Lourenço de Almeida
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D. Lourenço de Almeida, filho de um conde de Avintes, irmão de outro e ainda irmão do Bispo, e futuro Patriarca, Dom Tomás de Almeida, foi comendador de Borba e de Gondim na Ordem de Cristo.
Nunca teve falta de proteção, na corte. Destinava-se ele próprio à carreira eclesiástica, como ensina Charles Boxer em «The Golden Age of Brazil», página 368, tendo por isso estudado Direito Canônico em Coimbra por muitos anos. Mudou de idéia, entretanto, e mesmo tendo-se formado, decidiu-se pela carreira militar.
Serviu na India para onde embarcou em 1697, onde foi capitão de infantaria e capitão de mar e guerra, fiscal (ou contra-almirante) quando da infeliz expedição de socorro a Mombaça em 1698-1699, e foi capitão-mor da Armada do Norte. Diria mais tarde o conde de Sabugosa que D. Lourenço tinha passado 17 anos na Índia, onde casou e fez fortuna no comércio dos diamantes. O que não é uma observação correta, pois em suas cartas patentes como Governador de Pernambuco consta que que servira na Índia portuguesa pelo espaço de seis anos, nove meses e 16 dias. O Marquês de Angeja, que como conde de Vila Verde fora vice-rei da Índia portuguesa, escreveu em 1715 que ele fora seu camarada na Índia, e conhecia por experiência pessoal seu grande bom senso.
Voltando ao Reino em 1704, foi governador de Pernambuco de 1715 a 1718 e das Minas Gerais, onde substituiu o conde de Assumar, D. Pedro de Almeida Portugal, e comandou ali de 1721 a 1732. Foi muito relembrado por seus bons modos e sua tolerância. Não esqueceu de defender os interesses dos colonos ao retornar ao Reino, sendo severo crítico do esquema de Alexandre de Gusmão para o tributo sobre o ouro se fazer pelo método de capitação.
Por iniciativa sua o governo de Minas foi transferido da Vila do Carmo, hoje Mariana, para Vila Rica, depois Ouro Preto, que era mais rica e mais importante. Notou o 4º conde da Ericeira em seu diário que quando Dom Lourenço finalmente retornou a Lisboa, em abril de 1733, não declarou na Alfândega mais do que 80 mil cruzados, quando se soube que um só criado seu trouxe um diamante de 82 quilates. O conde repete a historieta de que, quando um amigo perguntou a Dom Lourenço se tinha voltado de verdade com uma fortuna enorme, replicou com uma afirmativa, mas acrescentou cinicamente que «tinha muito a comprar, pouco a dar, nada a emprestar».
Morreu em Lisboa em 17 de outubro de 1750, com pouco mais de 70 anos.
[editar] Casamento e posteridade
Na India se havia casado com sua prima-irmã D. Maria Rosa de Portugal, filha de seu tio D. Miguel de Almeida (que na Índia foi General das Armadas do Estado, governador da Índia e de Damão) e de sua mulher D. Paula Corte Real (filha de Manuel Corte-Real de Sam Paio e de Dona Francisca da Cunha.
Tiveram quatro filhos:
- 1 - D. Miguel de Almeida (nascido em 1698), religioso de São João de Deus.
- 2 - Dona Isabel, cedo morta.
- 3 - D. Luís de Almeida, capitão de cavalos de um regimento da corte, casado com a prima-irmã D. Brites de Borbon, dama do paço, filha de D. Álvaro da Silveira, morta de parto deixando uma filha logo morta; depois em 5 de agosto de 1737 casou com D. Luísa Romualda de Menezes, filha do 2º conde de São Tiago; a pouco tempo de casado, morreu sem posteridade.
- 4 - D. Manoel Caetano de Almeida, casado com D. Teresa de Jesus de Lencastre, filha do 3° conde de São Miguel, Tomás José Botelho, de quem herdou a casa.