Teorema do virial
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Em mecânica, o virial G de um conjunto de N partículas é definido como:
onde e são o vetor posição e o vetor momentum , respectivamente, da ka partícula. A expressão "virial" deriva do Latin, vis,viris, palavra para "força" ou "energia" e foi cunhada por Rudolf Clausius (1822-1888) em 1870. Em muitos casos de interesse físico, o virial é aproximadamente constante, de onde o teorema do virial pode ser derivado
onde representa a média da energia cinética total e representa a força atuando sobre a k-ésima partícula.
Em particular, se as forças entre as partículas resultam de uma energia potencial V(r) que é alguma potência n da distância entre partículas, r, o teorema do virial assume uma forma simples:
Em outras palavras, duas vezes a energia cinética total, T, é igual a n vêzes a energia potencial total, U.
Uma consequência do teorema do virial é que ele permite que a energia cinética total seja calculada mesmo para sistemas complicados que não têm uma solução exata, tais como aqueles considerados em mecânica estatística. Por exemplo, o teorema do virial pode ser usado para derivar o teorema de equipartição ou para calcular o limite de Chandrasekhar para a estabilidade de estrelas anãs brancas.
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[editar] A derivada temporal e sua média
A derivada temporal do virial pode ser escrita como
ou, de modo mais simples,
Aqui, mk é a massas da k-ésima partícula, é a força líquida atuando sobre a partícula e T é a energia cinética total do sistema.
A média desta derivada no intervalo de tempo τ é definida como:
da qual podemos obter a equação exata
[editar] O teorema do virial
O teorema do virial estabelece que, se , então
Existem muitas razões pelas quais a média das derivadas temporais podem se anular, isto é,
- .
Uma razão frequentemente citada se aplica à sistemas ligados, i.e., sistemas em que as partículas permanecem sempre juntas. Nesse caso, o virial Gbound está normalmente entre dois valores extremos, Gmin e Gmax, e a média vai a zero para o limite de tempos muitos longos τ
Mesmo se a média da derivada temporal é somente aproximadamente zero, o teorema do virial continua valendo, com a mesma ordem de aproximação.
[editar] Relação com a energia potencial
A força total atuando sobre a partícula k é a soma de todas as forças exercidas pelas outras partículas do sistema, j
onde, é a força aplicada pela partícula j na partícula k. Portanto, o termo de força da derivada temporal do virial pode ser escrito como
Como nenhuma partícula atua sobre sí mesma (i.e., , sempre que j = k), temos que
onde assumimos que a terceira lei de Newton pde ser aplicada, i.e., (reações iguais e opostas).
É comum acontecer que as forças possam ser derivadas da energia potencial V que é uma função somente da distância, rjk, entre as partículas j e k. Como força é o gradiente da energia potencial, temos, neste caso
a qual é igual e oposta a , a força aplicada pela partícula k sobre a partícula j, como pode ser confirmado por cálculos explícitos. Portanto, o termo de força da derivada temporal do virial é
[editar] Aplicação a forças que seguem uma lei da potência
É comum acontecer que a energia potencial V é uma função do tipo lei de potência
onde o coeficiente α e o expoente n são constantes. Em tais casos, o termo de força da derivada temporal do virial é dado pela equação
onde U é a energia potencial total do sistema
Em tais casos, quando a média da derivada temporal do virial, é zero, a equação geral torna-se
Um exemplo muito citado é a força de atração gravitacional, para a qual n = − 1. Neste caso, a energia cinética média é metade da energia potencial média, negativa
Este resultado é notavelmente útil para sistemas gravitantes complexos, tais como o sistema solar ou galáxias, e também para sistemas eletrostáticos, para os quais n = − 1, também.
A pesar de ter sido derivado para a mecânica clássica, o teorema do virial também vale para a mecânica quântica.
[editar] Inclusão de campos eletromagnéticos
O teorema do virial pode ser expandido para incluir o campo magnético e o campo elétrico. O resultado é[1]
onde I é o momentum de inéricia, G é o vetor Poynting, T é a energia cinética do "fluido", U é a energia térmica (randômica ou cinética) das partículas, WE e WM são as energias dos campos elétrico e magnético contidas no volume considerado. Finalmente, pik é o tensor pressão de fluido expresso no sistema de coordenadas móvel local
- ,
e Tik é o tensor de stress eletromagnético,
Um plasmóide é uma configuração finita de campos magnéticos e plasma. Com o teorema do virial é fácil ver que qualquer configuração que seja, se expandirá se não for contida por forças externas. Em uma configuração finita sem paredes de pressão-rolamento ou bobinas magnéticas, a integral de superfície será nula. Como todos os outros termos do lado direito são positivos, a aceleração do momentum de inércia também será positiva. Também é fácil de estimar o tempo de expansão τ. Se a massa total M está confinada dentro de um raio R, então o momentum de inérica é aproximadamente MR2, e o lado esquerdo do teorema do virial é MR 2/τ2. Os termos no lado direito somam até cerca de pR3, onde p é o maior entre a pressão de plassma e a pressão magnética. Equacionando esses dois termos e resolvendo para τ, encontramos
onde cs é a velocidade da onda acústica de íons (ou onda de Alfven), se a pressão magnética é maior que a pressão de plasma). Logo, a meia-vida esperada para um plasmóide é da ordem do tempo de trânsio acústico (ou de Alfven).
[editar] Referências
<referencencias/>
[editar] Leitura adicional
- Goldstein H. (1980) Classical Mechanics, 2nd. ed., Addison-Wesley. ISBN 0-201-02918-9