Diana de Poitiers

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Diana de Poitiers (ou Diane) (3 de setembro de 1499 - 25 de abril de 1566) foi uma aristocrata que frequentou as cortes de Francisco I e de Henrique II da França, e se tornou famosa como favorita e adorada deste último rei.

[editar] Dados biográficos

Filha de Jean de Poitiers, senhor ou conde de Saint-Vallier, e de de Jeanne de Batarnay.

Diana teve uma infância difícil: órfã de mãe aos seis anos de idade, foi destinada a viver sob a tutela da duquesa da Bretanha Ana de Beaujeau. Mais tarde, foi deixada pelo pai num convento medieval, onde recebeu a educação da época. Aos 7 anos, Diana já lia latim, hebreu e grego. Casou-se, aos 12 anos de idade, com Louis de Brézé, conde de Maulévrier, 40 anos mais velho que ela.

Luís tinha sangue real por sua mãe Carlota de Valois, bastarda de Carlos VII e de Agnes Sorel, casada com seu pai Jacques de Brézé (1440-1494). Estaria, como todos os nobres de sua época, interessado no dote da mulher, pois Diana tinha herança reservada por sua mãe. Morto em 1531 em Anet, Luís de Brézè foi Grande senescal da Normandia, como seu pai.

Para entender como Diana conquistou a simpatia do mulherengo rei Francisco I... Contam que o pai de Diana foi acusado, pelo seu próprio marido, de participar da conspiração do condestável de Bourbon, em 1523 e que isto lhe traria como pena a guilhotina...

Diana, em total desespero, procurou o rei Francisco I, suplicando que preservasse a vida do pai. Há registros de que ela chegou a fazer isso de joelhos, em pranto e com muita humildade. Foi nessa ocasião que Diana conquistou a simpatia do rei, por sua beleza, humildade e douçura.

Quando Diana ainda era uma menina de 6 anos, sofreu um atentado arquitetado por pessoas interessadas em usurpar a fortuna que sua mãe a tinha deixado.

Dizem que o plano foi elaborado por uma amante de seu pai. Diana foi raptada e abandonada em meio a um bosque. Sobreviveu e foi socorrida, semi-morta, por camponeses que dela cuidaram por alguns meses até que encontraram o seu pai. Este, assim que recuperou a filha, tratou logo de interná-la em um convento, onde a menina recebeu a educação religiosa da época.

Teve de Luís de Brézé duas filhas, às quais amou e protegeu por toda a sua vida. Sempre fiel ao marido, era considerada na corte como uma mulher bela, distinta e inatingível aos galanteios masculinos. Jamais foi fácil e vulgar.

Ao se enviuvar em 1531 tinha 32 anos e logo adotou o preto e o branco em sinal de que não queria mais se casar. Embora fosse extremamente bela e, por isso mesmo, muito assediada, Diana era absolutamente fiel aos seus princípios, jamais dando qualquer espaço para os muitos pretendentes que se aproximavam.

Era uma excepcional amazona e amava os animais, sobretudo os cavalos.

Conheceu Henrique II quando este ainda era um menino de apenas 7 anos de idade. Henrique era um garoto traumatizado, que nunca superou o fato de ter sido preso por quase 4 anos, com o irmão mais velho, Francisco, nos calabouços dos castelos espanhóis, como reféns, em troca da liberdade do pai.

Hoje seria um absurdo admitir a prisão de duas crianças!

Henrique guardou na memória, antes de partir para a prisão, o beijo carinhoso que Diana, já com 29 anos, lhe dera na testa no momento da partida. Esse gesto jamais foi esquecido por Henrique. Foi o alento de que ele tanto necessitava. Levou na memória e no coração as mais doces lembranças de Diana e, quando preso, sempre pensava em reencontrá-la.

Os anos, que passou nos castelos da Espanha, conseguiram fazer com que o menino Henri se esquecesse até da língua francesa, mas, da bela e doce Diana de Poitiers ele jamais se esquecia. Seus dias na prisão, embora junto do irmão, eram de profunda melancolia e de saudades de casa. Diana tornou-se para ele o modelo ideal de mulher, a criatura feminina que reunia todos os predicativos que um homem poderia sonhar.

Os dois, finalmente, se reencontraram quando [Henrique II de França]]retornou da Espanha. O menino, 20 anos mais jovem, a procurou com o coração carregado de saudades.

Tecem-se muitas considerações românticas sobre o amor que unia os dois. Há até mesmo suposições que tiveram uma filha também com o nome de Diana.

Foi somente em 1536que começou sua ligação pública com o Delfim, muito mais jovem e então já casado.

Em 1548 foi designada duquesa de Valentinois.

Diana deixou fama de extraordinária beleza e juventude persistente. Contam que faleceu, aos 66 anos de idade, sem apresentar uma ruga em sua face.

Inteligente, sagaz, espirituosa e de uma douçura invejável, segundo o dicionário Larousse era, ardentemente católica e favoreceu o condestável de Montmorency e a família dos Guise.

Depois de 1559, quando morreu Henrique II, foi obrigada a deixar a corte e se retirar a Anet, construído para ela e é lá que descasam os seus restos mortais.

Apesar de ser a favorita do rei, Diana respeitava [Catarina de Medici]], trantando-a com muita educação, paciência e cortesia. Diana chegou mesmo a cuidar dela quando foi acometida por Escarlatina.

Diana de Poitiers tinha mais ascendência sobre Henrique do que sua esposa, despertando sua ira. Catarina, tentando desviar os olhos do marido da poderosa amante, contratava as criadas mais tolas e belas para seduzir o rei. Elas até conseguiam deleitar Henri, porém não conseguiam roubar o lugar de Diana de Poitiers. Com o tempo, esta tática foi se tornando tão freqüente, que a corte batizou as belas mademoiselles de Catarina como "Esquadrão Volante da Rainha". Todavia, nada adiantava, Henrique tinha adoração por Diana, uma espécie de obsessão e dependência emocional.

Para compreender o papel das amantes reais instituídas nesta época, deve-se perceber que o interesse patriótico não permitia que o rei assumisse as suas paixões verdadeiras.

Nas cartas que trocavam, é possível perceber que Diana e Henrique se amavam profundamente e que mantinham total sintonia e harmonia.

O rei Henrique II não teve grande expressão na História da Monarquia Francesa. Pouco se fala sobre ele, mas, sempre que o seu nome é lembrado, o nome de Diana aparece unido ao dele.

Diana o ajudou a governar a pátria, redigindo os documentos oficiais de governo e sendo a sua maior conselheira. Aí vale-se perfeitamente o velho ditado: "atrás de um grande homem, uma grande mulher".

Em suas últimas horas de vida, Henrique II chamou por Diana incansavelmente. Teve febre e delirou muitos dias suplicando pela presença de Diana, porém, jamis foi atendido. Catarina não permitiu.

Ferido em um torneio, por um fragmento de uma lança que lhe transpassou o olho atingindo o cérebro, supostamente previsto por Nostradamus, Henrique, desde então, não pode mais ver Diana, que muito sofreu por não poder acompanhar de perto os últimos dias de vida do seu amado.

Catarina não permitiu a presença dela nem mesmo nos funerais e a expulsou do Castelo de Chenonceau que fora presenteado à ela por Henri II. Foi nesta ocasião que ela excomungou o nome Poitiers.

Chenonceau dispõe de jardins simétricos, todo idealizado por Diana, e tem um rio, o Cher, que passa pelo seu interior sob uma ponte erguida sobre arcos.

Foi Diana quem idealizou e projetou a ponte. Mais tarde, Catarina mandou construir sobre a ponte uma galeria de 60 metros de extensão, para tentar apagar as marcas deixadas pela amante do rei. Catarina conseguiu ainda excomugá-la, visto ter laços consanguínios com o papa da época.Excomunhão.

Diana era culta, elegante e tinha forte presença de espírito. Conseguia concentrar todas as atenções quando falava em público.

Ela ainda é conhecida, nos nossos dias, pelas frases espirituosas e inteligentes que deixou registradas em sua época, como: "A calúnia é como uma moeda falsa: muitos que não gostariam de a ter emitido, fazem-na circular sem escrúpulos"; "Para um bom inimigo, escolha um amigo. Ele sabe onde atacar"; "Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer."

Contam que fenômenos estranhos aconteciam com Diana. Um dos mais famosos foi o fato dela ter sido queimada por relâmpagos globulares, mais precisamente por uma chama que correu em volta de seu quarto, em sua noite de núpcias em 1514.

O seu símbolo era o das três luas crescentes entrelaçadas.

3 crescentes entrelaçados