João I, Duque de Bragança
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D. João I de Bragança, 6º Duque de Bragança, nasceu em 1543, morreu em Vila Viçosa em 1583. Em 1563 casou com D. Catarina, sua prima, filha do infante D. Duarte e de D. Isabel, irmã de seu pai. Quando D. Sebastião realizou a primeira ida a África quis que o duque o acompanhasse, ficando o governo do ducado a D. Catarina (1574), no que se dava à casa de Bragança a importância de um reino.
O duque foi a essa expedição, levando 600 cavaleiros e 2.000 infantes das suas terras; preparava-se também para ir com o rei à segunda e desastrosa expedição de 1578 quando febres violentas o obrigaram a ficar.
Enviou por isso, para acompanhar o rei, seu filho D. Teodósio, duque de Barcelos (título que D. Sebastião concedera em 1563 ao primogénito da casa de Bragança), o qual contava só 10 anos de idade.
Durante o curto reinado do cardeal-rei D. Henrique entrou o duque de Bragança, juntamente com a duquesa, na pretensão da coroa, e nas cortes reunidas em Lisboa, jurou só obedecer ao rei que os Estados reconhecessem.
Filipe II de Espanha, querendo afastá-lo da pretensão ao trono, mandou oferecer-lhe a realeza do Brasil, o cargo de grão-mestre da Ordem de Cristo, a licença de mandar todos os anos uma nau à Índia por sua conta, prometendo-lhe ainda o casamento de seu filho D. Diogo com uma das suas filhas. Mas o duque de Bragança, influenciado por sua mulher D. Catarina, (herdeira do trono) rejeitou as propostas (1579).
Morto o cardeal-rei, o duque acompanhou os governadores do reino a Lisboa e Setúbal, diligienciando para que fossem reconhecidos os direitos de sua mulher à coroa portuguesa, mas finalmente desistiu e aceitou as mercês do rei castelhano.
Camilo Castelo Branco, escreveu :
"Os sucessores do duque D. Fernando, degolado em tempo de D. João II, nunca puderam obter de D. Manuel, de D. João III, da rainha regente, de D. Sebastião e do cardeal, parte dos privilégios que o filho de D. Afonso V lhes jarretara.
A absoluta independência da coroa, e o absoluto domínio em Vila Viçosa, nunca puderam os duques extorqui-lo à condescendência dos soberanos; obteve-o, porém, o avô de D. João IV, em Fevereiro de 1581 de Filipe II de Castela".
Por alvará dado em Elvas em Novembro de 1581 o duque foi autorizado a criar magistrados seus, instaurar tribunais sem apelação nem agravo das sentenças dos seus juízes, e defender o ingresso de viandantes em seus domínios.
Em 1584, sendo já duque D. Teodósio, Filipe II estendeu ainda mais os poderes judiciais dos duques, e mais tarde em 1587, foi-lhe permitido não cumprir as cartas dos corregedores da corte, avocar a sim as causas das suas terras e sentenciar como lhe parecesse. Depois da entrada de Filipe II em Portugal, o duque D. João serviu de condestável nas cortes de Tomar, onde o monarca espanhol, por suas próprias mãos, lhe deu o colar do Tosão de Ouro.
Quando retirou do país, o mesmo soberano ainda lhe concedeu; para o herdeiro, o cargo de condestável do reino em três vidas; para o segundo filho o marquesado de uma cidade de Castela; para o terceiro filho, uma comenda de Castela e muitas outras mercês em dinheiro e concessões. Confirmou-lhe o tratamento de Excelência e a isenção dos direitos de chancelaria.
[editar] Descendência
- Maria de Bragança (1565 - ?)
- Serafina de Bragança (1566 - 1604), casada com João Fernandez Pacheco, 5º duque de Escalona
- Teodósio II, 7º duque de Bragança, casado com Ana de Velasco y Giron
- Duarte de Portugal, 1º marquês de Frechilla
- Alexandre de Bragança, arcebispo de Évora
- Querubina de Bragança (1572 - 1580)
- Angélica de Bragança (1573 - 1576)
- Maria de Bragança (1573 - 1573)
- Filipe de Bragança (1581 - ?)
[editar] Fonte
- História da Casa de Bragança, com a permissão do autor.
Precedido por D. Teodósio I |
Duque de Bragança 1563 - 1583 |
Sucedido por D. Teodósio II |