Navalha de Occam
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A Navalha de Occam é um princípio lógico atribuído ao inglês do século XIV, William de Ockham e que hoje em dia se enuncia: "se há várias explicações igualmente válidas para um facto, então devemos escolher a mais simples".
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[editar] Frases originais
Nos textos originais existem várias frases que conceituam o princípio de Occam.
- pluralitas non est ponenda sine neccesitate (pluralidades não devem ser postas sem necessidade)
- entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem (as entidades não devem ser multiplicadas além do necessário). Esta frase foi cunhada em 1639, por John Ponce de Cork.
[editar] O conceito
A Navalha de Occam defende a intuição como ponto de partida para o conhecimento do universo. William de Ockham defendeu o princípio de que natureza é por si mesma econômica, sempre escolhendo o caminho mais simples. A origem dessa visão pode ser traçada desde John Duns Scotus (1265-1308), Robert Grosseteste (1175-1253), ou mesmo desde Aristóteles.
William de Ockham, por outro lado, achava que a aplicação muito restrita desse princípio limitaria o poder de Deus, (que deveria poder escolher um caminho mais complicado para algum fenômeno se assim desejasse). No entanto, Ockham defendia que o homem, em suas teorias, deveria sempre eliminar conceitos supérfluos. Este princípio ficou conhecido como "navalha de Occam" a partir do século XIX, através dos trabalhos de Sir William Hamilton.
O princípio vem da obra chamada de Ordinatio. Esta discorria que todo conhecimento racional tem base na lógica, de acordo com os dados proporcionados pelos sentidos. Uma vez que só conhecemos entidades palpáveis, concretas, nossos conceitos não passam de meios linguísticos para expressar uma idéia, portanto, precisam de comprovação através da realidade física.
[editar] Contra a navalha de Occam
Walter Chatton, contemporâneo de Ockham, afirmava que "se três entes não forem suficientes para verificar uma afirmação acerca de algo, então uma quarta deve ser acrescentada, e assim por diante".
Leibniz (1646-1716), Kant (1724-1804), Karl Menger (século XX) também discordaram da navalha de Occam.
Leibniz afirmou que "a variedade de seres não pode ser diminuída".
Menger formulou a lei contra a avareza, segundo a qual "as entidades não podem ser reduzidas até o ponto da inadequação", e "é inútil fazer com pouco o que requer mais"...
[editar] Em ciência
A navalha de Occam tornou-se parte básica do que viria a ser conhecido como método científico. É um guia lógico para escolher, entre várias hipóteses a serem verificadas, aquela que contém o menor número de afirmações não demonstradas, constituindo um dos pilares do reducionismo em ciência.
Ao longo da história da ciência a navalha de Occam foi usada de mais de uma forma. Uma delas é na escolha da teoria mais simples para explicar um fenômeno, como na escolha da teoria do eletromagnetismo de Einstein em lugar da teoria do éter luminoso.
Como princípio matemático, a navalha de Occam foi aplicada pelo matemático soviético Andrei Nikolaevich Kolmogorov para definir o conceito de seqüência aleatória, criando a área que ficou conhecida como complexidade de Kolmogorov.