Olissipo
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Olissipo foi o nome romano da cidade Lisboa. A cidade era uma das mais importantes da Lusitânia, contudo não era a sua capital, que ficava em Emerita Augusta a actual Mérida (na Extremadura Espanhola). Foi Município Romano, sendo os seus cidadãos cidadãos romanos apesar de não serem de ascendência romana, devido à aliança que o governo da cidade empreendeu com Roma.
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[editar] Absorção pelo Império
Quando se iniciaram as Guerras Púnicas entre Cartago e Roma, vários dos conflitos envolveram a Hispânia, então a mais notável possessão do Império de Cartago. Aníbal invadiu a Itália atravessando os Pirenéus e os Alpes a partir de um desembarque com elefantes na península e a ele se juntaram forças das tribos celtibéricas, incluindo dos Lusitanos. A resposta de Roma a esse perigoso ataque foi a invasão e conquista da Hispânia aos cartagineses pelas forças de Cipião o Africano. Após as batalhas travadas no oriente peninsular, Decimus Junius Brutus é encarregado, como cônsul e representante do Senado, de pacificar a região ocidental. Cerca 205 a.C. Olissipo, como era conhecida pelas tribos celtibéricas, alia-se aos Romanos, lutando os seus habitantes ao lado das Legiões. Os ataques dos povos lusitanos à cidade e aos romanos levam à construção de uma muralha em volta do núcleo urbano. Com a Pax romana, é absorvida no Império e recompensada pela atribuição da Cidadania Romana aos seus habitantes, um privilégio raríssimo na altura para os povos não italianos. Felicitas Julia, como a cidade viria a ser reconhecida, beneficia do estatuto de Municipium atribuído por Júlio César, juntamente com os territórios em redor, até uma distância de 50 quilómetros, e não paga impostos a Roma, ao contrários de quase todos os outros castros e povoados autóctones, conquistados. É incluída com larga autonomia na província da Lusitânia, cuja capital é Emeritas Augusta, a actual Mérida (na Extremadura Espanhola).
[editar] Pax Romana
A cidade prospera com o comércio mais intenso com as provincias romanas do Reno e Britânia, e a civilização das margens do Tejo até ao coração da Meseta Ibérica. Os notáveis da cidade, os Julius e Cassios, governam-na com um regime republicano e oligárquico, enviando disputas e pedidos ao Governador em Emerita ou a Roma, como uma delegação que em que se queixam ao imperador Tibério dos monstros marinhos que destroem os barcos no Oceano. O mais famoso lisboeta romano seria Sertório que se revoltou contra Roma com o apoio das tribos lusitanas. A cidade era já então das maiores e mais importantes da Peninsula Ibérica, possuindo inclusivamente insulas ou prédios de vários andares e certamente um grande Fórum. Uma grande minoria grega, incuindo escravos e mercadores, coexistia com a maioria de língua latina. Olissipo estava ligada por estradas às outras duas grandes cidades do Ocidente da Hispânia, Bracara Augusta (Braga) e Emerita Augusta.
As declinações díficeis do Latim levavam a que em latim vulgar fosse comumente chamada Olissipona, que se viria a tornar o nome oficial com o declínio das letras e artes após o século II. Os romanos deixaram na cidade um Teatro do tempo de Augusto; as Termas dos Cássios na Rua da Prata; os Templos de Júpiter, Concórdia, Lívia, Diana, Minerva, Cíbele, Tétis e Idae Phrygiae e ainda templos aos Imperadores; um cemitério debaixo da Praça da Figueira e outros edificios na área que hoje corresponde à colina do Castelo e Baixa. Muitas dessas ruínas foram descobertas no século XVIII, quando as escavações de Pompeia geraram uma moda entre as aristocracias europeias pela arqueologia do período romano.
No tempo dos Romanos, a cidade era famosa pelo garum, um molho de luxo feito à base de peixe, exportado em ânforas para Roma e para todo o Império, assim como algum vinho, sal e cavalos da região. A religião era o politeísmo romano, com especial culto à Lua e ao deus da Medicina, Esculápio e ainda ao deus lagarto e das cobras.
[editar] Decadência e Queda
No fim do domínio Romano, Olissipo seria uma dos primeiros núcleos a acolher o Cristianismo. O primeiro Bispo da cidade foi São Gens.
Durante os últimos anos do Império Romano convertido ao Cristianismo, cuja capital já era a distante Constantinopla, vários Bispos de Lisboa participaram no movimento original que criou a Teologia Cristã actual. Em 325 i Bispo Potâmio de Olissipo foi convidado para o Concílio de Niceia, uma dos mais importantes da história da religião, em que a seita do Arianismo foi condenada e Jesus aceite como encarnação directa de Deus. Outros bispos escreveram tratados e corresponderam-se com os Pais da igreja, como São Agostinho.
Olissipo foi saqueada várias vezes durante e após a queda do Império Romano, pelos Godos, Vândalos e Alanos, sendo finalmente conquistada pelos Suevos e depois pelos Visigodos. Na alta Idade Média não passava de uma pequena vila.