Antônio Carlos Zago
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Antônio Carlos Zago (Presidente Prudente, São Paulo, 18 de Maio de 1969) é um futebolista brasileiro, atual zagueiro do Santos, conhecido pelo ato em 5 de Março de 2006, Domingo, atribuído a racismo contra um jogador do Grêmio pelo Campeonato Gaúcho de 2006. O Juventude perdeu este jogo por 2 x 1, com gols de Hugo para o Juventude e Lucas e Herrera para o Grêmio.
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[editar] Acusação de racismo
[editar] Acusações
Após ser expulso de um jogo contra o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, em 5 de Março de 2006 no estádio Alfredo Jaconi (Caxias), por uma cotovelada no volante Jeovânio, o zagueiro do Santos Antônio Carlos fez um sinal em que passava os dedos pelos braços, gesto que é atrubuído à cor da pessoa. O ato foi tomado como racista pelo jogador Jeovânio, pela imprensa e pela torcida que vaiou o jogador quando este se dirigia ao túnel rumo aos vestiários. O jogador do Grêmio teve de dar uma entrevista coletiva no Olímpico, estádio de seu clube, sobre o incidente. Nela, o futebolista fala que se sentiu humilhado ao chegar em casa e chorou enquanto falava sobre isso.
Antes de sair de campo, Antônio teria também pronunciado a palavra "macaco", designação pejorativa à uma pessoa negra, o que lembrou um incidente com o jogador Grafite. A leitura labial foi feita pela fonoaudióloga de Porto Alegre Hiltrud Elert, que trabalha com 180 surdos profundos. Ao ver as imagens ela concluiu que as imagens sugerem que ele disse "macaco".
Pelo ocorrido, Antônio pode ser levado à cadeia, pois no dia seguinte ao jogo, 6 de março de 2006, Jeovânio procurou o Ministério Público juntamente com o presidente do Grêmio Paulo Odone para prestar depoimento. O Ministério no mesmo dia já conseguiu as fitas sobre o incidente, requisitadas pelo subprocurador geral de Justiça para assuntos internacionais Mauro Renner, que foi na manhã de Segunda-feira após o jogo de Domingo à RBS TV para pegar as fitas. Mauro também as enviou para os promotores criminais de Caxias do Sul. Renner condena o futebolista do Juventude. A investigação terá testemunhos de Jeovânio, Antônio e testemunhas. Lembrando que o racismo, no Brasil, é um crime infianciável.
Além do processo na Justiça comum, Antônio também pode sofrer com uma pena rigorosa da Justiça desportiva. Os procuradores do TJD da Federação Gaúcha realizaram uma reunião na Segunda-feira, 6 de Março, após o jogo para discutir sobre a denúncia.
[editar] Explicações
O zagueiro também teve de dar explicações em uma entrevista em Caxias do Sul. Primeiro deu uma versão do que aconteceu alegando que estava limpando uma ferida doméstica em seu braço. No entanto, o gesto foi feito nos dois braços, e o jogador deu outra versão, dizendo que não estava realizando gestos a Jeovânio, e sim ao lateral Patrício do Grêmio (Patrício é caucasiano). O zagueiro ainda deu explicações por telefone ao programa "Tá na Área", do SportTV. Na entrevista diz que iria se desculpar com Jevânio pela cotovelada, mas Patrício interviu e acabou falando ao zagueiro que ele estava jogando em um "timinho". Então quando fez o gesto quis dizer que aquela pele já havia passado por vários clubes de importância. Saindo de campo, acabou falando vários palavrões, mas não se recorda de ter dito "Macaco", como alega-se.
Apesar de tudo, Antônio não pareceu ter levado o caso a sério, dizendo que "As pessoas não podem levar nada de dentro de campo para fora. A única coisa que eu tenho a fazer quanto ao Jeovânio e outras pessoas que eu possa ter ofendido, é pedir desculpas". Seguido de uma declaração de que se fosse preciso ir para Porto Alegre pedir desculpas, iria. Também reclamou que toda essa polêmica foi causada principalmente por ele se tratar de um jogador conhecido (Antônio já chegou a jogar pela Seleção brasileira de futebol), pois se fosse um jogador comum a mídia não teria dado muita atenção. Reclama também que é taxado de careca, velho, de branquela mas ninguém lhe dá importância. Lembrando também que Antônio foi discriminado na Europa quando jogava pelo Roma, sendo agredido pelo fato de ser brasileiro.
À rádio Jovem Pan admitiu que estava envolvido pela rivalidade do jogo, e que pode ter cometido bobagens. Diz também que quem o conhece, sabe que ele não é racista por ter os melhores amigos dentro do futebol da raça negra. Citou que jogadores negros lhe deram apoio, como César Sampaio, Cléber e Aldair. Ao receber o telefonema de César Samapaio, ex-companheiro de Palmeiras, diz ter ficado emocionado e com vontade de chorar.
A posição do presidente do Juventude, Iguatemy Ferreira, foi a de dizer que toda questão não passa de exagero. Argumenta que o clube da serra gaúcha está sendo prujudicado da mesma forma que já havia sido no Campeonato Brasileiro de 2005, quando o STJD tirou dois mandos de campo do time e lhe deu uma multa de R$ 200 mil em razão da torcida do Juventude tomar uma atitude racista quanto ao jogador Tinga, do Sport Club Internacional. O jogo ocorreu em 22 de Outubro e os torcedors gritavam a palavra "macaco" todo momento em que o atacante Tinga tocava na bola. O ato foi denunciado pelo ábitro do jogo, o mineiro Alicio Pena Júnior.
[editar] Resultados
Antônio foi suspenso por 60 dias, o julgamento ainda está para ser marcado, mas pode ser marcado na Quarta-feira, 8 de Março. Foi criticado por inúmeras pessoas, como o Movimento Negro e o atacante Adauto que foi estrela de campanha contra o racismo na República Tcheca. A pena máxima do jogador pode ser de até 780 dias.
O caso do jogador Antônio Carlos é mais um dentre vários acontecimentos semelhantes da atualidade, envolvendo jogadores como Grafite, e o camaronês Eto'o.
No dia 16 de Março decidiu suspender-se o jogador por 120 dias, em razão de agressão física e moral no jogo. Antônio Carlos achou a decisão injusta.
[editar] Clubes
- São Paulo Futebol Clube (1990-1992)
- Albacete-ESP (1992)
- Palmeiras (1993-1995)
- Kashiwa Reysol-JAP (1996-1997)
- Corinthians (1997)
- Roma (1998-2002)
- Besiktas (2002-2004)
- Santos (2004-2005)
- Esporte Clube Juventude (2005-2006)
- Santos (2007-)
[editar] Títulos
- Campeonato Paulista de 1991 (São Paulo)
- Campeonato Brasileiro de 1991 (São Paulo)
- Campeonato Paulista de 1992 (São Paulo)
- Libertadores de 1992 (São Paulo)
- Campeão Ramon Carranza de 1992 (Albacete)
- Campeão Tereza Herrera de 1992 (Albacete)
- Campeonato Paulista de 1993 (Palmeiras)
- Campeonato Brasileiro de 1993 (Palmeiras)
- Torneio Rio-São Paulo de 1993 (Palmeiras)
- Campeonato Paulista de 1994 (Palmeiras)
- Campeonato Brasileiro de 1994 (Palmeiras)
- Campeonato Paulista de 1997 (Corinthians)
- Copa Américade 1999 (Seleção Brasileira)
- Campeonato Italiano de 2001 (Roma)
- Super-Copa da Itália de 2001 (Roma)
- Liga Turca 2003 (Besiktas)
- Campeonato Brasileiro de 2004 (Santos FC)
- Taca Río de Janeiro 2005 (Fluminense)
[editar] Ver também
- Racismo no futebol
- Jeovânio
[editar] Ligações externas
- Dados pessoais do site do Juventude
- Jeovânio diz que se sentiu humilhado por gesto
- Juventude sai em defesa de Antônio Carlos
- Antônio Carlos dá versão sobre gesto polêmico
- Antônio Carlos se emociona e pede desculpas
- Especialista analisa imagens de Antônio Carlos
- Justiça já está com imagens de Grêmio x Ju
- Zagueiro do Ju pode ser punido por racismo
- Antônio Carlos: Pena máxima seria de 780 dias
- Atletas e dirigentes criticam o racismo
