmica e retornou ao jornalismo. Com o prefácio de Glauber Rocha, João Ubaldo tem seu primeiro romance Setembro não faz sentido impresso, com o apadrinhamento de Jorge Amado. Em 1969 casa-se com a historiadora Mônica Maria Roters, com quem tem duas filhas, Emília e Manuela. O casamento acabaria em 1978. Em 1980 casa-se com a fisioterapeuta Berenice Batella, com quem tem dois filhos, Bento e Francisca. Participa, em Cuba, do júri do concurso Casa das Américas, juntamente com o critico literário Antônio Cândido e o ator e diretor de teatro Gianfrancesco Guarnieri. O primeiro prêmio foi concedido à brasileira Ana Maria Machado. + Casou-se três vezes: com Maria Beatriz Moreira Caldas em 1960, Mônica Maria Roters em 1969, e Berenice Batella em 1980 - tendo dois filhos com Mônica e dois com Berenice.
- Muda-se, com a família, para Lisboa. Em Portugal edita com o jornalista Tarso de Castro, a revista Careta. De volta ao Brasil, passa a residir no Rio de Janeiro, e lança Política, livro até hoje adotado por inúmeras faculdades. Em 1982 inicia o romance Viva o povo brasileiro, que se passa na Ilha de Itaparica e percorre quatro séculos da história do país. Originalmente o livro se chamava Alto lá, meu general. O livro nasceu de um desafio de seus editores e da lembrança de uma afirmativa de seu pai, que dizia: Livro que não fica em pé sozinho, não presta. Como seus livros sempre tiveram poucas páginas, diante da provocação, fez um com mais de 700. Nesse ano participou do Festival Internacional de Escritores, em Toronto, Canadá. Viva o povo Brasileiro é finalmente editado em 1984, e recebe o Prêmio Jabuti na categoria Romance e o Golfinho de Ouro, do governo do Rio de Janeiro. Inicia a tradução desse livro para o inglês, tarefa que lhe consumiria dois anos de trabalho e a partir do qual passaria a utilizar o computador para escrever. Ao lado de Jorge Luis Borges e Gabriel Garcia Marquez, participa de uma série de nove filmes produzidos pela TV estatal canadense sobre a literatura na América Latina. + É detentor da cátedra de Poetik Dozentur (Docente em poesia) na Universidade de Tübigen, Alemanha.
- João Ubaldo é consagrado na Avenida Marquês de Sapucaí, seu livro Viva o povo brasileiro é escolhido como samba-enredo da escola Império da Tijuca para o carnaval do ano de 1987. Em 1993, é eleito para a cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras, na vaga aberta com a morte do jornalista Carlos Castello Branco. Participa, em 1994 da Feira do Livro de Frankfurt, Alemanha, recebendo o Prêmio Anna Seghers, concedido somente a escritores alemães e latino-americanos. + Seus principais romances são Sargento Getúlio, Viva o Povo Brasileiro e O Sorriso do Lagarto, aonde expressa com bastante vivacidade e imaginação exuberante aspectos políticos e sociais da vida nordestina e brasileira como um todo. - - Seus principais romances são Sargento Getúlio, Viva o Povo Brasileiro e O Sorriso do Lagarto, aonde expressa com bastante vivacidade e imaginação exuberante aspectos políticos e sociais da vida nordestina e brasileira.
[editar] Principais obras do autor
[editar] Romances:
- Setembro não tem sentido - 1968
- Sargento Getúlio - 1971
- Vila Real - 1979
- Viva o povo brasileiro - 1984
- O sorriso do lagarto - 1989
- O feitiço da Ilha do Pavão - 1997
- A Casa dos Budas Ditosos - 1999
- Miséria e grandeza do amor de Benedita (primeiro livro virtual lançado no Brasil) - 2000
- Diário do Farol - 2002
[editar] Contos:
- Vencecavalo e o outro povo - 1974
- Livro de histórias - 1981. Reeditado em 1991, incluindo os contos "Patrocinando a arte" e "O estouro da boiada", sob o título de Já podeis da pátria filhos
[editar] Crônicas:
- Sempre aos domingos - 1988
- Um brasileiro em Berlim - 1995
- Arte e ciência de roubar galinhas 1999
- O Conselheiro Come - 2000
[editar] Ensaios:
- Política: quem manda, por que manda, como manda - 1981
[editar] Literatura infanto-juvenil:
- Vida e paixão de Pandomar, o cruel - 1983
- A vingança de Charles Tiburone - 1990
[editar] Academia Brasileira de Letras
Em 1994 foi eleito para ocupar a cadeira número 34 da Academia Brasileira de Letras, cujo Patrono é Sousa Caldas (1762-1814).
Precedido por Magalhães Júnior |
Academia Brasileira de Letras 1994 - |
Sucedido por atual |