Karl Dönitz
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O Grande Almirante Karl Dönitz (16 de Setembro de 1891 - 24 de Dezembro de 1980) alcançou alta cotação na Alemanha Nazista apesar de nunca ter pertencido ao Partido Nazista. Ele serviu como Comandante-em-Chefe de Submarinos (Befehlshaber der Unterseeboote) durante a Segunda Guerra Mundial, de 19 de Setembro de 1939 até seu fim. Sob sua administração, a frota dos U-boat combateu na Batalha do Atlântico, tentando cortar os fornecimentos vitais dos Estados Unidos e de outros para o Reino Unido. Ele também foi brevemente Presidente da Alemanha após a morte de Adolf Hitler.
Pode-se escrever o seu nome como Karl Doenitz em português, se não se utilizar o trema.
Antes da guerra, Dönitz fez pressão pela conversão da frota alemã numa frota composta quase por completo por submarinos. Defendia uma estratégia de ataque apenas dirigido contra a marinha mercante britânica, cujos navios eram alvos relativamente seguros de atacar. Fazia notar que a destruição da frota britânica de petroleiros iria levar à falta dos fornecimentos de combustivel necessários para que a Royal Navy mantivesse os seus navios em funcionamento, o que seria tão eficaz como afundá-los. Dizia que com uma frota de 300 dos mais recentes U-boats de tipo VII, a Alemanha conseguiria pôr a Grã-Bretanha fora de combate. A fim de lidar com os omnipresentes navios de escolta, ele propôs o agrupamento de vários submarinos numa "matilha de lobos", que iria subjugar a defesa.
À época, muitos sentiram que tal conversa significava um enfraquecimento, e isso foi verdade do comandante de Dönitz, o Almirante Erich Raeder. Os dois constantemente lutavam por prioridades de verba na Marinha, enquanto que ao mesmo tempo, lutando com amigos de Hitler, como Hermann Göring, que recebia muita atenção. Raeder possuía uma atitude confusa, notavelmente, ele aparentemente não acreditava que as forças alemãs de grandes navios era de muito uso, comentando à época que tudo o que eles podiam esperar era morrer valentemente. Dönitz, por outro lado, não mostrava-se tão fatalista.
[editar] Papel na Segunda Guerra Mundial
Quando a guerra começou em 1939, mais cedo do que muitos esperavam, a força de submarinos de Dönitz incluía apenas 50 embarcações, muitos deles de curto alcance. Mesmo assim, ele fez o que podia com o que ele tinha, constantemente ameaçado por Raeder, com Hitler pedindo mais barcos para ações militares para operações diretas contra a frota naval dos britânicos. Tais operações geralmente eram mal sucedidas, enquanto outros navios da frota alemã continuavam a operar contra frotas mercantes.
Em 1941, porém, o suprimento do Tipo VII cresceu ao ponto em que operações marinhas estavam surtindo efeito na economia do Reino Unido. Embora a proteção de navios mercantes subiu drasticamente como consequência, melhores torpedos e planos operacionais levaram ao crescimento de navios mercantes destruídos pela marinha alemã. Em Dezembro 1941 os EUA entraram na guerra e Dönitz imediatamente planejou a Operação Drumbeat contra a costa este, que foi executada no mês seguinte com resultados drámaticos.
Suspeitando que os aliados tinham decifrado o código alemão de comunicação Enigma, Dönitz ordenou que sua frota de submarinos usasse um novo código de comunicações, em 1 de fevereiro de 1942. A marinha alemã convencia-se que era invencível, enquanto que o resto das forças militares alemãs continuavam a usar o antigo sistema Enigma. Por um tempo, esta mudança no código de comunicações entre submarinos causou uma considerável confusão entre os tradutores aliados. Eventualmente, graças a um erro numa única mensagem, foi descoberto que a nova máquina de Dönitz era atualmente um Enigma modificado, e a metodologia alemã foi descoberta.
No fim de 1942, o suprimento de submarinos tipo VII aumentou pro ponto onde Dönitz era finalmente capaz de conduzir ataques em massa, que ficaram conhecidos como "das Rudel" (a manada de lobos). Perdas na marinha mercantil do lado aliado aumentaram drasticamente, criando um sério problema para os ingleses, o estado dos estoques de combustível. Em 1943, Dönitz substituiu Erich Raeder como o Comandante-Chefe da Marinha Alemã (Oberbefehlshaber der Kriegsmarine).
Em 1943, a guerra no Atlântico virou-se drasticamente contra os alemães, mas Dönitz continuava a pedir mais submarinos e mais melhorias tecnológicas. No final da guerra, a frota de submarinos alemã era de longe a mais avançada do mundo, e tais submarinos serviram como modelo para futuros submarinos americanos e soviéticos.
Na sua última ação, Adolf Hitler escolhe Dönitz como seu sucessor, uma escolha que mostra como Hitler havia afastado-se de Göring e Himmler, nos dias finais da guerra na Europa. Dönitz não iria tornar-se Führer, mas sim, presidente da Alemanha, um posto que Hitler havia abolido anos antes, e Joseph Goebbels, líder do estado e chanceller. Depois que Hitler cometeu suicídio, em 30 de abril de 1945, com Goebbels fazendo o mesmo no dia seguinte, Dönitz tornou-se o último líder da Alemanha, até sua prisão por tropas britânicas em 23 de maio, em Flensburg. Ele havia devotado-se muito na tentativa de fazer com que tropas alemãs rendessem-se aos americanos e não aos soviéticos, por causa do medo alemão de uma possível vingança soviética.
[editar] Julgamento
Ao contrário de muitos dos outros acusados, ele não foi acusado de crimes contra humanidade, e há um consenso no tocante à sua não participação no Holocausto. Porém, ele foi acusado de promover uma guerra agressiva, conspiração para promover guerra agressiva e crimes contra as leis da guerra. Especificamente, ele enfrentava acusações de usar irrestritamente submarinos, e de ordenar após o Incidente de Lacônia, para não resgatar sobreviventes de barcos atacados pelo submarino.
Atuando com testemunha na sua própria defesa, Dönitz conseguiu um documento do Almirante Chester Nimitz, que testemunhava que os Estados Unidos haviam usado técnicas irrestritas de guerra como uma tática no Pacífico, e que submarinos americanos não resgataram sobreviventes em situações em que a segurança da própria embarcação estava em jogo. Mesmo assim, Dönitz foi culpado das acusações de "crime contra a paz", pelo qual ele foi sentenciado a 10 anos de cadeia, na Prisão Spandau, em Berlim Ocidental.
De todos os acusados presentes em Nuremberg, o veridito contra Dönitz foi provavelmente o mais controversial; Dönitz sempre manteve que ele nunca fez uso de quaisquer estratégias que Almirantes Aliados não faziam. Como testemunhas da controversa decisão, numerosos oficiais Aliados enviaram cartas para Dönitz expressando lamento sobre o veridito do jugalmento.
Suas memórias, Dez Anos e Vinte Dias, apareceu na Alemanha em 1958, e lançado em inglês no ano seguinte. No decorrer de sua vida, sua reputação foi reabilitada, em grande parte. Dönitz fez tudo o que podia para responder correspondências e cartões autografados para outros. Quando ele morreu, em 24 de dezembro de 1980, muitos de seus ex-subordinados e outros oficiais navais estrangeiros foram ao funeral do almirante alemão, que aconteceu em 6 de janeiro do ano seguinte.
[editar] Bibliografia
- Livro U-Boats Against Canada: German Submarines in Canadian Waters (U-Boats contra o Canadá: Submarinos Alemães em Águas Canadenses) - ISBN 0773508015
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