Júlio Medaglia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Júlio Medaglia (São Paulo, 1938) é uma maestro e arranjador brasileiro.
O primeiro contato de Júlio Medaglia com um instrumento foi em casa através de sua empregada, Magali Sanches, que depois viria a tornar-se atriz de rádio-novela. Pouco tempo depois Júlio iniciaria aulas de violino com uma prima de sua mãe, ex-violinista da orquestra do Cine Avenida.
Em Salvador, surge um convite para estudar regência na Alemanha com o diretor da Escola Superior de Música da Universidade de Freiburg, Artur Hartmann.
Porém, antes de deixar o país, em São Paulo, Júlio Medaglia ajuda o musicólogo teuto-uruguaio Francisco Curt Lange a divulgar, por meio de concertos, artigos e palestras, a redescoberta de importantes partituras do "Barroco Mineiro", sendo essa a sua primeira importante contribuição à Cultura Brasileira.
Aproveitando a oportunidade de estudar na Europa, Júlio Medaglia recebe aulas de regência sinfônica em Taormina, com Sir John Barbirolli, um dos mais respeitados maestros do século 20. Em 1965, forma-se, com distinção, pela Academia de Freiburg, em regência sinfônica.
No final dos anos 60, Júlio retorna ao Brasil e p articipa ativamente, com Solano Ribeiro, da organização dos Festivais da Record. Nessa época, participa dos mais variados movimentos artísticos de vanguarda, entre os quais o da Poesia Concreta, "oralizando" poemas com os irmãos Campos e Décio Pignatari. No final de 1967, escreve o revolucionário arranjo para a canção Tropicália, de Caetano Veloso, que marca o início do Tropicalismo.
Em 1969, é convidado por um grupo de elite de instrumentistas para fundar e dirigir a orquestra Cordas de São Paulo. Com esse conjunto, viaja por importantes cidades brasileiras, grava um disco e faz um programa semanal na TV Cultura, o qual, por sua linguagem revolucionária, ganha, entre outros, o Prêmio Roquette Pinto.
Nos anos 80, dirige, por 4 anos, o Teatro Municipal de São Paulo. Nessa década, além de ministrar cursos sobre trilha sonora na USP e na FAAP, participa no Rio de Janeiro, do cinema "marginal". Sua participação como autor da trilha sonora e ator do filme O Segredo da Múmia lhe rendeu os prêmios de "melhor trilha" no Festival de Gramado e de "melhor ator coadjuvante" pela Associação Paulistas de Críticos de Arte de São Paulo.
Em 1987, inicia um programa diário na rádio Cultura FM de São Paulo (Pentagrama e, depois, Tema e Variações), trabalho que mantém, ininterruptamente, até os dias de hoje. No início dos anos 90, assume a direção artística do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e, em seguida, a Regência Titular da orquestra do Teatro Nacional de Brasília. Nesta mesma época, dirige o Festival de Inverno de Campos do Jordão.
Os anos 90 marcam, também, sua participação em grandes espetáculos cênico-musicais, como: Carmina Burana, de Carl Orff; a Ópera Aida, de Verdi; a História do Brasil; e a ópera afro-brasileira Lídia de Oxum, de Lindembergue Cardoso e Ildázio Tavares.
No final dos anos 90, Júlio Medaglia mais uma vez ganha as manchetes do Brasil e do mundo ao montar uma orquestra filarmônica de nível internacional em plena floresta amazônica. Atualmente, tem regido, como convidado, dentro e fora do país, e trabalhado em diversos projetos culturais. Júlio Medaglia é constantemente convidado para ministrar palestras em todo o Brasil. É ensaísta e colaborador dos mais importantes órgãos de imprensa nacionais. Tem livros publicados como tradutor e autor.