Papa Leão X
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Ordem: | 218º papa |
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Inicio do Pontificado: | 9 de Março de 1513 |
Fim do Pontificado: | 1 de Dezembro de 1521 |
Predecessor: | Júlio II |
Sucessor: | Adriano VI |
Data de Nascimento: | 11 de Dezembro de 1478 |
Local de Nascimento: | Florença |
Data de Falecimento: | 1 de Dezembro de 1522 |
Local de Falecimento: | Roma |
Nome de baptismo: | Giovanni di Lorenzo de'Medici |
Ordenado Padre: | ? |
Sagrado Bispo: | 17 de Março de 1513 |
Cardeal In Pecture: | 9 de Março de 1489 |
Revelado Cardeal: | 26 de Março de 1492 |
Leão X, nascido Giovanni di Lorenzo de' Medici (Florença, 11 de Dezembro de 1475 — Roma, 1 de Dezembro de 1521) foi papa da Igreja Católica entre 9 de Março de 1513 e a sua morte, atacado de malária. Foi sepultado na igreja de S. Maria sopra Minerva em Roma.
Quarto filho de Clarissa Orsini e Lourenço de Médici. Eleito papa como LEÃO X em 1513 numa eleição limpa, apesar da situação privilegiada. Autêntico príncipe do Renascimento. Seu irmão foi Pedro ou Piero di Lorenzo (Florença, 15 de Fevereiro de 1472 - Garigliano, 29 de Dezembro de 1503), chamado il Unfortunato e governou Florença a partir de 1492.
Desde cedo destinado à Igreja, Giovanni estudou teologia e direito canónico e foi eleito Cardeal em 1492, passando a residir em Roma. Durante o pontificado de Papa Alexandre VI (Rodrigo Borgia), inimigo da sua família (ou talvez pessoal, pois o jovem cardeal teria exclamado, após sua eleição: "Deus nos salve, pois acabamos de ser atirados na boca do lobo!"), João viajou pela Europa e procurou ser ignorado no Vaticano.
No papado de Júlio II (Giuliano della Rovere), embora sempre cauteloso (o papa o chamava "vossa circunspecção"), conseguiu apoio para em 1512 retomar o controle de sua cidade, Florença, da qual que os Médicis tinham sido expulsos em 1495.
Homosexual, eleito Papa em 1513, dizem que Leão X teria declarado a seu primo Giulio (que alçou sem tardar ao cardinalato e mais tarde seria papa como Clemente VII): Uma vez que Deus nos conferiu o pontificado, vamos aproveitá-lo!. Organizou uma parada triunfal em Roma que incluiu bobos, músicos e animais selvagens, rematado por um jantar monumental com 65 pratos na ementa. Um "pequeno contratempo" nas celebrações foi a morte do pequeno rapaz que, para divertimento dos convidados, fora pintado com ouro e embelezado com asas, simbolizando um anjo. O rapaz morreu ainda durante as celebrações, vítima de envenenamento pelo ouro que cobria a sua pele. O Papa e os seus convidados não se deixaram no entanto abater e os festejos continuaram, exuberantes, para o gáudio do prelado. Fez ampliar a reserva papal (mansâo senhorial) de La Magliana, perto de Roma, onde promovia caçadas intermináveis: uma delas durou 40 dias. Míope, costumava usar uma esmeralda diante dos olhos para melhor enxergar seus interlocutores. O poeta ferrarense Ludovico Ariosto proclamou o início de uma Idade do Ouro com sua ascensão ao pontificado, mas voltou para Ferrara de mãos vazias; o volúvel Leão X, contudo, cumulou de honrarias, mesmo que em caráter irônico, mediocridades como Baraballo.
Sua extravagância característica valeu-lhe bastantes inimigos e pelo menos uma tentativa de assassinato, que falhou (conjura do cardeal Petrucci. O chefe da conspiração foi decapitado no Castelo de Sant'Angelo, fortaleza papal em Roma, por um escravo turco).
O estilo esbanjador do seu reinado e a construção da Basílica de São Pedro deixaram o Vaticano na bancarrota e para culminar, Leão resolveu vender indulgências através do monge Johann Tetzel. Por isso mesmo Martinho Lutero afixou as suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg e iniciou o movimento Protestante. A bula "Exsurge Domine" de 15 de Junho de 1520, condenava os textos de Lutero e o ameaçava com excomunhão. A 3 de Janeiro de 1521, Leão X excomungou Lutero.
São contraditórias as avaliações de seu papado. Do ponto de vista religioso, houve o desastre do protestantismo, mas dificilmente se poderia considerar que no início do século XVI, com as tensões políticas européias e o desabrochar da era moderna, um papa ou uma instituição conseguiriam deter a maré montante do pluralismo e, mais que isso, do nacionalismo. Lutero respondia a uma reivindicação alemã e, de certa forma, era tão renascentista quanto Leão X: historiadores já apontaram similaridades entre sua reelaboração da doutrina da Justificação pela Fé e o tema da Fortuna como o trataram, por exemplo, Joviano Pontano e Nicolau Maquiavel.
Politicamente, seu pontificado coincidiu com o término do predomínio do papado, doravante condenado a equilibrar-se em meio aos atritos entre as potências nascentes (o império de Carlos V, cujo principal herdeiro seria o império espanhol, e a França de Francisco I).
Economicamente, esvaziou os cofres da Igreja em expedições militares destinadas a fortalecer sua família, como por exemplo a guerra movida contra o ducado de Urbino para dali desalojar Francescomaria della Rovere e dar o ducado a seu sobrinho Lourenço II de Médici. Pode-se considerar uma censura a Leão X a eleição, para sucedê-lo, do cardeal de Utrecht, Adriano Florenzo como papa Adriano VI), conhecido apenas por ter sido preceptor do jovem Carlos V, mas que mantinha feroz polêmica com Lutero e, sendo alemão (era na verdade holandês, mas para os cardeais italianos isso não parecia fazer diferença), talvez melhor domasse a rebeldia do frade agostiniano renegado.
[editar] Ver também
Precedido por Júlio II |
Papa 218.º |
Sucedido por Adriano VI |