Camilo Maria Ferreira Armond
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Camilo Maria Ferreira Armond (Barbacena, na paróquia de Prados, 7 de agosto de 1815 — Rio de Janeiro, 14 de agosto de 1882) foi um médico e político brasileiro durante o Império. Presidiu a Câmara dos Deputados e recebeu os títulos de barão, visconde e conde de Prados. Era filho de Marcelino José Ferreira Armond, primeiro barão de Pitangui e de Possidônia Eleodora da Silva.
[editar] Político e revolucionário
Estudou no famoso colégio Caraça, e no Seminário de Mariana, em Minas Gerais. O Conde de Prados formou-se em medicina na Academia de Medicina de Paris em 1837 com a tese "Essai sur l'étude de la vie". Contraiu matrimônio com Josefina Cândida Gomes de Souza. Exerceu a clínica intensamente até 1851. Foi Juiz de Paz e deputado provincial e deputado geral de 1848 a 1849, de 1864 a 1868 e de 1878 a 1881, somando ao todo quatro legislaturas. Reorganizou o Partido Liberal na região de Barbacena e esteve preso pela sua participação na Revolução Liberal de 1842, em Minas Gerais ao lado de Teófilo Otoni e outros líderes.
Fundou na cidade o jornal partidário "Eco da Razão", do qual foi redator e que desapareceu com a Revolta de 1842. Vários exemplares deste periódico encontram-se nos arquivos da Biblioteca Nacional contendo relatos e manifestos relativos ao movimento revolucionário.
Presidiu a província do Rio de Janeiro e a Câmara Municipal de Barbacena (1849).Em 1855 foi feito Comendador da Ordem de Cristo, por decreto Imperial. Foi criado Barão de Prados em 30 de março de 1861, visconde em 1871 e Conde em 1880. Em 1879 foi nomeado Conselheiro de Estado. Presidiu a Câmara dos Deputados de 1864 a 1866 e de 1878 a 18 de janeiro de 1882. A ele é creditada a organização da biblioteca da Câmara dos Deputados.
[editar] Cientista
Foi diretor do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro. Dedicou-se por longos anos à observação e estudos astronômicos que deixou registrados no Tratado de Astronomia Aplicada e de Geodésica Prática, de Emmanuel Liais, e nos Anais do Imperial Observatório Astronômico da Corte. Correspondia com Carlos Frederico von Martius e com Emmanuel Liais. O felino do período quaternário descoberto pelos dois sábios nas cavernas de Lagoa Santa recebeu o nome de Machaerodus Pradosii em homenagem ao Conde de Prados. Em 1877 escreveu uma série de artigos no Jornal do Comércio demonstrando a inconveniência da utilização de canos de chumbo para o serviço de abastecimento de água da Corte.
[editar] Benfeitor
Seguindo o exemplo paterno, foi grande benfeitor e não descuidou das questões sociais de seu tempo. Católico, fundou a Santa Casa de Misericórdia de Barbacena (1856) recusando a herança que lhe deixaria o seu tio e padrinho Antônio José Ferreira Armond. Nesta ocasião libertou todos os escravos da Fazenda Ponte Nova que havia herdado doando a estes metade das terras da propriedade e destinando à Santa Casa a outra metade. Por testamento concedeu a liberdade a quatrocentos e quarenta e três escravos, durante a vida já havia dado alforrria a muitos outros. Faleceu no Rio de Janeiro em sua residência em Laranjeiras.