Internacional Socialista
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A Internacional Socialista é uma organização global de partidos sociais democratas, socialista e "labour" (trabalhistas), Actualmente junta 162 partidos e organizações de todo o mundo. Foi fundada em 1889, pela facção marxista após a cisão da Associação Internacional dos Trabalhadores, sendo por isto também chamada de Segunda Internacional.
Na segunda metade do século XIX, a industrialização avançou enormemente na Europa Ocidental. Desenvolveram-se as indústrias de bens de capital, produzindo em larga escala equipamentos, máquinas, navios, produtos químicos, etc, empregando uma grande massa de trabalhadores. Os aperfeiçoamentos tecnológicos trouxeram (como Marx havia previsto) uma concentração do capital, com o predomínio de poucas grandes empresas e bancos. O progresso econômico levou os países capitalistas a uma competição internacional, acentuando-se a rivalidade entre eles na luta por mercados e áreas de investimento fora da Europa. Isso deu origem, a partir de 1870, à corrida imperialista que resultou na partilha da Ásia, África e América entre as potências imperialistas. O aumento da riqueza e o acentuado crescimento das organizações socialistas permitiram que a classe operária européia alcançasse melhores condições de vida, com elevação dos salários e do consumo e obtivesse maiores direitos políticos, como a extensão do direito de voto a praticamente todos os homens.
Essa situação modificou o movimento operário, dividindo-o em diversas tendências conflitantes dentro do socialismo. Ao lado do grupo de marxistas radicais que insistia na via revolucionária para o socialismo, surgiu um outro grupo de marxistas que defendia uma posição mais moderada, afirmando que se poderia caminhar para o socialismo pela via parlamentar, utilizando-se das instituições democráticas para derrotar o capitalismo. Essa corrente de marxistas moderados, que se posicionou também contra as greves gerais e as revoluções violentas tornou-se conhecida como a social-democracia, ganhando apoio entre os trabalhadores e a classe média. Na Alemanha, deu origem ao Partido Social Democrata Alemão, criado em 1875, unindo as diversas correntes do movimento operário alemão. Apesar das divergências internas e da forte repressão do governo do 12 ministro Bismarck, o PSDA conheceu um enorme avanço no campo eleitoral, chegando a obter mais de 500 000 votos nas eleições de 1877 e 1 427 000 votos nas de 1890, tornando-se o partido mais forte do país. O principal teórico da social-democracia foi o filósofo marxista tcheco Karl Kautsky (1854/1938). Na Inglaterra, onde o movimento operário existia mais ligado aos sindicatos, os socialistas agruparam-se numa organização denominada "sociedade Fabiana", que discordava radicalmente de Marx em relação a natureza e ao papel do Estado. Eles acreditavam ser possível, numa democracia parlamentar baseada no sufrágio universal, chegar à igualdade social e talvez até a supressão da propriedade privada.
Na década de 1890, ganhou corpo na Alemanha uma corrente política liderada por EDUARD BERNSTEIN (1850/1932), que propunha uma revisão minuciosa dos pontos básicos do marxismo. Ele afirmou que o avanço do capitalismo não estava levando a um aprofundamento das diferenças entre as classes; que o sistema capitalista não iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo; e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operários conseguissem todas as reformas necessárias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado. Suas idéias tiveram muita aceitação na França, dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses.
O contato entre os movimentos operários dos diversos países europeus amadureceu a idéia da criação da II Associação Internacional de Trabalhadores, que se concretizou no Congresso de Bruxelas, em 1891. As questões das conquistas políticas e econômicas do proletariado e de como se posicionar frente ao imperialismo marcaram o funcionamento dessa Internacional. Bastante diferente da primeira, ela viu-se dividida em três grupos: a direita o grupo revisionista de Bernstein, no centro os marxistas moderados (sociais-democratas) de Kautsky e à esquerda os marxistas revolucionários liderados por Lênin e por Rosa Luxemburgo. Aparentemente dominada por estes, na prática os grupos social-democratas e revisionista apresentavam-se cada vez mais influentes.
No início de século XX, agravaram-se as rivalidades entre os países industrializados europeus devido à competição imperialista e nacionalista, colocando-se cada vez mais real a possibilidade de uma guerra. A orientação dos dirigentes da AIT, nos Congressos realizados a partir de 1907, era para que os trabalhadores tentassem ao máximo, junto aos governos de seus países, evitar a deflagração do conflito. Caso isso não fosse possível, deveriam aproveitar o momento para precipitar a queda do capitalismo. Entretanto, quando em 1914 teve início a Primeira Guerra Mundial, os principais partidos filiados à II Internacional apoiaram seus respectivos governos e, em nome do nacionalismo, foram à luta, provocando o colapso da Associação. Somente os partidos russo, sérvio e húngaro – justamente com pequenos grupos dentro de outros partidos – permaneceram fiéis aos princípios repetidamente enaltecidos pela Internacional.
Algumas tentativas sem sucesso foram feitas durante a guerra, particularmente por partidos de países neutros, para reviver a Segunda Internacional, cujo Bureau Internacional se transferira para a Holanda. Em 1919, porém, numa conferência em Berna, foi reconstituída uma pálida versão da antiga Segunda Internacional (a “Internacional de Berna”), que realizou seu primeiro congresso em Genebra, no ano seguinte, contando com a representação de 17 países. Em 1921, os socialistas de esquerda de dez partidos, inclusive o Partido Social-Democrata Independente Alemão (USPD), o Partido Social-Democrata Austríaco (SPÖ) e o ILP inglês, reuniram-se em Viena para constituir a União Internacional de Trabalhadores dos Partidos Socialistas (“União de Viena”), apelidada de “Segunda e Meia Internacional”. Esta associação considerava-se como o primeiro passo para uma Internacional ampla e, em 1923, num congresso realizado em Hamburgo, uniu-se à Segunda Internacional, revivida para formar a Internacional Trabalhista e Socialista, que deixou de funcionar em 1940. Foi substituída em 1951 pela atual Internacional Socialista, que é uma associação livre dos principais partidos socialistas e social-democráticos em todo o mundo, com sede em Londres. A 30 de Janeiro de 2006, a liderança passou do português António Guterres para o grego George Papandreou.
[editar] Membros de pleno direito
- Brasil - PDT
- Portugal - PS
- Argentina - União Cívica Radical
- Alemanha - Sozialdemokratische Partei Deutschlands
- Espanha - Partido Socialista Obrero Español
- Reino Unido - Labour Party
- Venezuela - Acción Democrática
- Costa Rica - Partido Liberación Nacional
- Angola - MPLA
- Colombia - PLC
- Uruguai - Partido Socialista del Uruguay
- entre outros.