Língua napolitana
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Napolitano (Nnapulitano) | ||
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Falado em: | Itália | |
Total de falantes: | 7,5 milhões | |
Classificação genética: | ||
Códigos de línguas | ||
ISO 639-1: | -- | |
ISO 639-2: | nap | |
ISO/DIS 639-3: | nap |
Napolitano é uma língua românica, falada na cidade e na região de Nápoles, Campânia, e também em parte do sul da Itália incluindo algumas zonas do Lácio, Abruzzo, Molise, Basilicata, norte da Calábria, e o norte e centro de Puglia. Em 1976, havia 7.047.299 falantes nativos (estimativas mais recentes mostram que o número pode ser superior a 7.800.000).
Por razões geográficas, históricas e políticas, "napolitano" é o nome dado ao grupo de dialetos falados no sul da Itália, historicamente unidos em torno de Nápoles durante o Reino de Nápoles e o Reino das Duas Sicílias. As diversas variações desta língua incluem o napolitano, irpino, cilentano, laciale meridional, molisano, dauno-appenínico, gargânico, apulo-barês, lucano norocidental, lucano nororiental, lucano central, área arcaica lucano-calabresa e calabrês setentrional. A língua como um todo é vítima de seu status de "língua sem prestígio".
É geralmente considerada uma língua românica ocidental, porém alguns a classificam como uma língua românica meridional. Existem algumas diferenças entre os vários dialetos, mas todos são mutuamente inteligíveis com o napolitano. O napolitano e o italiano não são totalmente compreensíveis, com algumas diferenças gramaticais, como os substantivos em sua forma neutra e em seu plural. Sua evolução foi similar a do Italiano e das outras línguas românicas de suas raízes do Latim vulgar. Também se desenvolveu com uma influência da língua osca, que é percebida pela pronúncia do d soando como um r (rotacismo), mas somente quando o d está no começo de uma palavra, ou entre duas vogais (ex.- "doje" ou "duje" (dois, respectivamente em sua forma feminina e masculina), pronunciado, e às vezes escrito como "roje"/"ruje", vedé (ver), pronunciado como "veré", e geralmente escrito assim, o mesmo para cadé/caré (cair), e Madonna/Maronna). Alguns especialistas dizem que o rotacismo é um fenômeno mais recente. Outras influências da língua osca são a pronúncia do grupo de consoantes "nd" (do Latim) como "nn" (ex.- "munno" (mundo, comparado com o italiano "mondo"), "quanno" (quando, comparado com o italiano "quando") etc.), e a pronúncia do grupo de consoantes "mb" (do Latim) como "mm" (ex.- tammuro (tambor), comparado com o italiano "tamburo"). Também deve ser notada a época em que Nápoles era uma cidade que falava grego, no século nove, e o grego também afetou a língua napolitana. Nunca houve uma tentativa com êxito de padronizar a língua (ex.- ao consultar três dicionários diferentes, você poderá encontrar três palavras diferentes para árvore, arbero, arvero e àvaro).
Existe uma rica história literária, música e teatral em napolitano (notavelmente Giambattista Basile, Eduardo de Filippo, Salvatore di Giacomo e Totò).
Esta língua não tem estado legal dentro da Itália, então não pode ser ensinada em escolas do estado. Existem esforços para tentar mudar isto, incluindo uma tentativa de incluir o napolitano no currículo da Università Federico II, em Nápoles. Esta tentativa foi recusada com o comentário que o napolitano era uma língua de "menor importância". Existem também tentativas legislativas a nível nacional do reconhecimento como uma língua de minoria da Itália. Porém o napolitano é oficialmente reconhecido pela ISO 639 pelo código de NAP.
Para comparação, o Pai Nosso é reproduzido aqui em Napolitano de Nápoles e do norte da Calábria, em contraste com o siciliano do sul da Calábria, italiano e latim.
Napolitano (Nápoles) | Napolitano (Norte da Calábria) | Siciliano (Sul da Calábria) | Italiano | Latim |
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Pate nuoste ca staje ncielo, | Patre nuorru chi sta ntru cielu, | Tata nostru chi' sini nt'o celu, | Padre Nostro, che sei nei cieli, | Pater noster, qui es in caelis |
santificammo 'o nomme tujo | chi sia santificatu u nume tuoio, | ù si tena pe' santu u noma toi, | sia santificato il tuo nome. | sanctificetur nomen tuum: |
faje vení 'o regno tujo, | venisse u riegnu tuoio, | ù vena u rregnu toi, | Venga il tuo regno, | Adveniat regnum tuum. |
sempe c' 'a vuluntà toja, | se facisse a vuluntà tuoia, | ù si facia a voluntà | sia fatta la tua volontà, | Fiat voluntas tua |
accussí ncielo e nterra. | sia ntru cielu ca nterra. | com'esta nt'o celu, u stessa sup'a terra. | come in cielo, così in terra. | sicut in caelo et in terra |
Fance avè 'o ppane tutt' 'e juorne | Ranne oje u pane nuorro e tutti i juorni, | Dùnandi ped oja u pana nostru e tutti i juorna | Dacci oggi il nostro pane quotidiano, | Panem nostrum quotidianum da nobis hodie. |
lèvece 'e rièbbete | perdunacce i rebita nuorri, | e' pardùnandi i debiti, | e rimetti a noi i nostri debiti, | Et dimitte nobis debita nostra, |
comme nuje 'e llevamme all'ate, | cumu nue perdunammu i rebituri nuorri. | comu nù nc'i perdunamu ad i debituri nostri. | come noi li rimettiamo ai nostri debitori. | sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. |
nun nce fa spantecà, | Un ce mannare ntra tentazione, | On nci dassara nt'a tentazioni, | E non ci indurre in tentazione, | Et ne nos inducas in temptationem; |
e llevace 'o male 'a tuorno. | ma liberacce e ru male. | ma liberandi d'o mala | ma liberaci dal male. | sed libera nos a malo. |
Amen. | Ammèn. | Ammèn. | Amen. | Amen. |