Pé de Serra
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Município de Pé de Serra | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Pé de Serra é um município brasileiro do estado da Bahia, situado na Região Sisaleira, Microrregião de Serrinha. Foi emancipado em 20 de março de 1985 e sua população atual, conforme o censo do IBGE em 2005 é de 11.328 e área territorial de 558 km².
A cidade de Pé de Serra se localiza nas encostas da Serra do Leão, no entanto, fica entre as duas principais serras, a do Leão, conforme dito e a Serra do Bugio. Além da área urbana da sede, no município também há outros centros urbanos, que são os povoados.
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[editar] História
Conta-se que por volta de 1745, três irmãos portugueses explorando uma vasta região em busca de terras férteis, acamparam próximo a Riachão do Jacuípe, na época, uma fazenda de gado.
Certa vez continuando o trabalho exploratório, levaram consigo uma cadela que se perdeu, reaparecendo dias depois no acampamento. Deram a ela água e comida. Surpreendendo a todos a cadela comeu o alimento oferecido, mas não bebeu a água embora fosse tempo de seca.
Desconfiados, passaram a observá-la. Algum tempo depois perceberam a cadela entrar em uma moita de gravatá e de lá sair toda molhada. Dessa forma foi descoberto um poço minadouro, ao qual deram o nome de "Brejo do Pé de Serra". Daí a origem do nome "Pé de Serra".
O município foi emancipado em 20 de março de 1985, desmembrado de Riachão do Jacuípe e teve o seu aparecimento resultante da formação de uma fazenda de gado.
[editar] Geografia
Pé de Serra está localizada junto à bacia do rio Jacuípe, tendo as sub-bacias do Rio Sacraiú e diversos riachos espalhados pelo município, numa região conhecida região sisaleira.
[editar] Municípios limítrofes
Os limites do município são com os municípios de Riachão do Jacuípe, Ipirá (este município também é fronteira entre a região sisaleira e a chapada Diamantina), Nova Fátima e Capela do Alto Alegre.
[editar] Clima
O clima de Pé de Serra é considerado semi-árido, com temperaturas acima de 30 graus centígrados e sofrendo com longos períodos de estiagem ou escassez de chuvas, o município está inserido no denominado “Polígono das Secas”. Tem invernos de pouca duração no mês de junho e as demais estações com temperaturas muito altas.
[editar] Hidrografia
[editar] Águas Superficiais
O Município de Pé de Serra está inserido na bacia do rio Paraguaçu. Tem como principais drenagens o rio Sacraiú e o rio Paratigi, além do rio Sossego e os riachos Mateus, Largo, da Nega, Salgado, Pimpão e Tomás, pertencentes à bacia hidrográfica Paraguaçu, e algumas represas.
O rio Sacraiu ocorre no norte da área municipal, flui de oeste para leste e constitui parte do limite leste com o Município de Riachão do Jacuípe. No seu trecho a oeste possui caráter intermitente, passando a ser perene nas proximidades da sede municipal. O rio Paratigi constitui o limite municipal sudoeste com Ipirá. Possui caráter intermitente e flui na direção sudeste, sendo um importante afluente da margem esquerda do rio Paraguaçu.
[editar] Águas Subterrâneas
No Município de Pé de Serra, podem-se distinguir dois domínios hidrogeológicos: metassedimentos/metavulcanitos e cristalino, este último ocupando cerca de 90/95% da área municipal.
Tanto os metassedimentos/metavulcanitos como o cristalino têm comportamento de “aqüífero fissural”. Como basicamente não existe uma porosidade primária nestes tipos de rochas, a ocorrência de água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão.
Dentro deste contexto, em geral, as vazões produzidas por poços são pequenas e a água, em função da falta de circulação, dos efeitos do clima semi-árido e do tipo de rocha, é na maior parte das vezes salinizada. Essas condições definem um potencial hidrogeológico baixo para as rochas, sem, no entanto, diminuir sua importância como alternativa no abastecimento nos casos de pequenas comunidades, ou como reserva estratégica em períodos de prolongadas estiagens, como é o caso dos poços minadouros Brejo do Pé de Serra e o Brejo da Magra, que abastacem a região em épocas de seca.
[editar] Geologia
A geologia do Município de Pé de Serra é caracterizada pela ocorrência de granitóides que ocorrem em mais de 70% da área, além de litótipos pertencentes ao complexo Tanque Novo-Ipirá e complexo Caraíba.
O complexo Tanque Novo-Ipirá está representado pelo gnaisse Ipirá, constituído por gnaisse kinzigitico, rocha calcissilicática, quartizito, formação ferrífera, xisto grafitoso e anfibolito/metamafito. O complexo Caraíba é constituído por ortognaisses de cor cinza esverdeado quando frescos e pardos nas superfícies de alteração. É frequente a presença de feições migmatíticas, tais como estruturas schlieren, nebulítica e schöllen, cujas fases leucossomáticas são sienogranítica e monzonítica.
[editar] Política municipal
O Poder Executivo da cidade de Pé de Serra é representado pelo prefeito e seu gabinete de secretários, seguindo o modelo proposto pela Constituição Federal. O atual prefeito da cidade é José Carneiro Rios, do partido PFL.
O Poder Legislativo é representado pela câmara municipal, composta por vereadores eleitos para cargos de quatro anos. Cabe à Câmara elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o Orçamento municipal (conhecido como Lei de Diretrizes Orçamentárias).
[editar] Subdivisões
O município de Pé de Serra ainda está, oficialmente, dividido. No entanto há vários povoados, que são áreas urbanas formadas ou em formação afastadas da sede do município. Os principais povoados são: Santo Agostinho, Aroeira, Caldeirão do Negro e Santo Antônio.
[editar] Demografia
A evolução demográfica do município é baixa. A população sofreu um enorme défcite, passando de 17.048 em 1991 para 11.727 em 2004. A causa mais provável para este fato, talvez seja a evasão (migração) para outras regiões mais desenvolvidas no próprio estado, principalmente a Região Metropolitana de Salvador e Feira de Santana, e para outros estados, específicamente São Paulo.
A população de Pé de Serra é formada basicamente por brancos, pardos e negros. A população branca é formada na maioria pelos descendentes de colonos portugueses, e até mesmo de alguns espanhóis e holandeses. Os negros são os descendentes de escravos.
A religião predominante em Pé de Serra é a Católica Romana, mas a presença de outras religiões já é visível, principalmente a Evangélica.
[editar] Cultura
O lado cultural pé-de-serrense, destaca-se a orquestra filarmônica Associação Comunitária e Musical Lira 6 de Agosto, além das comemorações que acontecem no município, como a vaquejada, Corpus Christi, São João e 7 de setembro.
Algumas tradições são mantidas no município, como a confecção de tapetes nas ruas do centro da cidade no dia de Corpus Christi, queima do Judas no sábado de Aleluia e a subida na serra na sexta-feira da paixão.
Na cidade ainda não há centros culturais, tal como teatros, cinemas, galerias de artes, museus, mas tem alguns bares e instituições de ensino, além do Acups (Associação Cultural de Pé de Serra).
A Igreja Matriz, o Brejo do Pé da Serra e uma pequena capela situada no Monte Belo podem ser consideradas monumentos da cidade.
[editar] Educação
Apesar do quadro de desigualdade social com o qual convive, o município conta com 53 colégios de ensino fundamental, sendo 48 na zona rural, e 3 de ensino médio, sendo que 2 escolas são estaduais, e uma biblioteca. Também possui algumas escolas particulares. O acesso a faculdade também já está disponível, mas em instituições localizadas em Feira de Santana e Nova Fátima.
De acordo com o censo do IBGE, em 2004 havia 3.668 pessoas matriculadas no ensino fundamental, 689 no ensino médio e um corpo docente de 248 para ambos os ensinos.
[editar] Economia
A Prefeitura e o INSS são os principais responsáveis pela injeção de recursos na economia do município. De um lado os servidores públicos municipais e do outro os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional da Seguridade Social, são fontes certas de recursos financeiros mensais para a economia do município.
A atividade econômica do município, todavia, baseia-se principalmente na agricultura e pecuária. Na pecuária destacam-se a criação de bovinos, ovinos, suínos e caprinos, além dos rebanhos de eqüinos, asininos e muares. No município há também algumas granjas, onde os frangos são exportados para outros municípios.
A pecuária leiteira do município também contribui para o desenvolvimento fabrícos (laticínios) que produzem desde o tradicional requeijão até o iogurte, além da crescente especialização na produção de queijo. Essa produção, em sua maioria, é comercializada nos municípios de Salvador, Feira de Santana, Camaçari e Juazeiro, todos na Bahia.
Na agricultura é cultivado principalmente o sisal (também conhecido como agave), o feijão, o milho e a mandioca, além de legumes e verduras. No entanto, as plantações estão cada vez mais escassas na zona rural do município, haja vista a franca expansão dos rebanhos. Há também a extração vegetal e silvicultura, onde destaca-se o umbu e a lenha.
A Coelba é a distribuidora de energia elétrica no município, com atendimento da população nas zonas urbana e rural. O registro de consumo elétrico residencial (Kwh/hab.) é de 29,13 e está em 379º no ranking dos municípios baianos. Seu parque hoteleiro registra 20 leitos.
O abastecimento de água é feito pela Embasa, sendo que 26,9% domicílios possuem acesso à água encanada. No setor de bens minerais, o município é produtor de manganês e quartzo.
No ramo industrial, destaca-se as padarias e confeitarias, e fábrica de calçados. A cidade possui uma estação de rádio FM.
[editar] Turismo
Não há muita atividade turística em Pé de Serra, todavia, algumas atividades culturais que atraem visitantes de algumas regiões do país, que geralmente são pessoas que moravam ou tem parentes no município.
No início do ano, logo no dia 6 de janeiro, é comemorada a festa de vaqueiros e fazendeiros, com participação maciça da população local e de turistas, muitos atraídos pelos shows musicais e outros tantos pelo encanto do aboio vaqueiro, pelas corridas, pelos concursos de marcha e desfiles.
Em março, pela comemoração do aniversário do município, há visitas movidos pelo interesse na já tradicional e emocionante maratona, onde ocorre desfile cívico.
Na páscoa, a cidade muda. As pessoas ficam mais próximas e solidárias. Há uma tradição muito forte de na sexta-feira da paixão subirem-se aos cruzeiros que ficam na Serra do Leão e em alguns montes que rodeiam a cidade. Além disso, subir tanto na Serra do Leão, como no Monte Belo, é um ato de muita adrenalina e contato com a natureza esuberante do serrado. Por isso centenas de pessoas fazem essa "peregrinação" todos os anos. É também nesta época que geralmente ocorre a Micareta de Pé de Serra, denominada "Pascareta".
No sábado de páscoa, pela tarde, a Charanga faz a famosa lavagem, arrastando uma multidão eufórica pelas ruas da cidade, dançando ao som dos sambas-de-lavagem, marchinhas de carnaval e outras melodias. Pela noite, finalmente, há a queima do "Judas" em praça pública. Esse espetáculo é uma atração a parte para os turistas, pois não é apenas uma queima de fogos, é uma explosão de alegria motivada pela fascinação da arte pirotécnica. Mas antes de queima do Judas faz-se a leitura de seu testamento, que é uma crônica dos principais fatos e personagens que marcaram no último ano.
Os festejos juninos, todavia, são a principal manifestação cultural do município que atrae turistas de todo o país. A comemoração junina é por muitos aguardada com muita expectativa, vez que é uma data em que o espírito da cidade se engradece, a alegria e a descontração toma conta das pessoas que dançam muito forró "pé de serra" e aproveitam a culinária típica. A praça principal da cidade fica pequena para tanta gente, mas, incrivelmente, sempre há lugar para mais uma.
[editar] Referências
[editar] Ligações externas
Mais de 50.000 habitantes | Serrinha | Araci | Conceição do Coité |
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