Vigário Geral
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Vigário Geral é um bairro-favela da Rio de Janeiro da cidade do Rio de Janeiro.
[editar] História
De acordo com moradores, a ocupação de Vigário Geral iniciou-se no final da década de 1950.
As primeiras moradias são atribuídas a João 67, Pedro Amaro, Alcides e Naíldo. Este último atraiu muitos ferroviários para morar no local, cujo terreno pertencia à Estrada de Ferro Leopoldina, tendo fundado a Associação de Moradores de Vigário Geral.
Durante muitos anos, a população conviveu com o perigo de travessia da linha férrea sem uma passarela, erguida mais tarde com o auxílio do Sindicato dos Ferroviários.
O fornecimento de luz elétrica só foi regularizado em 1984. A rede de distribuição de água foi implantada em regime de mutirão, custeado, à época, por todos os moradores.
[editar] Ação Social
Destaca-se na comunidade a atuação do Grupo Cultural Afro Reggae, oferecendo aos moradores aulas de Circo, de Artes Plásticas e de Percussão, além de espetáculos teatrais, mostras de cinema, shows e lançamento de livros. Encontram-se presentes ainda, a ONG Casa da Paz e os Médicos Sem Fronteiras.
[editar] Você conhece Vigário Geral ?
O Centro Acadêmico de Direito da Universidade Estácio de Sá, Campus Menezes Cortes, entrevistou o Professor Aluísio Machado da Cruz, docente da Escola de Administração, no Centro Universitário da Cidade, mestrando em Educação para Meio Ambiente pela UNIPLI - Universidade Plínio Leite, Campus Niterói, pesquisador de História dos bairros do Rio de Janeiro, em especial, do bairro Vigário Geral, no ramal da Leopoldina.
Que nos apresentou o seguinte relato sobre as origens históricas de Vigário Geral, no período da colonização do Brasil, quando o Rio de Janeiro, era um grande celeiro econômico, devido a produção agrícola e pecuária, em suas diversas regiões. As terras estavam divididas em distritos, denominados Freguesias, sendo três destas Freguesias, de propriedade da Igreja Católica e duas de leigos (propriedade privada) onde existiam diversas fazendas e engenhos. As três freguesias Católicas eram: a primeira, a de São Sebastião, do Rio de Janeiro; a segunda, da Candelária e a terceira, a do Irajá. A Freguesia do Irajá mantinha a administração religiosa em toda a região de seu domínio, que além das áreas locais, próximas à Igreja da Nossa Senhora da Apresentação, originada com o Padre Antônio Martins Loureiro em 1644 (sede da Freguesia, onde se encontrava o vigário geral, categoria do clero, desta Freguesia) que se estendia até a Zona Oeste do Rio de Janeiro. Em 1866, a rede ferroviária inaugurou o fluxo de trem, para servir a Família Imperial no eixo Rio-Petrópolis, passando por diversas fazendas da regiões. Nas terras consideradas relengas, pantanosas, existia uma grande fazenda, a Nossa Senhora das Graças, onde havia o Engenho do Vigário Geral, também conhecido por “Engenho Velho”, próximo ao Rio Meriti. Com a extinção do engenho, a fazenda passou a ser propriedade de deputado e médico Dr. Bulhões Marcial. Em 1910, o Dr. Bulhões Marcial, decidiu lotear suas terras, com interesse de aumentar a população na região. Nesse mesmo momento, dia 05 de outubro de 1910, a rede ferroviária montou um barracão como parada do trem, para atender a nova população inaugurando assim a estação, que recebeu o nome do Velho Engenho, ali extinto, mas que deveria ficar na memória, perpetuando o seu nome “Vigário Geral”.
Esse bairro, ocupa uma grande extensão geográfica, desde a Rua Bulhões Marcial (antiga Rio-Petrópolis) paralela à rede ferroviária, até a Rodovia Presidente Dutra, onde situa um sub-bairro, que fora denominado Jardim América, loteado em 1956. Muitos moradores da região, ignoram o antigo bairro, dizendo morar no Jardim América, só esquecendo que as ruas onde eles residem são mais antigas que o Jardim América.
Vigário Geral fez parte da capital do Brasil, quando aqui era Distrito Federal; foi o primeiro limite do Estado da Guanabara com o antigo Estado do Rio de Janeiro. É um bairro que sempre sofreu o problema da discriminação. Por quem não conhece, na década de cinquenta, com a influência do deputado Tenório Cavalcante, que era o homem forte de Duque de Caxias, onde os grandes conflitos políticos traziam para aquela cidade um clima de temor, tornando-a o símbolo da violência. E por sermos vizinhos, muita gente imaginava que Vigário Geral pertencia a Baixada Fluminense, sendo que até hoje, ainda tem quem pense assim. Em 1993, Vigário Geral, passou por uma grande tragédia que abalou o mundo inteiro, quando ocorreu a grande chacina, onde inocentes perderam suas vidas. Esse foi um marco muito forte para a nossa comunidade. Tanto para a população do Parque Proletário de Vigário Geral como para o Bairro Vigário Geral, há quem pensa que Vigário Geral é um local de alta periculosidade e de alto índice de violência. Mas quem conhece sabe que não é nada disso, pois existem lugares mais sofisticados e que são piores que Vigário Geral. Muitas empresas de certo porte; onde as pessoas não conhecem o bairro e não aceitam trabalhadores de Vigário Geral, pois fazem preconceito e discriminação.
O bairro Vigário Geral contém cinco escolas de ensino Fundamental: a Escola Municipal República do Líbano, a Escola Municipal Jorge Gouveia, a Escola Municipal Eneida, a Escola Municipal Heitor Beltrão e a Escola Municipal Alfredo Valadão; um pequeno comércio, três clubes sociais: o União Cívica e Progresso de Vigário Geral, o Vila Nova Esporte Club e o Club Alto dos Motas; cinco praças: a Praça Catolé do Rocha, que mantém um dos poucos coretos tombados pelo Patrimônio Histórico, a Praça Irineu Machado, a Praça Elba, Praça Córsega e a Praça Rodrigues Alves, onde está localizada a Escola Eneida na Rua Furquim Mendes; três Associações de moradores: a Associação de Moradores e Amigos de Vigário Geral, a Associação de Moradores da Rua Furquim Mendes e a Associação de Moradores da Vila esperança; uma associação beneficiente: a Sociedade Beneficente e Recreativa Floriano Peixoto; uma Escola de Samba, a Grêmio Recreativo e Carnavalesco Acadêmicos de Vigário Geral; e a Região Administrativa, cuja abrangência é desconhecida pela comunidade e temos também uma grande usina de tratamento sanitário “Usina de Tratamento da Bacia do Rio Pavuna” que faz parte do projeto de despoluição da Baía da Guanabara. O Parque proletário de Vigário Geral, está localizado no lado direito da rede ferroviária no sentido de Duque de Caxias e tem ligação com áreas de Marinha, pois, lá existem vários projetos sociais voltados para o desenvolvimento cultural como: a Banda AfroReggae, a Banda Afro-Lata que têm como padrinho, o compositor e cantor Caetano Veloso, assim como a ONG Onda Azul, que desenvolve o projeto da reciclagem de garrafas, criada pelo atual Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que também é cantor e compositor.
Atualmente, o bairro Vigário Geral contém, aproximadamente, 35.000 habitantes, centenas de empresas e é considerado o segundo pólo industrial e de serviços do município do Rio de Janeiro, podemos até citar algumas das empresas instaladas em Vigário Geral como: a DuLoren Internacional, a Metalúrgica Moldenox, a “Silimed”- a maior empresa produtora de silicone no Brasil, a Indústria de Cosméticos Never e a tradicional Tintura Márcia, a Marcial Incêndio, algumas empresas transportadoras e de ônibus como: a Breda Turismo, a Autodiesel e outras. Essas empresas empregam milhares de trabalhadores, do Rio e Grande Rio. Através dessa matéria, pode-se perceber que Vigário Geral, não é uma grande favela como as pessoas imaginam. Pois, é composto de um grande bairro residencial e industrial, do Parque Proletário que está no projeto Favela/Bairro da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, e também do Jardim América.