Graciliano Ramos
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Nascimento | 27 de outubro de 1892 Quebrangulo, AL |
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Falecimento | 20 de março de 1953 Rio de Janeiro, RJ |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | Romancista |
Escola/tradição | Modernismo |
Graciliano Ramos de Oliveira (Quebrangulo, 27 de outubro de 1892 — Rio de Janeiro, 20 de março de 1953) é considerado um dos maiores escritores brasileiros do século XX e proeminente representante do Romance de 30.
Primogênito de dezesseis filhos do casal Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ramos, viveu os primeiros anos em diversas cidades do Nordeste brasileiro. Terminando o segundo grau em Maceió, seguiu para o Rio de Janeiro, onde passou um tempo trabalhando como jornalista. Volta para o Nordeste em setembro de 1915, fixando-se junto ao pai, que era comerciante em Palmeira dos Índios, Alagoas. Neste mesmo ano casa-se com Maria Augusta de Barros.
Elegeu-se prefeito de Palmeira dos Índios em 1927, tomando posse no ano seguinte. Manteria-se no cargo por dois anos, renunciando a 10 de abril de 1930. Segundo uma de suas auto-descrições, "(...) Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas." Os relatórios da prefeitura que escreveu nesse período chamaram a atenção de Augusto Schmidt, editor carioca que o animou a publicar Caetés (1933).
Entre 1930 e 1936 viveu em Maceió, trabalhando como diretor da Imprensa Oficial e diretor da Instrução Pública do estado. Em 1934 havia publicado São Bernardo, e quando se preparava para publicar o próximo livro, foi preso em decorrência do pânico insuflado por Getúlio Vargas após o Levante comunista de 1935. Com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego, consegue publicar Angústia (1936), talvez sua melhor obra.
É libertado em janeiro de 1937. As experiências da cadeia, entretanto, ficariam gravadas em uma obra publicada postumamente, Memórias do Cárcere (1953), relato franco dos desmandos e incoerências da ditadura a que estava submetido o Brasil.
Em 1938 publicou Vidas Secas. Em seguida estabeleceu-se no Rio de Janeiro, como inspetor federal de ensino. Em 1945 ingressou no Partido Comunista do Brasil (PCB), de orientação soviética e sob o comando de Luís Carlos Prestes; nos anos seguintes, realizaria algumas viagens a países europeus, retratadas no livro Viagem (1954). Ainda em 1945, publicou Infância, relato autobiográfico.
Adoeceu gravemente em 1952. No começo de 1953 foi internado, mas acabaria falecendo em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer do pulmão.
O estilo formal de escrita e a caracterização do eu em constante conflito (até mesmo violento) com o mundo, a opressão e a dor seriam marcas de sua literatura.
[editar] Obras
- Caetés (1933)
- São Bernardo (1934)
- Angústia (1936)
- Vidas Secas (1938)
- A Terra dos Meninos Pelados (1939)
- Brandão Entre o Mar e o Amor (1942)
- Histórias de Alexandre (1944)
- Infância (1945)
- Histórias Incompletas (1946)
- Insônia (1947)
- Memórias do Cárcere, póstuma (1953)
- Viagem, póstuma (1954)
- Linhas Tortas, póstuma (1962)
- Viventes das Alagoas, póstuma (1962)
- Alexandre e outros Heróis, póstuma (1962)
- Cartas, póstuma (1980)
- O Estribo de Prata, póstuma (1984)
- Cartas a Heloísa, póstuma (1992)
[editar] Traduções
Graciliano Ramos também dominava o inglês e o francês. Realizou algumas traduções:
- Memórias de um Negro de Booker T. Washington, (1940)
- A Peste de Albert Camus, (1950)