Antuérpia
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- Nota: Se procura a província de Antuérpia, consulte Antuérpia (província).
Antuérpia (Antwerpen em neerlandês) é a segunda maior cidade da Bélgica, e a maior da Flandres. É um dos maiores portos do mundo, nas margens do rio Escalda. Antuérpia é conhecida como um centro mundial de lapidação de diamantes e pelo seu porto. Tem cerca de 964 mil habitantes.
O facto de ser considerado o Centro Mundial do Diamante reside no facto de aí serem negociados 80 porcento dos diamantes brutos e 50 por cento dos diamantes lapidados do mundo. De acordo com os dados divulgados pelo Alto Conselho para o Diamante (HRD) em 2004 foram exportados mais de 8 mil milhões de dólares americanos. Ainda de acordo com o HRD, o sector do diamante em Antuérpia movimentou nesse ano 34 mil milhões de dólares, e representou perto de 7 % das exportações da Bélgica.
[editar] História
No decorrer do século XV, o seu porto adquiriu uma grande relevância no comércio internacional, com a pioneira fundação de uma primitiva "bolsa" na cidade, que rapidamente transformou Antuérpia num dos mais bem sucedidos centros comerciais e produtores do Velho Continente. Foi, em parte, devido a estas condições que, no início de Quinhentos e após a chegada à Índia, os Portugueses para aí transferiram a feitoria que na Idade Média mantinham em Bruges. Este facto revelou-se da maior importância para a cidade. Com os Portugueses, instalou-se igualmente uma forte colónia mercantil espanhola, passando os negócios das coroas ibéricas a fazer-se maioritariamente por aqui. Assim, ao longo do século XVI, Antuérpia tornou-se um centro da "economia do mundo".
A prosperidade desta cidade prosseguiu ao longo desse século, com a chegada de inúmeros judeus, expulsos de Portugal na sequência da implementação de uma política anti-semíta desencadeada pelo governo português, intimamente ligado à religião católica, que nesse período se pautava pelo braço forte da Inquisição. Esta comunidade de exímios mercadores e artesãos veio enriquecer o negócio da indústria dos diamantes e, consequentemente, a própria cidade, que passou a contar com a colaboração destes artífices especializados com uma propensão natural para o trato comercial.
Para além de ser um centro económico, Antuérpia era igualmente um centro cultural e intelectual. Por exemplo, aqui nasceu em 1599 o pintor flamengo Anthony van Dyck. No entanto, a sua pujança foi irremediavelmente abalada pelos problemas religiosos depois de 1567, data em que tropas espanholas saquearam a cidade. Antuérpia foi de novo atacada em 1584, sendo, desta feita, forçada a render-se aos Espanhóis em 1585.
No século XVII, mais precisamente em 1648, foi mais uma vez lesada na sequência da Guerra dos Trinta Anos. Em questão estava o Tratado de Paz de Vestefália, que determinou o encerramento do rio Escalda à navegação, o qual foi reaberto somente em 1795 pelos Franceses.
[editar] Monumentos
São muito característicos desta cidade os boulevards que vieram substituir as muralhas que circundavam Antuérpia. O interior do seu núcleo histórico guarda a Catedral de Notre Dame, uma igreja gótica dos séculos XIV e XV, que constitui o maior templo da Bélgica, com a sua flecha de quase 122 metros. Das obras de arte mais significativas deste templo, destacam-se várias pinturas de Petrus Paulus Rubens, um artista que viveu a maior parte da sua vida nesta cidade. Outros edifícios dignos de destaque são a Igreja de S. Paulo - que contém obras de Caravaggio e de Van Dyck - e a Câmara, ambos terminados no século XVI. As construções medievais estão ainda patentes no lugar do mercado público. Destacam-se também os jardins Botânico e Zoológico e o Museu de Belas Artes, onde se encontram expostas algumas das obras primas dos mestres flamengos, reconhecidos pela sua excelência na representação de pormenores pictóricos, como sejam as jóias e os tecidos, que têm uma incrível semelhança com os objectos reais, para além da qualidade da cor exibida nos seus quadros.
[editar] Pessoas famosas de Antuérpia
- Peter Paul Rubens, pintor
- Anthony Van Dyck, pintor
- Abraão Ortélius, geógrafo e cartógrafo