Economia da Europa
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O continente europeu, berço da Revolução Industrial, é formado por alguns dos países mais desenvolvidos do globo. Segundo o Development Programme Report das Nações Unidas elaborado em 2006, com dados relativos a 2004, entre os dez mais desenvolvidos países do mundo, seis eram europeus.
A agropecuária, a mineração e os transportes são os fatores que mais influenciam na economia européia.
Pos. | País | IDH |
---|---|---|
1 | Noruega | 0,965 |
2 | Islândia | 0,960 |
3 | Austrália | 0,957 |
4 | Irlanda | 0,956 |
5 | Suécia | 0,951 |
6 | Canadá | 0,950 |
7 | Japão | 0,949 |
8 | Estados Unidos | 0,948 |
9 | Suíça | 0,947 |
10 | Países Baixos | 0,947 |
Os grandes grupos industriais europeus e mundiais fazem investimentos elevados em pesquisa e tecnologia, criando e desenvolvendo novos produtos, modernizando e automatizando suas fábricas para alcançar um menor custo de produção e melhorar a sua competitividade global.
Os parques industriais dos países da Europa Ocidental são bastante diversificados, destacando-se os ramops de produtos eletrônicos para consumo, telecomunicações, veículos aeroespaciais, aviões, produtos farmacêuticos, construção naval, energia nuclear, siderurgia e automobilística.
Na Europa Ocidental, após a Segunda Guerra Mundial, a atividade industrial desenvolveu-se com base no planejamento estatatal, destacando-se a República Checa na indústria metalúrgica e a Polônia também na metalurgia e na construção naval. Com o surgimento do novo modelo industrial baseado nas novas tecnologias, o parque industrial dos antigos países socialistas encontrava-se com grande defasagem tecnológica. A transição para a economia de mercado a partir do início dos anos 1990 promoveu uma autêntica reestruturação industrial com a abertura de mercados, os cortes de subsídio às empresas estatais, a liberalização dos preços e um surto inflacionário. Muitas dessas empresas faliram e os países sofreram queda de produção e dos níveis de empregos. Nos últimos anos, aqueles países de maior tradição industrial, como a República Checa, a Polônia e a Hungria, iniciaram uma recuperação econômica com o aumento dos investimentos estrangeiros e a instalação de várias empresas multinacionais.
Com o avanço do capitalismo na Europa Oriental, esses países estão se tornando área de influência da União Européia, principalmente através das relações comericias e dos investimentos que a Alemanha passou a fazer na região.
A União Européia concentra algumas das maiores áreas industriais do mundo e vem sendo considerada um dos pólos da chamada tríade, um conjunto que concentra riqueza, poder e tecnologia. Os outros dois países que formam essa tríade são os Estados Unidos e o Japão.
Índice |
[editar] Agropecuária
[editar] Produção agrícola
A Europa apresenta uma importante e diversificada produção agrícola, com grande aproveitamento de seus solos, geralmente férteis. O uso do solo está sujeito a técnicas adequadas e modernas, com elevada produtividade.
A cultura de cereais é predominante, destacando-se o trigo, produto mais importante. Sua principal área produtora é a região de solos negros da Ucrânia (tchernoziom). Os outros países que se destacam na produção de trigo são Itália, França, Alemanha e Rússia. Outros cereais cultivados são o centeio, a aveia e a cevada, importantes produtos agrícolas das áreas temperadas.
O centeio substitui o trigo em áreas de clima mais frio e é importante na fabricação do pão. A aveia é produzida principalmente para a alimentação do gado, recebendo, por isso, o nome de forrageira. A cevada é uma matéria-prima básica à fabricação da cerveja, produto de destaque em vários países europeus. Os maiores produtores desses cereais são: Alemanha, França, Espanha, Polônia e Reino Unido.
A batata é outro produto importante da agricultura européia. Os principais produtores de batata são: Alemanha, França, Países Baixos, Reino Unido e Rússia.
Nas regiões européias de clima mediterrâneo, sobressai o cultivo da oliveira, destina à produção de azeitonas e de azeite. Portugal, Espanha, França e Itália destacam-se como maiores produtores mundiais e seus produtos são reconhecidos como os de melhor qualidade internacional.
Outro destaque especial é o cultivo da videira, destinada à produção de vinhos.
Alguns tipos de vinho e de azeite só podem ser produzidos nesses países, devido às condições especiais do solo e do clima. Esses aspectos geográficos atribuem aos países da Europa Mediterrânea condições especiais de mercado, devido à impossibilidade de produção, em outros países do mundo, de mercadorias com características similares.
[editar] Pecuária
Como a agricultura, a pecuária européia fornece uma grande variedade de produtos, desde a carne até o queijo e a manteiga.
Ela é praticada principalmente de forma intensiva, com o gado recebendo cuidados técnicos, que proporcionam mais rendimentos.
O rebanho mais numeroso é o de bovinos, criado principalmente na Rússia, na Ucrânia, na Alemanha, na França, na Grã-Bretanha e na Polônia.
Apesar de não possuir um rebanho numeroso, a criação de gado leiteiro tem destaque na Dinamarca, Suíça e Países Baixos. Nos Países Baixos, por exemplo, a produtividade do rebanho é superior a 5 mil litros de leite por vaca ao ano, sendo cerca de 75% da produção de industrializados no país.
Enquanto o consumo de leite na União Européia, no início da década de 1990, era de 810 litros por habitante, no Brasil era de aproximadamente 90 litros por habitante.
Além dos bovinos, destacam-se no continente europeu os rebanhos de suínos e de ovinos.
Na suinocultura, a Alemanha sobressai como principal criador. Nesse país, cria-se principalmente o suíno destinado ao fornecimento de carne para atender ao alto consumo não só da Alemanha, mas também de toda a Europa. No entanto, a produção é insuficiente para abastecer todo o continente, sendo necessário importar carne suína.
Os ovinos, utilizados para a obtenção de lã, são criados sobretudo nas ilhas Britânicas, na Romênia e na Espanha.
Uma outra característica importante da agropecuária, principalmente nos países que fazem parte da União Européia, são os subsídios concedidos pelos governos aos agricultores, como empréstimos a juros baixos e pagamentos a longo prazo.
A criação em 1962 da PAC (Política Agrícola Comum) foi uma forma de os governos europeus protegerem seus agricultores da concorrência externa, visando a manutenção da renda e do emprego agrícola e a obtenção de uma estabilidade nos preços dos alimentos. Esse apoio dado à agropecuária desde a década de 1960 levou a Europa praticamente a se tornar auto-suficiente nos principais produtos alimentares, mas não resolveu problemas como as disparidades entre países e regiões do continente.
Nos anos 1990, esse programa começou a ser questionado no interior da União Européia por aqueles que consideravam os custos muito elevados (US$ 45 bilhões anuais). A PAC também é motivo de críticas internacionais, principalmente por parte das instituições como a OMC (Organização Mundial do Comércio) e dos países como os EUA, que estão pressionando cada vez mais a redução do protecionismo agrícola, pois ele bloqueia a entrada de produtos de outros países no mercado europeu. A perspectiva da diminuição dos subsídios agrícolas tem sido objeto de protesto em vários países europeus, especialmente na França, maior produtor agrícola da Europa Ocidental e onde existe o maior número de agricultores beneficiados com os subsídios.
[editar] Pesca
Na Europa, a pesca é uma atividade econômica bastante desenvolvida, sobretudo nos países setentrionais, destacando-se a Noruega, a Finlândia, a Suécia e a Islândia, que utilizam modernos equipamentos pesqueiros. As principais espécies são o bacalhau, o arenque e o salmão.
A pesca nessa região é favorecida pela presença da corrente do Golfo (Gulf Stream), que carrega uma grande quantidade de plânctons, responsáveis pela formação de cardumes.
Na porção sul destacam-se Espanha, Portugal e Itália, que pescam sobretudo o bacalhau, o atum e a sardinha.
[editar] Recursos Minerais e Transportes
Os recursos minerais mais importantes do continente europeu são: petróleo, carvão, ferro e manganês. O país que mais possui recursos minerais é a Rússia.
O petróleo é explorado no continente e no oceano.
Além da Rússia (parte européia) e do Azerbaijão, outro local rico em petróleo é o mar do Norte, onde a exploração pertence à Grã-Bretanha e à Noruega.
Sua importação pesa na balança comercial européia.
O carvão é extraído em maior quantidade na Ucrânia, na Grã-Bretanha, na Alemanha e na Polônia. A descoberta de sua utilidade como combustível e como componente para a produção de aço permitiu, no século XVIII, o desenvolvimento da atividade industrial.
O ferro é explorado principalmente na Rússia (grande produtor mundial), na França e na Suécia.
O manganês tem como principais produtores a Rússia e a Ucrânia, além da Romênia e da Hungria. Na Estônia há importantes reservas de xisto betuminoso, bastante aproveitado para a geração de energia após ser transformado em óleo de xisto.
Devido ao elevado grau de industrialização e às características geológicas do território, os países europeus são dependentes de uma série de minerais básicos à atividade industrial. A maior parte dos países importa minerais metálicos (ferro, manganês, bauxista e estanho), fundamentais às atividades metalúrgicas e siderúrgicas e, conseqüentemente, a uma série de mercadorias de bens de consumo duráveis, máquinas e equipamentos industriais.
A Europa é o continente que possui a melhor rede de transportes do mundo.
Suas ferrovias possuem bitola padronizada, o que possibilita o tráfego dos trens por todos os países (Eurotrem), que investem maciçamente nesse setor.
O transporte hidroviário é altamente utilizado, movimentado por uma enorme quantidade de cargas anualmente.
Os portos fluviais europeus estão entre os mais importantes do globo. Quanto aos portos marítimos, o mais importante é o de Roterdã, que se destaca mundialmente. Outros ainda de intenso movimento são: o de Londres, na Inglaterra; o de Antuérpia, na Bélgica; o de São Petersburgo, na Rússia; e o de Hamburgo, na Alemanha.
As rodovias européias, juntamente com as dos Estados Unidos, são consideradas as mais modernas do mundo, com destaque para as auto-estradas.