A crise política do Governo Lula
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
A crise política do governo Lula iniciou-se com o escândalo dos bingos, que surgiu após denúncias de que o assessor do então ministro da Casa Civil José Dirceu, Waldomiro Diniz, estava a extorquir empresários com a finalidade de arrecadar fundos para o Partido dos Trabalhadores.
O escândalo veio à tona após a divulgação de uma gravação feita pelo empresário do ramo de jogos e bicheiro Carlinhos Cachoeira. A gravação mostra Cachoeira sendo supostamente extorquido por Waldomiro Diniz.
Waldomiro passou a ser investigado pela CPI dos Bingos. A CPI dos Bingos é uma Comissão Parlamentar de Inquérito cujo objetivo é "investigar e apurar a utilização das casas de bingo para a prática de crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, bem como a relação dessas casas e das empresas concessionárias de apostas com o crime organizado".
Desde 2004 o governo Lula vem enfrentando diversas crises políticas, que atingiram seu apogeu em julho de 2005 depois que fontes internas do próprio governo denunciaram um esquema de corrupção envolvendo financiamento de campanhas por "Caixa 2", que permeava vários níveis do executivo federal e atingiu inicialmente o PT, se estendendo depois a quase todos os partidos, apesar da resistência da oposição em concentrar todo o foco da investigação apenas no PT.
A crise foi um exercício de democracia para o país, pois pela primeira vez viu-se um governo ser duramente acusado e investigado e não haver represálias ou abafamento [
]. Isto deveu-se provavelmente a um maior equilíbrio das forças políticas, ao alcance de uma maior independência e poder a orgãos como o Ministério Público e a Polícia Federal, além do investimento em iniciativas como a Controladoria-Geral da União, ações nas quais o Governo Federal teve grande parte da "culpa", e, ironicamente, acabou se voltando contra outros integrantes e aliados do próprio Governo Federal, especialmente no Congresso Nacional.Em entrevista à repórter Renata Lo Prete da Folha de S. Paulo, o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) denunciou um esquema de corrupção, em que o mesmo denominou o nome de mensalão e envolvia ministros, parlamentares e aliados do governo.
As comissões parlamentares de inquéritos (CPIs) dos Correios e do "mensalão" ficaram a cargo das investigações de como funcionava o esquema de arrecadação e distribuição do dinheiro para parlamentares, algumas vezes transportados em malas, conforme se apurou. Segundo o que foi apurado pelas CPIs e Polícia Federal, há fortes indícios, porém não comprovado, de que parte do dinheiro que alimentou o esquema de corrupção era público, oriundo de empresas estatais e de cidades administradas pelo partido.
[editar] Ver também
- Cronologia dos desenvolvimentos da crise política do Governo Lula em 2005
- Cronologia dos desenvolvimentos da crise política do Governo Lula em 2006
- Escândalo do mensalão
- Cronologia dos desenvolvimentos do escândalo do mensalão em 2005
- Cronologia dos desenvolvimentos do escândalo do mensalão no primeiro semestre de 2006
- Cronologia dos desenvolvimentos do escândalo do mensalão no segundo semestre de 2006