Fedro
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Fedro (30/15 a.C. – 44/50 d.C.) foi um fabulista romano nascido na Macedônia, Grécia. Filho de escravos, provavelmente foi alforriado pelo imperador romano Augusto.
A fábula, por ser uma pequena narrativa, serve para ilustrar algum vício ou alguma virtude e termina, invariavelmente, com uma lição de moral. A grande maioria das fábulas retratam personagens como animais ou criaturas imaginárias (criaturas fabulosas) , que representam de forma alegórica os traços de caráter (negativos e positivos), de seres humanos.
Coube a Fedro (15.a.c. 50.a.c), escravo alforriado do Imperador Augusto, quando iniciou-se na literatura, enriquecer estilisticamente muitas fábulas de Esopo, todas não escritas, mas transmitidas oralmente, isto é, serviam de aprendizagem, fixação e memorização dos valores morais do grupo social. Deste modo, Fedro, como introdutor da fábula na literatura latina, redigia suas fábulas, normalmente sérias ou satíricas, tratando das injustiças, dos males sociais e políticos, expressando as atitudes dos fortes e oprimidos, mas ocasionalmente breves e divertidas, explicando-nos, todavia, porque teve tanto sucesso, séculos depois, pela sua simplicidade, na Idade Média. Fabulista da época dos Imperadores Tibério e Calígula, nos primeiros séculos da era cristã, e seguidor de Esopo, Fedro fez a sátira dos costumes e personagens da época. Por isso, com o grande incômodo que causaram as suas críticas, acabou sendo exilado. Nesta época, com a morte de Augusto, em 14 a.d, a Monarquia tornou-se um verdadeiro despotismo, sufocando toda a aspiração de literatura e de independência. Em literatura, tudo o que era espontâneo se considerava medíocre. Foi o único poeta do império de Tibério. Publicou cinco livros de fábulas esópicas, com prováveis alusões aos acontecimentos de sua vida.
No período monárquico, a sociedade romana estava dividida praticamente em três classes: Patrícios, Plebeus e, a classe da qual Fedro deve sua origem, os Escravos, compreendia a população recrutada entre os derrotados de guerra, considerados instrumentos de trabalho, sem nenhum direito político. Na fábula “O lobo e o cordeiro”, Fedro deve ter se baseado nesses acontecimentos de sua época para, ao final, como lição de moral dizer que “esta fábula foi escrita por causa daqueles homens que oprimem os inocentes com pretextos falsos”.
No século XVII, na França, viveu o mais importante fabulista da era moderna: Jean de La Fontaine (1621-1695). La Fontaine, considerado o pai da fábula moderna, além de compor suas próprias fábulas, também reescreveu em versos franceses muitas das fábulas antigas de Esopo e de Fedro( alguns autores chegam a afirmar que La Fontaine não passa, o mais das vezes, de mero tradutor das obras de Fedro). Aqui neste período, as fábulas ganham um sentido mais moderno, pois, como participante da corte francesa, ele criticava a sociedade por meio de suas fábulas. Em sua obra prima Fábulas, ele mostra a vaidade e estupidez das pessoas, atribuindo tais características aos animais.A principal característica do seu modo de escrever eram as rimas, o que facilitava a memorização das Histórias.
De origem burguesa, La Fontaine frequentava a corte do Rei Sol – Luis XIV, de onde extraiu informações para sua crítica social. A publicação da primeira coletânea de fábulas data de 1668, sucedida de mais 11, lançadas até 1964. No prefácio dessa primeira coletânea, deixa bem claro suas intenções na constituição dos textos: “Sirvo-me de animais para instruir os homens”. Na lição de moral de sua fábula, “O lobo e o cordeiro”, diz que “ a razão do mais forte é sempre a melhor”. O mais forte, na época de La Fontaine era o Rei e, também, a sua corte.
No Brasil, na segunda década do século XX, o país estava vivenciando a grande guerra que eclodia na Europa. A 1ª Guerra Mundial (1914-1918) trouxe idéias nacionalistas ao mundo. Neste período reinavam no mundo grandes Estados, como Alemanha, França, E.U.A e Inglaterra. Aqui no Brasil, Lobato, no intuito de criar uma literatura brasileira especialmente voltada para as crianças e os jovens, se interessou pelo gênero fábula para dar uma identidade cultural ao indivíduo, ao jovem leitor em formação. Assim, costuma dizer, “o texto impresso veicula condutas éticas, valores sociais, padrões de comportamento. [[Imagem:Monteiro Lobato]], por sua vez, conclui com uma lição de moral, em “O lobo e o cordeiro”, que “contra a força não há argumentos”, pois, nesse período da história, as maiores potências como a Europa, é que impunham valores, cultura, padrões de comportamento. Em Fábulas, de 1922, reconta em prosa brasileira moderna, algumas fábulas de Esopo, Fedro e La Fontaine, além de apresentar algumas de sua própria autoria, apresentadas no cenário de “O Sítio do Picapau Amarelo”. Anos mais tarde, já com os personagens infantis do Sítio do Picapau Amarelo, iria servir-se por meio da personagem Emília, de um poderoso expediente para afrontar a Igreja, os maus funcionários públicos e a burocracia da máquina de Estado.